Cérebro plástico

Como anda sua saúde mental? Você tem sofrido de ansiedade ultimamente? Ou pior, tem percebido a depressão bater em sua porta?

17 de Março de 2022



Cérebro plástico
O que você vai encontrar por aqui: 
  • O que é a neuroplasticidade
  • Os diferentes níveis de mudança
  • Como o estresse modifica seu cérebro
  • O poder da meditação na neuroplasticidade
  • Como aumentar sua plasticidade cerebral
Boa leitura! 
Como anda sua saúde mental? Você tem sofrido de ansiedade ultimamente? Ou pior, tem percebido a depressão bater em sua porta? 

Já em 2019, o Brasil era o país com o maior índice de casos de transtorno de ansiedade no mundo, com mais de 18 milhões de pessoas sofrendo deste mal, e o quarto colocado em casos de depressão, segundo a OMS. Após dois anos de pandemia e com as mais recentes notícias dos conflitos na Ucrânia, é possível que você se sinta como um possível candidato a entrar para estas estatísticas. Reconhecemos: não está nada fácil. 

Ainda se compararmos os males que acometiam a humanidade no passado com o momento atual, podemos observar uma transição significativa de doenças do corpo para as doenças da mente. De crianças à adultos, as síndromes e transtornos psicológicos estão aumentando de forma assustadora. São muitas as razões para que isso esteja acontecendo e precisamos estar atentos aos sinais, buscando ajuda o quanto antes. Por outro lado, os avanços nos estudos sobre o funcionamento do cérebro nos dão esperanças de que algumas respostas podem estar mais perto do que imaginávamos. 

Existe um conceito chave na neurociência com o potencial de transformar a saúde mental das pessoas: a neuroplasticidade. Ela se refere a incrível capacidade do nosso cérebro de se reprogramar e criar novas conexões neurais a partir dos nossos pensamentos, estilo de vida e o ambiente que nos rodeia. A princípio, os estudos sobre a plasticidade cerebral focaram em casos de lesões físicas em determinadas regiões desse órgão, com achados interessantíssimos. Recentemente, mais e mais estudos mostram que todos nós podemos nos beneficiar - e muito! - não só deste conhecimento, como de sua aplicação prática. 

Assim, acreditamos que vale a pena entender um pouco mais sobre como nosso cérebro funciona e sua imensa capacidade de se moldar a cada instante. Queremos com isso ajudar você a fazer escolhas que possam criar circuitos neurais que atuem a seu favor, trazendo muita saúde e bem-estar para sua vida. 

 
Fundo no assunto
Um pouco de anatomia


O cérebro é, sem dúvida, um órgão fascinante e compreendê-lo segue sendo um dos grandes desafios da ciência. Segundo a Dra. Lara Boyd, neurocientista da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, até aproximadamente 1980 ainda se acreditava que o Sistema Nervoso Central, após a puberdade, tornava-se uma estrutura rígida e que as únicas mudanças que ocorreriam no cérebro a partir daí seriam negativas: a perda de células cerebrais devido ao avanço da idade ou lesões causadas por um AVC, por exemplo.  

Atualmente, estudos mostram que mesmo o cérebro adulto tem uma incrível capacidade de se reorganizar e modificar algumas de suas propriedades estruturais e funcionais em resposta às experiências de vida. Ele é um órgão extremamente dinâmico e essa plasticidade permite não só a criação de novos neurônios (conhecido como neurogênese) e  o estabelecimento de novas conexões entre eles, como também uma mudança de volume de certas regiões do cérebro segundo o estímulo que recebe. 

Um exemplo disso é um famoso estudo da Universidade de Londres com taxistas, que devem memorizar o mapa da cidade para poderem tirar a licença. Pesquisadores descobriram mudanças físicas no hipocampo, relacionado à memória, nesses motoristas, com um crescimento significativo desta região do cérebro naqueles que dirigiam há mais tempo. 

Para entender melhor a neuroplasticidade e como ela funciona, precisamos compreender um pouco mais sobre os neurônios. Sabemos hoje que a chave da nossa mente é a conectividade entre eles e a geometria de seus circuitos. Um neurônio é uma célula altamente especializada que recebe, processa e transmite sinais químicos e elétricos para outros neurônios. 

Ele é composto de três partes: os dendritos, a parte que recebe esses sinais; o corpo celular, a parte que processa a informação recebida; e o axônio, a parte que transmite este sinal para o próximo neurônio. Quando dois neurônios se conectam, ocorre uma sinapse entre eles, que utiliza uma série de moléculas químicas conhecidas como neurotransmissores. Agora que você sabe o básico dessa anatomia, entenderá os diferentes níveis de mudança que a plasticidade cerebral acontece. 


Aqui, a neuroplasticidade ocorre no aumento ou diminuição da concentração dos neurotransmissores responsáveis pelas sinapses. Os neurotransmissores funcionam como um tipo de “lista do que fazer”, e entre os mais conhecidos estão a adrenalina, relacionada a comportamentos de luta e fuga; a serotonina, associada ao bom humor e o bem estar; a dopamina, ligada ao prazer; o glutamato, relacionado com a memória e aprendizagem, entre outros. 

Como essa mudança pode ocorrer rapidamente, ela está associada à memória de curto prazo ou uma melhoria momentânea no desempenho de uma atividade motora. Por exemplo, se você praticar por um dia uma determinada habilidade, sentirá um avanço no final do dia, significando um aumento nas sinapses relacionadas àquela informação, mas caso você pare por aí, rapidamente irá perder este aprendizado. 


A neuroplasticidade no nível estrutural envolve o desenvolvimento de novos neurônios e a criação de novas conexões entre eles. Ao mesmo tempo, os axônios, responsáveis por transmitir a informação, são envolvidos por uma camada protetora de gordura chamada mielina que aumenta de espessura a partir da repetição de determinada atividade, tornando as conexões mais fortes e rápidas, gerando uma mudança na estrutura física do cérebro. Esse tipo de mudança leva mais tempo e está ligada à memória de longo prazo.


As rotas neurais fortalecidas levam a ativação de determinadas regiões do cérebro. Cada região está ligada a uma série de funções, como a coordenação motora, os sentidos, o aprendizado, a linguagem e mais. Estudos mostram que, quanto mais você acessa uma determinada região, não só fica cada vez mais estimulante e fácil acessá-la novamente, como ocorre um aumento físico dela, aumentando o número de neurônios disponíveis e sua conectividade. 

Hoje já se sabe que todos os nossos comportamentos são importantes, pois cada um deles está modificando e moldando nosso cérebro. Cada pensamento, ação ou experiência no ambiente que te rodeia está criando um determinado tipo de conexão entre os neurônios. Ao mesmo tempo, rotas neurais bem estabelecidas geram pensamentos, emoções e condutas: é uma via de mão dupla. 

Nosso cérebro é uma máquina de criar padrões. Isso porque nossa atenção é limitada e o cérebro precisa dar conta de múltiplas tarefas simultaneamente. Para ganhar eficiência, ele usa a estratégia de padronizar ações e comportamentos para que se tornem automáticos e gastem menos energia. Por isso, a neuroplasticidade ocorre tanto no sentido de aumentar e estabelecer novas conexões, mas também de enfraquecer aquelas que não estão sendo utilizadas. O cérebro está mudando constantemente a partir das coisas que você faz, mas também pelas coisas que você não faz. 

Kristen Meisenheimer, professora e pesquisadora de neuroquímica da Universidade Politécnica Estadual da Califórnia, explica em seu Ted Talk o impacto do estresse crônico na plasticidade cerebral, e por fim, no nosso bem-estar. Existem 3 regiões no cérebro associadas à ansiedade e à depressão, o córtex pré-frontal, responsável pelas tomadas de decisão, o hipocampo, associado à memória e a amígdala, ligada especialmente às emoções de medo e ansiedade.
O que estudos têm mostrado é que os neurônios presentes nestas regiões são altamente plásticos quando expostos ao estresse prolongado, porém seu comportamento ocorre de forma oposta. Nas regiões do hipocampo e do córtex pré-frontal observou-se um encurtamento dos dendritos nos neurônios, reduzindo conexões e enfraquecendo a comunicação entre eles. Ao mesmo tempo, na região da amígdala, os neurônios respondem ao estresse expandindo seus dendritos, aumentando e fortalecendo a conexão entre eles. 

Essas mudanças estruturais podem levar ao desenvolvimento de depressão, ansiedade e outros transtornos psicológicos, já que a pessoa perde sinapses importantes associadas à tomada de decisão, a coordenação e a memória, ficando literalmente presa em uma rota neural de pensamentos, sentimentos e comportamentos negativos. A longo prazo, observa-se inclusive uma perda de volume do hipocampo, área do cérebro onde acontece a neurogênese, potencializando o desenvolvimento de Alzheimer e Parkinson. 

Sabemos que é impossível não sentir estresse, pois são muitas as situações que nos tiram do eixo. Aprender a reconhecer os sinais de que você está estressado é o primeiro passo para mudar a direção, como explicamos nesta matéria. Ao mesmo tempo, encarar os pequenos estresses como aliados pode te ajudar a mudar totalmente como seu corpo reage ao estresse.  
O que dizem por aí
Trocando a medicação pela meditação



          

Agora que você conhece um pouco mais sobre como seu cérebro funciona, talvez fique mais fácil entender os benefícios de tantas estratégias para gerar bem-estar difundidos em nosso portal. Cada uma delas, sem dúvidas, está modificando seu cérebro e criando caminhos neurais mais positivos. Para resultados duradouros e profundos, a repetição é a chave.

Dentre todas, vale destacar o inegável poder da meditação. Como explicamos nesta matéria, estudos com meditadores experientes mostraram um aumento da massa cinzenta em várias regiões do cérebro, especialmente no córtex frontal e no hipocampo, exatamente as regiões afetadas pelo estresse!

Um achado importante em meio aos inúmeros estudos científicos sobre o efeito da meditação no cérebro, é que a prática funciona como um antídoto contra o envelhecimento cognitivo, já que ao ativar o hipocampo, a meditação estimula a neurogênese, criando mais neurônios e trazendo, a um meditador de 50 anos de idade por exemplo, a capacidade cognitiva de um jovem de 25 anos. 

Certamente você já ouviu muito sobre os benefícios da meditação para nossa saúde física e mental, afinal, ela é uma prática milenar que se popularizou no ocidente com o mindfulness, versão laica e adaptada à rotina contemporânea. Hoje existem diversos aplicativos, podcasts, acessórios, cursos e, inclusive, práticas variadas para todos os gostos (já ouviu falar do shaking meditation ou da meditação transcendental que te contamos aqui?). 

Seja qual for o caminho escolhido, para que a meditação alcance os efeitos desejados, é preciso enxergá-la não como um band-aid para a ansiedade, mas sim como um estilo de vida que poderá, de fato, trazer mudanças significativas a partir da prática, ainda que seja por 10 minutinhos, e agora você já sabe o porquê. Que tal colocar em prática esses três passos que te ensinamos para tornar a prática diária?

 
A beleza de ser um eterno aprendiz

    

Novos aprendizados podem mudar redes inteiras de conexões entre neurônios. Segundo Sara Boyd, quanto mais desafiador for o processo, maior as mudanças estruturais em seu cérebro. Por isso, o conceito de lifelong learning tem sido cada vez mais difundido como receita para qualidade de vida. Ao aumentar as conexões neurais aprendendo uma nova habilidade, você também aumenta sua resiliência, já que oferece ao seu cérebro novos caminhos por onde percorrer para lidar com os desafios da vida. 

Mas fique tranquilo! Te ensinamos aqui como melhorar a sua aprendizagem em alguns passos, caso seja essa a sua dificuldade. O importante é se manter aluno por toda a vida! Além do aprendizado contínuo, deixamos aqui 3 outras dicas para aumentar sua plasticidade cerebral:

Quer saber mais? Separamos alguns conteúdos que podem te ajudar
a fazer um mergulho ainda mais profundo, não deixe de conferir!

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Para Inspirar

Como a masculinidade tóxica pode afetar a paternidade?

A imposição da sociedade e expectativa sobre o homem de que ele não acesse a sua sensibilidade pode ser nociva não só para ele, mas para seus filhos também

11 de Junho de 2021


Na segunda temporada do Podcast Plenae , pudemos conhecer a emocionante história da apresentadora Mariana Kupfer , que decidiu gerar a sua filha de maneira independente e criá-la da mesma forma. Inspirados por esse relato, investigamos um pouco mais sobre o universo da maternidade solo por opção : quais são os caminhos, os dados e a opinião de especialistas.

Mas a grande maioria das mães que criam seus filhos sozinho, não o fazem por opção própria - e sim, advindas de um abandono posterior do pai daquela criança. Afinal, no Brasil, cerca de 6% das crianças são registradas sem um pai em sua certidão, todo ano. Segundo a Central de Informações do Registro Civil, até a metade de 2020, mais de 80 mil crianças de um total de 1.280.514, tiveram apenas o nome de suas mães em seus registros, como revela a Revista Crescer .

É o caso do palestrante Marcos Piangers , que participou da quinta temporada do Podcast Plenae e contou como ter sido criado por uma mulher solteira, sem a presença paterna, moldou quem ele é hoje. O escritor de best-sellers sobre assuntos familiares pôde contar, ao longo da sua vida, com o registro de um padrasto em seus documentos, depois de já ter crescido, mas a presença afetiva e duradoura, somente mesmo de sua mãe.

É por isso que hoje ele se empenha em falar tanto sobre paternidade, masculinidade e afeto . Para ele, a obrigação que a sociedade impõe sobre os homens de que eles sejam mais duros e acessem menos a sua sensibilidade, acaba refletindo de forma muito negativa na paternidade que esses mesmos homens exercem, afastando-os do que poderia ser uma troca intensa de amor, carinho e respeito.


Paternidade afetiva

Em 2015, o documentário “The Mask We Live In” (“A máscara em que vivemos”, em tradução livre) fez sucesso por trazer à tona um tema pouco discutido até então: a masculinidade tóxica. Nele, a ideia do macho dominante é abordada sob a ótica do quanto ela afeta psicologicamente crianças e jovens - que um dia se tornarão adultos.

Apesar de se passar nos Estados Unidos, essa é uma realidade do mundo todo. No Brasil, esse assunto foi discutido e pesquisado - e também virou documentário, “O silêncio do homem” . O grupo que organizou o documentário também realizou uma pesquisa com dados bastante reveladores, condensados pela Folha de São Paulo : 72% dos quase 20 mil homens brasileiros que responderam foram ensinados a não demonstrar nenhuma fragilidade, 60% foram instruídos a não expressar emoções e 40% alegaram se sentirem solitários com frequência.

A Associação Norte Americana de Psicologia estimou que 80% dos homens americanos sofrem de alexitimia, uma “incapacidade de expressar, descrever ou distinguir entre emoções''. Isso pode ocorrer em um cenário de distúrbio emocional, seja ocasionado por uso de substância, exposição repetida a um estressor ou psicossomático.

Isso é, de imediato, ruim para a saúde dos homens, que possuem uma tendência maior a desenvolverem doenças crônicas, vícios, acidentes, distúrbios emocionais e até assassinatos, segundo relatório da Organização Pan-Americana da Saúde. Nele, ainda destaca-se que um em cada cinco homens que vivem nas Américas morre antes dos 50, sendo muitas dessas mortes causadas por problemas diretamente ligados à masculinidade tóxica.

“Eu passei e passo a vida tentando entender a figura masculina. Até eu lançar o primeiro livro, aos 35 anos, eu não tinha amigos, nem referenciais de masculinidade saudável. A minha visão é de que homem tinha que ser conquistador, forte, malandro, alheio às questões da família e dos afetos”, diz Piangers, em seu episódio. A pressão social sobre os homens de que eles sejam uma fortaleza, afeta portanto também a sua paternidade.

“Meu livro vendeu cerca de 300 mil cópias. Já viajei para vários países tentando passar a mensagem de que a gente precisa mudar a nossa visão de paternidade e masculinidade. (...) Com meus livros e vídeos, acredito que a mensagem já tenha chegado a talvez 1% da população brasileira. Eu sozinho não vou dar conta de alcançar todo mundo. Por isso eu incentivo que mais homens escrevam e falem sobre isso. E não é sobre mim, é sobre 6 milhões de crianças que não têm o nome do pai da certidão, e outras milhões que não tiveram um pai presente e afetuoso.”, diz.

Essa afetividade positiva e possível de ser sentida e colocada em prática por uma figura masculina virou notícia no caso do menino Angelo, de apenas 8 anos, que pediu para uma juíza mudar o seu sobrenome, tirando o do seu pai biológico ausente e colocando o do seu padrasto. “Pai é aquele que ama, pai é aquele que cuida, pai é aquele que está do lado da gente", disse o garoto.


Paternidade solo

Quando a situação é a de uma paternidade solo, a afetividade se faz ainda mais necessária. É o caso de Erick Correia dos Santos, 28 anos, que cuida de sua filha sozinho há mais de dois anos. Para ele, que é pai de uma menina, substituir o papel de uma mãe é impossível, até mesmo pela cumplicidade que ambas juntas teriam.

Mas, com a ajuda de sua família, que além de oferecer uma rede de apoio atualmente, também o criou em um contexto de afeto e segurança, ele consegue passar seus valores e garantir uma vida confortável e amorosa para a sua filha. “Nem todos os dias são fáceis. Aprendi a ter mais paciência, a dizer não nas horas certas e a ter mais responsabilidades como homem”, diz ele.

Em recado a outros pais, Erick lembra que é importante aproveitar cada segundo ao lado de seus filhos, porque a infância passa muito rápido. Diz também que é preciso que os pais façam que seus filhos o enxerguem como um herói, e deixem as amarras da masculinidade de lado. “Muitos não deixam suas emoções aparecerem por algum tipo de vergonha ou timidez, não se dão toda a liberdade necessária para se ter mais afeto entre as duas partes, e muito se perde por aí”, conclui.

No canal “Papai em dobro”, de Ton Kohler, essa paternidade solo é discutida em suas mais diferentes óticas e problemáticas. Há inclusive uma série de vídeos com a participação de Marcos Piangers, que debateu, em suma, muito do que trouxemos nessa matéria.

Você está atento à sua paternidade? Acredita que ela seja afetiva o suficiente? Busque não perpetuar essa cadeia tão violenta, de forma generalizada, que é a masculinidade tóxica. Pais que foram educados para serem “durões” quando crianças, acabam criando seus filhos assim, afastando-se emocionalmente deles e minando seus sentimentos.

Lembre-se de que o tempo da infância é de suma importância para que o caráter daquela criança seja moldado de maneira positiva - e de que esse tempo não volta mais.

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