Para Inspirar

Fernanda Souza em "Não existe coincidência. Existe Deus"

Comece a procurar Deus em você e em todas as coisas do mundo. É o que acredita a atriz Fernanda Souza. Confira no Podcast Plenae

20 de Setembro de 2020


Leia a transcrição completa do episódio abaixo:

[trilha sonora]

Fernanda Souza: A espiritualidade é algo que não está completamente lapidado dentro de mim. Não tem um modo definitivo no que eu sei, no que eu busco, por isso eu não consigo seguir apenas uma religião apenas. A espiritualidade, pra mim, é algo que conduz ao melhor que eu tenho e não a um lugar específico.  Geyze Diniz: A espiritualidade para mim é uma ferramenta estruturante e sempre achei que o que importava era ter fé, independente de qual. Eu me identifico muito com a visão da Fernandinha Souza e me encantei com a jornada de autoconhecimento dela e a vontade de querer praticar o melhor de diferentes religiões. No final do episódio, você ouvirá reflexões do doutor Victor Stirnimann para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Aproveite este momento, ouça e reconecte-se. [trilha sonora] Fernanda Souza: Eu sinto que minha espiritualidade é composta por uma série de acontecimentos, fatos vividos, momentos que me trouxeram até aqui. E eu tive essa certeza quando eu vi uma entrevista da Monja Coen e, ao ser questionada sobre qual momento específico ela sentiu que havia se tornado uma monja, ela disse que não teve um momento assim, que várias coisas foram acontecendo ao longo da vida pra que ela se tornasse o que é hoje.  [trilha sonora] E pra mim é isso, eu sou hoje tudo o que eu vivi até aqui! [trilha sonora] Minha primeira ligação com o que eu posso chamar de espiritualidade é uma lembrança que eu tenho da minha mãe e a relação dela com a fé, com Deus. Nessa época eu não tinha muito entendimento sobre o assunto, era uma criança, tinha uns 10 anos. Mas eu lembro de ver a minha mãe sempre com uma Bíblia por perto e nessa Bíblia ela escrevia recadinhos pra Deus. Era como se fosse um diário, uma conversa íntima, onde ela sempre agradecia graças recebidas, pedia aquilo que precisava no momento, e tudo aquilo era datado. São várias Bíblias que minha mãe tem, porque essa conversa com Deus já dura há anos.  [trilha sonora] Apesar de ter sido criada por pais evangélicos, a minha mãe não foi batizada e nunca frequentou a igreja, então talvez por isso, a gente nunca teve o costume de praticar rituais religiosos, ir à missa. A religião da minha mãe sempre foi essa conversa particular dela com Deus. E aí, foi nesse convívio e nessa admiração que eu percebi pela primeira vez que a fé independe de um lugar, de religião, da sua situação econômica... A fé você sente. Ela não se ensina, não se impõe, ela é uma certeza que vem de dentro do seu coração, você não precisa ver para acreditar, é uma certeza que eu tenho que Deus existe.  [trilha sonora] Essa conversa com Deus eu aprendi com a minha mãe. Eu aprendi a falar sobre meus desejos, meus sonhos e sobre a minha gratidão. E talvez pelo fato da minha mãe não ter uma religião específica, isso tenha deixado a minha cabeça tão aberta como é hoje, sempre aberta a conhecer novos rituais, novas religiões, novas crenças e tentar aprender com o melhor de cada uma delas. E aí então que começa a minha trajetória de espiritualidade, que acaba se misturando com a minha trajetória de autoconhecimento. São como pedras que vão construindo o meu muro espiritual e meu muro do autoconhecimento.  [trilha sonora] Depois desse meu primeiro contato com a fé, com Deus através da minha mãe, veio logo em seguida um contato com o espiritismo. Eu tinha uns 15 anos e me lembro de ler vários livros da Zibia Gasparetto e de amar muito todos aqueles assuntos. E aí eu fui buscar mais informações lendo e conversei muito com a minha tia Edna, que é espírita e me falou sobre os conceitos de vida após a morte, reencarnação, alma, espírito. E aqueles conceitos fizeram muito sentido pra mim, eles me deram respostas para muitas perguntas que eu tinha.   [trilha sonora] Alguns anos depois, eu tive meu primeiro contato com a Cabala, mas não foi exatamente aí que eu comecei a estudar a doutrina. Foi depois de uma coincidência, que na verdade as pessoas costumam chamar de coincidência, mas eu não acredito que elas existam.  Eu ganhei o livro "O poder da Cabala" de um amigo, esse é o livro inicial, é o primeiro livro que você tem que ler quando decide estudar sobre Cabala – foi exatamente naquela época que a Madonna começou a divulgar. Mas eu não li de primeira, guardei no quarto e eu nem lembrava onde é que tava, quando num dia na casa de um amigo, eu estava em uma conversa com a Julia, uma amiga minha e ela disse: "Fe, tudo isso que você fala tem tanto a ver com a Cabala, acho que você deveria estudar sobre isso". E na hora eu lembrei que eu tinha um livro sobre Cabala, falei isso pra ela e disse que assim que chegasse em casa eu ia ler o livro.  Cheguei em casa e esse livro tava num móvel na frente da minha cama, ele sempre esteve ali. Peguei o livro, comecei a ler e eu tive outro encontro com a minha fé. Mais um pedaço de mim foi preenchido porque foi uma quantidade enorme de respostas pra perguntas que eu nem sabia que tinha. E essas respostas se encaixavam perfeitamente no meu coração. [trilha sonora] E aí, logo depois disso eu fui procurar mais informações, eu queria saber se tinham outros livros, eu queria encontrar editora. E aí eu só encontrei o endereço da editora e, quando eu olhei pra esse endereço, ele era no Rio de Janeiro, no mesmo prédio em que eu estava naquela noite, na casa desse meu amigo, onde a Julia me falou que eu deveria estudar sobre a Cabala. Eu tava no 21º andar e o escritório da Cabala era no sétimo. Eu achei isso tão, tão especial que eu falei: "Eu tenho que estudar sobre Cabala, eu realmente tenho que estudar porque eu nunca vou a esse prédio, eu nunca vou pra essa parte da cidade, e de repente eu estava lá no mesmo lugar. Foi uma informação muito mágica. O que chamam de coincidências que, pra mim, não existe. [trilha sonora] No dia seguinte, eu liguei pra editora, queria saber sobre livros, se havia algum curso e eles disseram que até tinha um curso, mas que pra isso eu tinha que ler o livro "O Poder da Cabala" primeiro. (risos) E eu lembro de falar: "Moço, você não sabe, eu já li o livro. Ontem eu estava aí nesse prédio e uma amiga minha falou sobre a Cabala. E eu cheguei em casa e eu já tinha o livro. Eu li e agora quero muito fazer esse curso. E ele falou: "Tá bom, a gente vai ver se consegue uma vaga porque o grupo tá fechado, mas se alguém desistir, você pode entrar." E aí, depois disso uma pessoa desistiu, eu entrei. Mais um momento que as pessoas chamam de coincidência, que eu só consigo chamar de Deus. [trilha sonora] Alguns anos depois de estudar Cabala, eu comecei a estudar sobre Zen Budismo. Eu me interessei vendo os vídeos da Monja Coen e fiquei completamente apaixonada por aqueles preceitos. Aí logo depois disso, eu descobri o access consciousness, que é uma ferramenta com uma pegada mais física quântica. E o access consciousness prega que todas as respostas pra todas as perguntas estão dentro da gente, que a gente não tem ideia do quão infinito é, do quão sábio é e de como a gente pode usar a nossa mente para alcançar tudo aquilo o que a gente deseja. Eu gostei tanto de access consciousness que eu já fiz três cursos. E inclusive o último, que se chama Fundamento, mudou completamente a minha vida. Eu aprendi muitas ferramentas sobre a expansão da consciência.

E aí, recentemente, eu comecei a estudar sobre filosofia hermética. E aprendi que primeiro a gente cria tudo no mundo mental e depois aquilo se materializa no mundo físico. Essa é a primeira lei da filosofia hermética: a lei do "mentalismo". E de alguma maneira, eu acho que desde criança eu fui embutida a ter esse tipo de fé, que não é muito diferente do que minha mãe desejava quando escrevia os recadinhos dela na Bíblia. Só que hoje eu consigo entender isso através desses conceitos e eles me deram muitas respostas.

De um ano para cá, eu consigo ver que esse mergulho pra dentro de mim, pras minhas crenças, pros meus estudos, tá muito presente no meu dia a dia. Eu me sinto realmente como uma estudante (risos). Sempre buscando novos conteúdos, conceitos que me ajudem a me conhecer melhor, a me conectar mais com o universo, com Deus, com o meu eu superior. Trabalhar a minha espiritualidade é estar completamente conectada a fonte criadora. As coisas vão aparecendo no caminho e eu vou buscando um pouco mais de cada uma delas, tentando juntar tudo isso e colocando aquelas pedrinhas naquele mural lá, que eu falei.   [trilha sonora] Uma coisa que me ajudou muito na busca de autoconhecimento, sem dúvida nenhuma, foi a decisão de tirar um ano sabático.  [trilha sonora] Eu não tinha programação nenhuma, eu só queria mesmo descansar a mente. Mas é incrível, né? Quando você coloca a roda pra girar as coisas simplesmente começam a aparecer. E aí, nesse período, além de buscar mais conhecimento, eu comecei também a colocar em prática o conhecimento. Eu vi uma vez a Monja Coen falando que "não adianta nada vocês assistirem todos os meus vídeos e não colocarem em prática tudo o que eu tô falando”.

E como a maioria das pessoas, eu achava normal viver ansiosa, angustiada com a correria do dia a dia. E aí, neste período sabático, eu percebi que não quero viver assim, eu não preciso viver assim. Eu quero jogar luz nas minhas sombras, aprender a viver com elas. Eu quero ter ferramentas pra cuidar da minha vida, das minhas angústias, das minhas inseguranças e de todo e qualquer sentimento desconfortável. Conseguir sustentar o meu estado de paz e plenitude, pra mim, é o estado mais próximo de Deus.  [trilha sonora] Eu sou uma mistura de tudo isso e eu sempre me senti muito confortável pra falar de tudo que me tocava em cada uma das religiões, das filosofias de vida que eu conheci. De alguma maneira, desde criança, eu fui cercada pela fé e, hoje em dia, eu consigo entender através desses conceitos que, pra mim, não faz sentido me restringir a apenas uma religião. Eu não consigo pensar muito diferente disso, eu sempre me senti muito amparada, protegida, conectada e, por isso, muito agradecida. Eu não sei te explicar direito o porquê, mas pra mim é uma coisa muito básica, muito normal, natural na minha vida. Foi assim desde criança, eu sempre fui ensinada a acreditar e confiar em Deus. E é essa fé que eu trouxe pra minha vida que mudou a minha relação com tudo, até a maneira como eu acordo e me olho no espelho hoje em dia é diferente de como era um tempo atrás. [trilha sonora] Durante muito tempo, eu achei que pra encontrar Deus teria que ser em algum lugar fora de mim, que eu precisava estar na igreja, em contato com a natureza. Por exemplo, eu amava ir à praia pra rezar, eu me sentia conectada com Deus. E depois de um tempo, eu descobri que eu sou filha de Iemanjá, então faz todo sentido amar aquele lugar. Eu lembro que quando eu saia da praia, depois de rezar muito lá, eu ainda passava na igreja, ajoelhava no banco e rezava de novo.  Neste último ano, eu aprendi que existem inúmeras ferramentas de conexão com Deus, com o universo, com o todo, com a fonte criadora. E também aprendi que posso chamar Deus por inúmeros nomes. Eu sempre estarei falando com a mesma Energia. Talvez, também eu tenha sido criada para buscar um Deus fora de mim, que é um Deus que está no Céu, que está distante, que me pune por algo que eu tenha feito, pelo meu erro. Só que hoje em dia não, eu enxergo Deus de outra maneira. Enxergo Deus como essa energia que me acolhe, que me ama incondicionalmente, que ama as minhas qualidades, que ama meus defeitos e que me ajuda, todos os dias, a construir a versão melhor de mim mesma. Hoje em dia, eu sei que Deus está na Bíblia, na igreja, na praia, na árvore, em qualquer lugar na natureza, dentro do meu quarto, principalmente, dentro de mim. E eu faço a minha conexão com Deus através do meu eu superior, a cada meditação. Hoje em dia, eu acho que isso é o que faz mais diferença no meu dia a dia: entender que a minha busca pela fé não é um caminho que me leva pra fora, mas sim um caminho que me leva pra dentro de mim.  [trilha sonora] Victor Stirnimann: Os sábios sempre nos explicam sobre a importância do olhar para dentro de si, para a riqueza da vida interior, para a necessidade de buscarmos a nós mesmos. Às vezes vem até a pergunta: se eu já sou eu, porque eu precisaria me encontrar? Justamente, muitas vezes não somos nós mesmos de verdade em nossos pensamentos e ações. O ser humano é complicado assim. Ficamos misturados com nosso ambiente, com as opiniões dos outros, com nossos medos e nossas ilusões. Precisamos aprender a sair dessa mistura e escutar, sempre que possível, nossa voz interior. Como fazer isso? Essa voz, apesar de clara, é muito sutil e fala bem baixinho. É complicado conseguir escutá-la sem recolhimento, sem baixar o volume do ruído do mundo. Outra pista é que ela traz sempre um sabor de surpresa, apesar de dizer coisas que no fundo a gente já sabia, porque esse é o supremo mistério. O contato com a fonte, com o divino, com o sagrado acontece com a mais íntima das experiências. Meditei, busquei, até que o criador apareceu. E o rosto dele era o meu. Na Cabala que Fernanda tanto ama, aprendemos que as perguntas, as dúvidas, a sede de compreender são janelas que abrem nossa mente para a luz espiritual. Por isso, a espiritualidade é o próprio caminho e a fé se alimenta da profunda gratidão pela beleza e variedade da vida. [trilha sonora] Geyze Diniz: As nossas histórias não acabam por aqui. Acompanhe semanalmente nossos episódios e confira nossos conteúdos em plenae.com e no perfil @portalplenae no Instagram.  [trilha sonora]

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Conheça o conceito do bem-estar subjetivo

A métrica, amplamente estudada por pesquisadores da área de psicologia, pode explicar porque bem-estar e felicidade são compreendidos de forma diferente pelas pessoas

18 de Setembro de 2020


Felicidade, satisfação, estado de espírito e afeto positivo: todas essas palavras remetem a coisas diferentes para cada pessoa que as lê. Para uns, essas sensações podem estar relacionadas a bens materiais. Para outros, a lugares ou pessoas. Há ainda os que as relacionam à algo espiritual, no campo da subjetividade.

É fato que a ciência tenta explicar a felicidade há anos, sem definir um só entendimento para ela. Já explicamos aqui qual é a relação entre ter um propósito e ser feliz, por exemplo. Ou também, a relação entre casamento e felicidade e até mesmo o papel da natureza para nosso estado de espírito.

A verdade é que, desde os tempos mais remotos da história e da filosofia, a felicidade tem sido o tema central de diversos escritos, algo prioritário a se buscar na vida. Mas pouco se falava sobre as miudezas do cotidiano que poderiam nos levar a um sentimento de alegria. Hoje, conhecemos isso por “bem-estar”, e para a psicologia, “bem-estar subjetivo”.



O bem-estar subjetivo

Foi a partir dos anos 70 que o professor da Universidade de Illinois e Ph.D em psicologia, Ed Diener, trouxe o termo bem-estar subjetivo para a academia, conhecido em inglês como “subject well-being”. Ele é uma atitude perante a vida, e mora nas pequenas coisas, naquilo que não consegue ser capturado ou facilmente explicado.

E é por isso que vem acompanhado do termo subjetivo, pois ele é uma concepção abstrata e flexível, que atente à alguns padrões recentemente estudos, mas não oferece uma única regra.

De maneira geral, pode-se dizer que o tema abarca as percepções das pessoas quanto às suas próprias vidas, como elas vivem suas experiências de forma positiva e quais são suas avaliações a respeito do que é qualidade de vida. É pensar que a sua vida está indo muito bem, obrigada.

Mas com base no quê definimos que nossa vida está indo muito bem? Há diferentes métricas estudadas. É como uma fórmula matemática, definida sobretudo em uma soma de percepção positiva da própria vida + quantidade de afetos positivos sentidos ao longo de um dia.

Por ser o pioneiro nos estudos acerca do tema, Ed Diener também foi o responsável pela categorização dos mesmos. Para ele, há três agrupamentos possíveis para se compreender o bem-estar subjetivo.

  1. O bem-estar que sofre influências externas como virtude ou santidade, onde felicidade não é vista como um estado subjetivo, mas sim atrelada a possuir qualidades desejáveis dentro de uma sociedade.
  2. O que leva as pessoas a avaliarem positivamente suas vidas, citado anteriormente e conhecida no meio acadêmico como “satisfação de vida”, métrica que utiliza as respostas dos participantes para determinar o que é a vida feliz.
  3. Por fim, a dualidade entre afeto positivo X negativo, ou seja, ela mede o nível de emoções positivas ou negativas que o sujeito pode estar experienciando durante um período de tempo específico.

Segundo o periódico publicado pela psicóloga e professora, Claudia Hofheinz Giacomoni, na Pepsic, “definir bem-estar é difícil, uma vez que pode ser influenciado por variáveis tais como idade, gênero, nível socioeconômico e cultural. Muito amplamente, aponta-se que uma pessoa com elevado sentimento de bem-estar apresenta satisfação com a vida, a presença freqüente de afeto positivo e a relativa ausência de afeto negativo.”

Sendo assim, podemos entender que bem-estar é sentir somente afeto positivo e nunca negativo, certo? Nem sempre. Na verdade, para o cientista social americano Norman M. Bradburn, a felicidade mora justamente entre os dois. Portanto, para adquiri-la, é preciso estar no meio do caminho.

E é preciso lembrar que ambos são componentes interdependentes entre si, ou seja, você pode senti-los na mesma medida, em um mesmo dia, por situações diferentes. “Em um dia, por exemplo, a pessoa pode sentir muita alegria por ser promovida no trabalho e muita raiva por ter batido o carro” comenta o psicólogo Ubiratan Bittencourt.

Outros sociólogos ainda complementam essa concepção dizendo que essa satisfação com a própria vida pode estar relacionada às suas escolhas, relações e o meio onde se está inserido. E que, portanto, se o sujeito analisado se diz realizado com esses fatores, pode-se dizer enfaticamente que ele é um sujeito feliz.



A pesquisadora Claudia Giacomoni ainda aponta um outro modelo de métrica do bem-estar subjetivo definido pela psicóloga americana Carol Ryff e seu colega Corey Lee Keyes, composto por seis funcionamentos psicológicos diferentes:

  1. avaliação positiva de si mesmo e do período anterior de vida (auto-aceitação);
  2. Um sentido de crescimento contínuo e desenvolvimento como uma pessoa (crescimento pessoal);
  3. Acreditar que a vida possui objetivo (sentido) e significado (sentido de vida);
  4. Possuir relações de qualidade com outros (relações positivas com outros);
  5. Capacidade de manejar efetivamente a vida e o mundo ao redor (domínio do ambiente);
  6. E sentido de autodeterminação (autonomia).

“As principais teorias iniciais de bem-estar subjetivo estavam preocupadas em identificar como os fatores externos, as situações e as variáveis sócio-demográficas afetam a felicidade. Estas abordagens, conhecidas como bottom-up , mantêm como base o pressuposto de que existe uma série de necessidades humanas universais e básicas, e que a satisfação, ou não, destas viabiliza a felicidade” explica Claudia em seu artigo. Em suma, a satisfação e a felicidade são atreladas a um acúmulo dessas experiências felizes.

Fatores mais macro também podem “decidir” quem é feliz e quem não é como: o casamento, emprego, a saúde, as habilidades sociais, o lugar onde se mora, a idade e o poder aquisitivo. Mas como mesmo pessoas desfavorecidas nos aspectos citados anteriormente podem apresentar um bem-estar subjetivo e uma atitude otimista?

Top-down”, a abordagem contrária a “bottom-up” citada anteriormente, pode explicar. Segundo ela, existe uma predisposição em cada um de nós para interpretar situações e experiências de formas diferentes. Enquanto uns tendem a se manterem mais positivos, outros vão para o outro extremo.

Essa propensão, é claro, influencia na avaliação de sua própria vida e, logo, na sua métrica de bem-estar subjetivo. “Para a perspectiva top-down, nossa interpretação subjetiva dos eventos é o que primariamente influencia o bem-estar subjetivo, ao invés das próprias circunstâncias objetivas sugeridas pela abordagem anterior (bottom-up)” explica Claudia.

E é usando todas essas camadas existentes para se analisar um mesmo tema que define-se, por exemplo, qual é o país mais feliz do mundo ou ainda pesquisas como “pessoas casadas são mais felizes”. Para chegar a determinadas conclusões, é preciso entrevistar uma amostragem de pessoas consideráveis e analisar de perto o seu bem-estar subjetivo, ou seja, sua satisfação pessoal com a própria vida levando em consideração todas as métricas citadas anteriormente.

Após ler este texto, pense em sua própria vida. Em sua condição social e demográfica, em sua predisposição a se manter otimista, em seu balanço de emoções positivas e negativas sentidas em um mesmo dia… Com base em todas essas métricas citadas, como anda o seu nível de bem-estar subjetivo? Afinal, para a ciência é ele quem definirá se você é feliz ou não.

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