Para Inspirar

O que a ciência tem a dizer sobre lifelong learning?

As pesquisas não mentem: se manter estudando pode te trazer mais benefícios do que você imagina

13 de Setembro de 2024


Lifelong learning é tema que já passou por aqui, mas que retornou agora na décima sexta temporada. Inspirados no relato de Fabiana Scaranzi, que encontrou no estudo contínuo um grande propósito para sua vida, fomos mergulhar novamente nessa tema, dessa vez buscando as chancelas científicas que faltavam para te convencer: estudar é sempre o melhor caminho! 

Quando surgiu?


Pode-se dizer que o aprendizado contínuo sempre existiu enquanto ideal de vida de muitos. Mas enquanto conceito mais estruturado, foi na década de 1970 que enfim foi reconhecido como um campo da política educacional, reforçando que a educação não possui um prazo de validade; pelo contrário: ela deve ser adquirida durante a vida inteira - como reforça o artigo da PUC RS.

Isso também ganhou força pois as oportunidades de estudo foram se tornando cada vez mais possíveis e democráticas - mas, vale dizer, ainda temos um longo caminho a percorrer. Porém, quando comparamos nossos tempos aos de nossos avós, estudar não é algo tão distante de todos. Além disso, a exigência de novas capacitações e atualização constante são muito mais presentes do que em outros tempos.

A ciência do lifelong learning


Desde o seu surgimento, o conceito de lifelong learning é amplamente apoiado pela ciência, especialmente em áreas como neurociência, psicologia e educação. Mas, quais são os argumentos que validam a prática? A seguir, citaremos alguns.

Neuroplasticidade

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se reorganizar e formar novas conexões neuronais ao longo da vida, como te contamos neste Tema da Vez e neste artigo. O mais impressionante desse processo é que, apesar dele ser mais pungente na juventude, ele nunca para de acontecer e mesmo em idades avançadas, o cérebro pode aprender novas informações e habilidades. A ciência mostra que o lifelong learning pode manter e até melhorar essa função cognitiva.

Teorias de aprendizagem

Teorias educacionais, como o construtivismo de Jean Piaget, sugerem que a aprendizagem é um processo ativo que ocorre ao longo da vida, algo bem parecido com a neuroplasticidade citada anteriormente. Mas, para essa corrente, o aprendizado contínuo não se dá só em uma sala de aula clássica: ao interagir com o ambiente, resolver problemas e refletir sobre nossas experiências já estamos aprendendo.

Crescimento na carreira

Como mencionamos no começo do texto, o lifelong learning é muito exigido hoje em dia no contexto profissional. A ciência do desenvolvimento humano aponta que se manter aprendendo é fundamental para a adaptabilidade e sucesso em um mercado de trabalho em constante mudança. 

Profissionais que continuam a aprender e a desenvolver novas habilidades têm maior probabilidade de se manterem relevantes e de avançarem em suas carreiras, sobretudo em tempos onde os conceitos estão sempre sendo revisitados e a tecnologia avança continuamente.

Benefícios cognitivos e emocionais

Estudos indicam que a aprendizagem contínua pode retardar o declínio cognitivo associado ao envelhecimento, reduzir o risco de doenças neurodegenerativas, como a demência, e promover a saúde mental, como te contamos melhor nesse artigo. Além disso, estar engajado em novas atividades intelectuais pode melhorar a memória, a atenção, a resolução de problemas e trabalhar a sociabilidade se o curso em questão for em grupo, por exemplo.

Ainda nesse tema, a aprendizagem contínua está associada ao desenvolvimento pessoal e ao bem-estar geral, pois estar envolvido em atividades de aprendizagem educacionais de qualquer natureza pode aumentar a autoestima e proporcionar um senso de propósito.

Preservação do cérebro

Um estudo dos pesquisadores Denise C. Park e Gérard N. Bischof, feito em 2013, revelou que o engajamento em atividades mentalmente estimulantes, como aprender novas habilidades, está associado a uma preservação da massa cinzenta em áreas do cérebro relacionadas à cognição, retardando o declínio cognitivo.

Como colocar em prática


O lifelong learning não precisa ser tão complexo e envolver uma pós-graduação, por exemplo. Não precisa sequer envolver uma sala de aula ou ser na sua área de atuação. Ele diz mais respeito ao seu posicionamento perante a vida, ou seja, se manter interessado, curioso e saber extrair um conhecimento de todas as situações.

Um outro ponto importante para se colocar à mesa é que quanto mais plural forem os seus campos de estudo, melhor para o seu crescimento profissional, pessoal e todos os outros benefícios que citamos ao longo do artigo. Não pense que é perda de tempo estudar uma língua que ninguém fala ou um instrumento que ninguém toca, por exemplo. Tudo isso tem o seu valor direto e indireto e irá contribuir para a sua evolução pessoal. 

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Desmistificando conceitos: o que é a Biofilia?

Termo citado ao longo dos anos por diferentes autores explica a nossa relação com a natureza e porque ela se faz tão importante.

16 de Março de 2021


Como muitos dos termos que são desmistificados no Plenae, Biofilia tem uma explicação etimológica bastante literal: do grego, philia significa amor, enquanto bio significa vida. Logo, podemos traduzir em um primeiro momento como “amor à vida”, ou a natureza. Mas dá para se aprofundar.

Foi o que fez o autor Edward Osborne Wilson, em sua obra, “Biophilia”, publicada em 1984 pela editora de livros da Universidade de Harvard. Ele, que também é biólogo e entomologista, define o termo como sendo “uma tendência natural do ser humano voltar sua atenção para as coisas vivas.”

Stephen Kellert, professor de ecologia na Universidade de Yale, não poderia concordar mais. Para ele, a biofilia seria essa “inclinação inata” que temos na nossa relação com os processos naturais do mundo. Em conjunto, os dois especialistas cravaram: mesmo em um mundo moderno, a necessidade de nos conectarmos com a natureza segue sendo fundamental para a nossa saúde como um todo.

Um outro grande entusiasta do termo é o cientista David Suzuki, que em diferentes oportunidades em sua carreira, trouxe o tema à tona. Uma delas foi em seu documentário de 2005, Suzuki Speaks, onde o especialista se propõe a demonstrar como é preciso estarmos ligados a outras espécies da natureza para sermos “plenamente humanos”.

Que o natural exerce um verdadeiro efeito calmante em nosso corpo e mente, isso nós já te contamos nessa matéria . Aliás, calmaria não é o único benefício que ela pode te trazer: somente aqui, listamos 5 dos muitos outros fatores que ela traz e que podem contribuir para uma vida melhor. Até mesmo um hábito acessível como a jardinagem já pode trazer mais equilíbrio para seus pilares.

A biofilia dos dias

Uma vez entendido o conceito, é hora de analisá-lo na prática. E uma das aplicações mais comuns e vantajosas da biofilia é a integração da natureza no nosso ambiente, capaz de nos fazer mais felizes, saudáveis e produtivos .

E é por isso que os estudiosos das áreas de design e arquitetura possuem um olhar ainda mais crítico, urgente e direcionado à necessidade de elementos naturais ocupando a nossa visão e o lugar onde ficamos mais tempo. É o caso de Nikos Salingaros, um matemático reconhecido principalmente por seu trabalho em teoria urbana, teoria arquitetônica, teoria da complexidade e filosofia do design.

Em 2019, Salingaros explica a biofilia como sendo “uma resposta humana a seres animados e a geometrias complexas do ambiente construído que remetem ao ambiente natural”. Somos organicamente afetados pela natureza principalmente porque, apesar de acreditarmos que as cidades são a única realidade possível, na história do mundo, temos mais tempo ao lado das plantas e animais do que dos carros e prédios.

Se hoje vivemos em ambientes artificialmente construídos, só conseguimos chegar até aqui graças aos nossos primatas, que por milhares de anos sobreviveram em meio a natureza selvagem. Isso está em nosso DNA mais profundo e longínquo, mas também está em nossos dias, como no nosso prato. Há pouquíssimos elementos em nossa alimentação que não sejam provenientes dela novamente: a natureza.

Ter essa consciência de que o meio ambiente não é só benéfico para nós, mas também parte de nós, nos ajuda a entender porque estar em contato com ele nos faz bem de uma maneira até então inexplicável. Também nos faz enxergar sua presença nas miudezas do nosso cotidiano.

Essa “hipótese biofílica”, como alguns estudiosos costumam chamar, é o conjunto desses estudos que culminam sempre na mesma resposta: a exposição ao ambiente natural é fonte de inúmeros benefícios porque à ela pertencemos. Até mesmo em hospitais, o mais moderno de todos os ambientes, bebe dessa fonte.

Ao redor do mundo, alguns centros extremamente avançados já incluem em sua suntuosa arquitetura jardins verticais, praças, sons que se assemelham ao barulho dos ambientes naturais, dentre outras táticas. E os resultados, para nossa surpresa (ou não) são demasiadamente positivos, sobretudo em pacientes que enfrentam um longo tratamento.

Benefícios do contato com a natureza:

  • Redução dos níveis de estresse e, consequentemente, hormônios atrelados a ele.
  • Diminuição da pressão sanguínea
  • Menor percepção da dor e melhora na recuperação após longos tratamentos
  • Aumento da performance em ambientes de trabalho
  • Benefícios para a autoestima, saúde mental e até senso de humor
  • Maiores chances de um alto desempenho em tarefas cognitivas, sensoriais e memoriais.
  • Na infância, o aumento da qualidade de vida proveniente do contato com a natureza diminui substancialmente a ocorrência de distúrbios psicológicos

Agora você já está convencido de que a biofilia é um conceito que veio para ficar? Inclua a natureza em sua rotina sempre que conseguir! Você verá os resultados em pouco tempo!

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