O último fôlego

A linha de chegada já é visível sem que seja preciso apertar os olhos para enxergá-la.

14 de Dezembro de 2023


A linha de chegada já é visível sem que seja preciso apertar os olhos para enxergá-la. Está ali, bem pertinho: o fim do ano não é mais uma impressão e sim uma realidade. Cruzaremos essa linha e então 2024 estará entre nós, cheio de promessas e expectativas como todo novo ciclo que se inicia. 

Apesar desse cheiro doce de esperança que se espalha pelo ar nesse período, há um outro sentimento, sutil como uma névoa, que pode estar escondido nas entrelinhas: a frustração. Aquela sensação de que foram poucos meses para tantos planos e que algumas metas ficarão novamente para o próximo ano.

A boa notícia é que praticamente nenhuma experiência humana é individual. Ou seja, muitos de nós já sentimos isso, às vezes mais de uma vez, e você não está sozinho nessa. A má notícia é que de fato, você é o único representante dos seus sonhos na face da terra, como cantou Emicida. Para dar aquele check satisfatório ao lado de um objetivo, é preciso reanimar um foco que mora dentro de você, em algum lugar, e está somente adormecido. 

Todos os sentimentos são legítimos e devem ser abraçados - inclusive os negativos. Faça as pazes com essa frustração, converse com ela, convide-a para um chá, mas não deixe que ela fique aí para passar a noite. Entenda que você fez o melhor que pôde e, em tempos difíceis, isso pode significar somente tocar a vida que já se conhece.

Aproveite esse último fôlego do ano para se recompor e se organizar pro que virá pela frente. Acredite: reescrever uma meta é sinal de que ela é importante para você. Caso contrário, você já teria desistido dela há muito. E é essa importância que será a sua mola propulsora, te lançando rumo a todos os seus objetivos. Respire fundo e deixe-se lançar! 

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Para Inspirar

Sono profundo pode ajudar a tratar a ansiedade

Os níveis de ansiedade das pessoas aumenta 30% após uma noite sem dormir, diz pesquisa

20 de Novembro de 2019


Passar uma noite sem dormir pode aumentar a ansiedade em até 30%. Além disso, a fase profunda do sono é um alívio natural contra o distúrbio. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa científica publicada na revista Nature Human Behaviour . Matthew Walker, professor de neurociência e psicologia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e seus colegas examinaram os efeitos de vários estágios do sono na ansiedade em 18 participantes.

Cientistas rotineiramente dividem o sono em duas grandes categorias: movimento rápido dos olhos (REM) e sono não REM. As duas primeiras fases do sono não REM são leves, nos quais o corpo se ajusta da vigília ao repouso. Já a terceira é o sono profundo e restaurador que precisamos nos sentir recarregados pela manhã.

O sono não REM normalmente é seguido pelo REM, que é o estágio mais leve e cheio de sonhos antes de acordar. A atividade cerebral é diferente de acordo com a etapa do sono. Por isso, os cientistas avaliaram os efeitos das diferentes fases do repouso na ansiedade.

A pesquisa

Para medir os níveis de preocupação excessiva, os pesquisadores pediram a um grupo de 18 jovens adultos que assistissem vídeos emocionalmente perturbadores após uma noite inteira de sono e depois de uma noite sem dormir. Em cada sessão, os participantes preencheram um questionário padrão sobre ansiedade. Os cientistas, então, monitoram a atividade cerebral das pessoas por meio de ressonância magnética funcional e de polissonografia.

A análise dos dados mostrou que uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal medial foi desativada após uma noite em claro. Estudos anteriores sugeriram que essa região atenua a ansiedade e o estresse. Os exames também revelaram atividade cerebral excessiva em outras áreas associadas ao processamento de emoções. Uma noite sem dormir elevou os níveis de ansiedade em até 30%, relatam os autores.

Além disso, o estudo constatou que os níveis de ansiedade despencaram após uma noite inteira de sono e que essa redução foi ainda mais significativa em pessoas que passaram mais tempo no estágio profundo, de ondas lentas e não REM do sono. "O sono profundo restaurou o mecanismo pré-frontal do cérebro que regula nossas emoções, diminuindo a reatividade emocional e fisiológica e impedindo a escalada da ansiedade", relata Eti Ben Simon, principal autora do estudo.

Sono como recomendação clínica

Os pesquisadores procuraram replicar suas descobertas e, por isso, realizaram outro conjunto de experimentos em uma amostra maior, de 30 participantes, além de uma pesquisa on-line com 280 pessoas. O estudo em laboratório confirmou que as pessoas que experimentaram um sono mais profundo à noite tiveram menos ansiedade no dia seguinte.

A pesquisa online também revelou que a quantidade e a qualidade do repouso impactava o nível de preocupação dos indivíduos no dia seguinte. Para Eti Ben Simon, o bom sono deveria ser uma recomendação clínica para o tratamento da ansiedade.

Fonte: Ana Sandoiu, para Medical News Today
Síntese: Equipe Plenae
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