Viver é sobre construir laços.
12 de Dezembro de 2022
Viver é sobre construir laços. De tudo que deixamos para trás quando partimos deste plano, são as nossas conexões que ficam e que preservam nossa memória. O que eu deixei para cada um que cruzou o meu caminho? Essa deveria ser a nossa principal preocupação cotidiana.
E é nesse espaço que surge a família que escolhemos ter: os amigos. Não fomos obrigados a tê-los e muito menos a mantê-los. Não há nada mais legítimo do que essa escolha em ficar. Porque a amizade é, antes de mais nada, uma escolha diária.
E como qualquer relação, trata-se de uma construção à várias mãos, que pode demandar sim uma manutenção eventual. Para isso, temos um superpoder humano: a linguagem. A comunicação constrói pontes, estreita caminhos, cria atalhos. Em sua ausência, surgem ruídos, por ora inofensivos, por ora catastróficos.
Para manter um amigo por perto, é preciso se despir de vaidades e orgulhos, desviar de jogos e mentiras e estar disposto a sempre se reinventar, conforme os anos se passam. Nós mudamos constantemente e segurar na mão de quem caminha ao seu lado para encarar essas mudanças exige coragem e uma dose extrema de amor.
Abrace um amigo ainda hoje, se puder. Lembre-se de que algo de invisível, impossível de segurar com a mão, foi o que uniu vocês lá no começo dessa história, e é nessa partícula infinitesimal que seus caminhos se cruzaram em uma explosão que nenhum dos envolvidos jamais se esquecerá.
Para Inspirar
O que acontece com as nossas sensações físicas durante uma crise que precede a tão temida Síndrome de Burnout? Te contamos aqui!
1 de Novembro de 2024
No quarto episódio da décima sétima temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conhecemos a história de Gustavo Ziller. O representante do pilar Mente contou como caiu em falsas promessas de sucesso, assim como muitos, e penhorou sua própria saúde em nome desse tão sonhado status.
O que aconteceu com o empresário é o que acontece com milhares de pessoas pelo mundo: só no Brasil, em uma década, o número de afastamentos por Síndrome de Burnout cresceu 1.000%. O caso é tão sério que, recentemente, ela foi reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e entrou para a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11)
Por aqui, já falamos dessa questão em outras situações, seja desmistificando esse conceito de forma geral, ou no episódio de Izabella Camargo que também foi vítima dessa patologia e até os sinais de que seu corpo está estressado - mas não necessariamente em estado de burnout.
Hoje, vamos falar sobre o que acontece com o seu corpo durante uma crise que pode te acender um alerta para procurar ajuda de fato. Leia mais a seguir!
A Síndrome de Burnout, também conhecida como “síndrome de esgotamento profissional”, é o resultado direto de estresse crônico no ambiente de trabalho ou proveniente dele - ou seja, o que você continua sentindo mesmo quando está fora dele. Essa síndrome pode afetar o corpo de várias maneiras, como:
Fadiga intensa: uma sensação de cansaço físico e mental predominante, mesmo depois de descansar. É por isso que “férias” não é uma resposta simples e certeira.
Alterações no sono: o sujeito pode experimentar episódios intensos de insônia ou sono excessivo podem ocorrer, levando a uma piora na qualidade do sono.
Problemas digestivos: a pessoa que sofre de burnout pode observar um aumento de problemas gastrointestinais, como indigestão, dor abdominal, alterações no apetite, entre outros.
Dores físicas: muitas pessoas relatam sofrer de diferentes dores sem causas aparentes, como dores de cabeça, tensões musculares, entre outras.
Sistema imunológico enfraquecido: essa exaustão acumulada pode deixar o seu corpo mais suscetível a doenças e infecções de naturezas diferentes.
Alterações emocionais: além da imunidade, o estresse crônico pode causar sensações como irritabilidade, ansiedade e depressão. E, nesse ponto, vale a atenção na hora do diagnóstico, para que o especialista veja de forma macro e enquadre na síndrome, e não como condições separadas.
Cognição: dificuldades de concentração, problemas de foco e memória podem se intensificar, afetando a produtividade que é justamente o grande objetivo do trabalhador que sofre com burnout.
Mudanças no apetite: algumas pessoas podem perder o apetite, enquanto outras podem comer em excesso.
Além dos traços mais evidentes, citados anteriormente, há ainda outros que podem ou não surgir e não há uma ordem ou uma hierarquia. Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North, respectivamente, alemão e americana, criaram uma lista do que seriam os 12 estágios da síndrome. Esses estágios não devem ser vistos como fases, como explica o UOL Viva Bem, pois são sintomas. São eles:
1- Compulsão em demonstrar o seu próprio valor
2- Incapacidade de se desligar do trabalho
3- Negação das próprias necessidades
4- Fuga de conflitos ou quando é confrontado a respeito de sua situação
5- Negação de problemas
6- Reinterpretação de valores pessoais
7- Distanciamento da vida social
8- Mudanças abruptas de comportamento
9- Despersonalização, não consegue ver valor em si e nem nos outros
10- Vazio interno constante
11- Depressão patológica e clínica
12- Pensamentos suicidas - e aqui, o acompanhamento psicológico é urgente
Pessoas mais exigentes e entusiasmadas com o trabalho são mais suscetíveis a perderem o senso da quantidade de responsabilidade e se perderem no caminho para essa síndrome - mas não são as únicas. Todos podemos ser vítimas um dia, e ela não acontece subitamente, ela é crescente e pode levar anos até o pico de estresse chegar.
O primeiro passo é o de sempre: reconhecer o problema. Em seguida, procure uma ajuda psicológica que irá ajudar a mapear o tamanho do problema e quais são os passos seguintes. O tratamento será multidisciplinar, ou seja, a terapia poderá caminhar junto com a medicação e, em muitos casos, o afastamento do ambiente estressor é fundamental. Há saídas possíveis, quanto antes começar, melhor.
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