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O que o país mais feliz do mundo pode nos ensinar

Produzido pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, o documento classifica 156 países usando seis variáveis diferentes

28 de Março de 2019


Pelo segundo ano consecutivo, a Finlândia ficou em primeiro lugar no Relatório Mundial da Felicidade , recém-divulgado. Produzido pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, o documento classifica 156 países usando seis variáveis: PIB per capita, apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade para fazer escolhas de vida, generosidade e percepção de corrupção. O Brasil ocupa a 32.ª posição do ranking, que tem, nos primeiros lugares, Dinamarca, Noruega, Islândia e Holanda, depois da campeã, Finlândia. Por que a Finlândia é tão feliz? De acordo com o relatório, políticas eficazes fazem da Finlândia um país feliz. No entanto, tradições e estilos de vida também estimulam a alegria daquele povo. Heikki Väänänen, fundador da HappyOrNot, plataforma de promoção de felicidade em consumidores, diz que os finlandeses sempre interagem ao ar livre, mesmo o com mau tempo. “Fazemos muito esporte à noite e passamos tempo com os vizinhos. Eu não sei se há alguma pesquisa, mas eu apostaria que gastamos muito menos tempo assistindo Netflix do que os americanos”, diz. Väänänen acrescenta que, como a Finlândia é pequena, os deslocamentos costumam ser rápidos, dando às pessoas mais tempo livre para se divertirem. “Costumamos caminhar, andar de bicicleta ou pegar o ônibus, embora alguns de nós dirijam. As crianças frequentam a escola sozinhas e são independentes. Os pais não se preocupam de que algo assustador acontecerá com elas. A independência é uma grande parte da nossa felicidade”, aponta. O poder do “sisu” Para a jornalista e escritora Katja Pantzar, o elemento-chave para a felicidade finlandesa é o conceito chamado “sisu”, que descreve o estoicismo, a determinação e a resiliência do povo nórdico. "Sisu significa adotar uma abordagem saudável para o longo e frio inverno escuro ao abraçar atividades como mergulhar no mar ou em um lago com a água a 1 ou 2 graus Celsius", afirma a autora do livro The Finnish Way: Finding Courage, Wellness and Happiness Through the Power of Sisu (inédito no Brasil). “Os nadadores sentem-se energizados e exuberantes, pois a imersão na água gelada libera os chamados hormônios felizes, que incluem endorfina, dopamina e ocitocina." Segundo Pantzar, ao unir esse tipo de atividade revigorante “com uma sociedade bastante igualitária, uma forte rede de segurança social que inclui ensino elementar, secundário e universitário gratuito e uma cultura de confiança, tem-se os ingredientes básicos para um estilo de vida equilibrado". Como aumentar a felicidade em qualquer lugar Confira algumas do jornalista americano Dan Buettner , estudioso das regiões com o maior número de centenários do mundo, que batizou de Zonas Azuis , para ser mais feliz. Ambiente social . “Certifique-se de ter alguns amigos felizes em seu círculo próximo. Para cada novo amigo, você tem 15% mais chance de ser feliz.” Economize dinheiro sempre que possível. “O efeito da segurança financeira é cerca de três vezes mais duradouro e eficaz do que a sensação de comprar um novo aparelho ou um novo par de sapatos. A segurança financeira é melhor para a felicidade a longo prazo.” Fique ao ar livre e mexa-se, se puder. “Os lugares mais felizes do mundo fazem um esforço evidente para as pessoas caminharem. Em Copenhague, 55% de todos os deslocamentos são feitos a pé, uma estatística semelhante à de Helsinque. Essas cidades não são projetadas apenas para carros, mas para humanos.” Leia o artigo completo aqui . Fonte: Nicole Spector Síntese: Equipe Plenae

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O que é o 'ikigai', o segredo japonês para um vida longa

Pessoas com senso de propósito vivem mais e são mais felizes

21 de Novembro de 2019


Você sabe por que se levanta pela manhã? Se consegue responder a isso, então, você já encontrou seu ikigai, um conceito japonês antigo que pode ser a chave para uma vida longa, feliz e saudável. Não existe uma tradução direta para o termo.

O mais próximo que se pode chegar é a descrição feita por Ken Mogi, autor do livro Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz (Astral Cultural, 2018). "Ikigai é a sua razão de viver", diz o neurocientista japonês. "É o motivo que faz você acordar todos os dias."

O conceito vem de Okinawa, um grupo de ilhas ao sul do Japão com uma população de moradores centenários bem acima da expectativa de vida média, mesmo para os padrões japoneses. Muitos acreditam que o ikigai é o segredo de sua longevidade. O termo é bem conhecido em todo o país, como explica Mogi, e a ideia representada por ele está se espalhando para outras partes do mundo.

Segundo o autor, é "muito importante identificar as coisas que você gosta de fazer e que te dão prazer, porque elas dão propósito à vida e levam a uma existência longa e feliz". "E não se trata apenas de viver por um longo tempo, mas de aproveitar a vida e saber o que você quer fazer com ela", afirma.

O ikigai também é algo muitas vezes relacionado à vitalidade. "É a felicidade que vem de sempre ter algo para fazer, de estar ocupado", diz Francesc Miralles, que, junto com Héctor García, escreveu Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz (Intrínseca, 2016).

Como achar seu 'ikigai'?


"Em geral, somos tão obcecados com o sucesso e grandes metas que a vida acaba se tornando intimidadora. O legal do ikigai é que você pode partir de coisas pequenas até chegar aos grandes objetivos de vida", diz Mogi Mas todo esse bem-estar em potencial depende de um pequeno detalhe: encontrar um ikigai.

E se você não sabe o que mexe com você? "Você precisa observar a si mesmo", recomenda Mogi. "Parta do zero, olhe-se no espelho: que tipo de pessoa é você? Pense no passado e no que te dá prazer. Isso te dará uma pista. Como neurocientista, eu acredito que as coisas que nos dão prazer são reflexos do tipo de pessoas que nós somos."

Mas ampliar seu horizonte para objetivos maiores pode ser mais complexo. "Se você não sabe o que quer da vida, comece fazendo uma lista do que você não quer, quais situações te deixam desconfortável ou infeliz, quais atividades prefere evitar", aconselha Miralles.

"Você pode descobrir que há várias coisas que te deixam feliz: aprender coisas novas, cuidar do jardim, ajudar outras pessoas, resolver problemas, fazer música... ou vender coisas, falar em público." Miralles admite que encontrar um ikigai não é sempre um processo simples. "Há pessoas que sabem o que querem ser desde a infância, mas a maioria de nós não sabia o que queria."

E há o peso do cotidiano: "Vamos à escola, buscamos emprego, lidamos com obrigações e pagamos contas... e, com isso, podemos nos distanciar de nossos impulsos naturais". Para ajudar a encontrar sua paixão, o escritor sugere seguir o conselho do cientista da computação e palestrante motivacional Randy Pausch (1960-2008): "Resgate seus sonhos de infância. Quais eram? Desenhar por horas? Dançar? Correr? Pense em quando era pequeno e no que te deixava feliz e você não faz mais".

Quantos 'ikigais' você pode ter?

Há muitas formas de ter prazer. Na verdade, é importante ter vários ikigais, dos mais simples aos mais ambiciosos. "A maioria das religiões só acreditam em um deus. Mas, no Japão, acreditamos que há 8 milhões de deuses", diz Mogi. "Isso influencia como os japoneses veem o ikigai: não acreditamos que há só uma coisa importante, não perseguimos apenas um objetivo, pode haver milhares de coisas diferentes que podem nos dar prazer."

Mogi dá um exemplo como isso se aplica em sua vida prática. "Meu ikigai menor é correr 10 km em Tóquio todos os dias. Mas, como cientista, minha maior alegria é ter ideias novas e, talvez, dar uma contribuição para o mundo. Isso também é meu ikigai".

Há alguma prova de que o 'ikigai' funciona?

Mogi está convencido de que sim, e aponta estudos realizados pela Universidade Toho, em Tóquio, que investigam o sentido e significado da vida e sua correlação com a taxa de mortalidade em idosos.

De acordo com estudos realizados com idosos que levam um estilo de vida equilibrado, há uma correlação entre longevidade e ter uma razão de viver: seu sistema imunológico - e, em especial, um tipo de glóbulo branco, o neutrófilo - atua melhor, ajudando a mantê-los saudáveis por mais tempo.

Em uma outra pesquisa, a neuropsicóloga americana Patricia Boyle, do Centro Rush para Mal de Alzheimer, em Chicago, acompanhou 900 idosos que corriam o risco de desenvolver demência em um período de sete anos. Ela concluiu que aqueles com uma boa noção de seu propósito de vida tinham 50% menos chances de ficar doentes.

“O cérebro humano tem uma habilidade incrível de regular as funções do corpo.Em alguns casos, pode se curar por conta própria, como demonstrado pelo efeito placebo", afirma Mogi. "Se você acha seu ikigai, as pequenas coisas que dão significado à vida podem te ajudar a preservar sua saúde por mais tempo."

Quem são os mestres do 'ikigai'?

Quando Francesc Miralles e Héctor García visitaram Ogimi, um vilarejo de Okinawa, eles chegaram à mesma conclusão sobre a relação entre a longevidade e o ikigai. Ogimi tem 3 mil habitantes e está no Livro Guinness dos Recordes por ter a população mais velha do mundo. Também é um epicentro do ikigai.

Não é uma surpresa, portanto, que Okinawa seja conhecida como a "Terra dos Imortais". As pessoas dessa região do Japão tiram proveito do clima subtropical, têm uma dieta rica em frutas e vegetais, moram em comunidades onde se valorizam os laços pessoais e se mantêm ativas fisicamente por toda a vida.

Miralles e García se interessaram pela "história do vilarejo de centenários, onde tantas pessoas vivem além dos 100 anos". "Queríamos descobrir o porquê disso", diz Miralles. "Como parte de nosso trabalho de campo, perguntamos aos idosos de Ogimi o motivo de estarem sempre alegres, por que cuidavam uns dos outros, o que os fazia ter laços tão fortes uns com os outros... e uma palavra era mencionada com frequência: ikigai."

Um dos aspectos que diferenciam o ikigai de simplesmente ter um hobby é que não se trata de obter uma gratificação instantânea. É algo que impulsiona a pessoa rumo ao futuro e a faz seguir em frente. Miralles diz que há outros lugares do mundo com condições de vida semelhantes às de Ogimi, mas não com a mesma proporção de moradores centenários. Então seria o ikigai o segredo da longevidade? "Acredito que essa seja a diferença."

Fazendo o 'ikigai' funcionar para você

É claro que nem todos nós podemos levar uma vida idílica em Okinawa, "mas todos podemos 'criar nossa Okinawa' onde estamos", segundo Miralles. Ele destaca que, ainda que essa região seja bem diferente do resto do país, outras partes do Japão adaptaram o conceito às suas vidas, mesmo em ambientes urbanos.

Para trazer o ikigai para sua vida você não precisa se mudar, mas apenas entender a essência do conceito e torná-lo parte do seu cotidiano. Então, se você quiser ter uma vida longa e saudável, vale a pena tentar descobrir seu ikigai. "Não é apenas bem-estar. O Ikigai também é uma esperança para o futuro", afirma o neurocientista japonês.

Fonte: Eva Ontiveros, para BBC
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original aqui .

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