Para Inspirar

Por que estamos tão cansados?

A sensação de esgotamento que se abate sobre a sociedade já apresenta indícios epidêmicos e pode ter diversas explicações para sua ocorrência.

7 de Maio de 2020


Nada como chegar depois de um dia longo e repleto de atividades e poder tomar um banho e deitar na sua cama. Ou poder se esticar entre um exercício físico de alta intensidade e outro. E quem não ama o cansaço típico do turista que conheceu de tudo um pouco ao longo daquele dia?

Porém, há cansaços e cansaços. Existem os esgotamentos físicos e mentais que parecem nos atingir sem nenhuma explicação ou acontecimento prévio. É quase como o surgimento de uma fadiga sem razão para acontecer.
E há ainda o cansaço acumulado - esse, epidêmico se tratando de um contexto social mais amplo. Não há noite de sono que o repare ou férias que dê conta. E é esse o tipo que mais tem intrigado os pesquisadores.

O tema já virou livro de diferentes autores, como é o caso do filósofo coreano Byung-Chul Han, autor de “A Sociedade do Cansaço”, e da professora de literatura britânica, Anna Katharina Schaffner, que escreveu “Exaustão, uma História”. Para ambos, a exaustão não é exatamente novidade.

Anna inclusive traz conceitos da Idade Média, quanto esse sentimento era chamado de “acídia” e considerado pecado. No século 19, o então pecado se torna uma doença, chamada neurastenia e que castigou diversos escritores famosos da época, como Franz Kafka e Virginia Woolf.

Já Han também acredita que a exaustão não seja específica dos tempos modernos - pelo contrário, ele compara a que sentimos hoje com a mesma que o homem das pedras sentia. Isso porque ambos eram
multitasking, ou seja, tanto o espécime mais primitivo de humano quanto nós, hoje, somos diariamente desafiados a executar tarefas de diferentes naturezas, muitas vezes até mesmo simultaneamente.

Essa pode ser a primeira causa para esse esgotamento coletivo.
Aqui no Brasil, uma pesquisa feita pelo Ibope revelou que 98% dos brasileiros alegam estarem cansados, sendo 61% deles em um estágio intenso de exaustão. Um dado interessante que esse estudo trouxe foi a questão do sedentarismo. Apesar dos entrevistados alegarem que a rotina corrida era a grande causadora do cansaço, muitos deles não realizavam nenhum tipo de exercício físico.

Para os estudiosos da área, isso também é um problema, já que quanto menos atividades que estimulem seu corpo a se mexer o indivíduo fizer, mais ele sentirá um cansaço extremo ao realizar tarefas simples. Isso porque, quando nos movimentamos, nosso corpo libera o ácido lático, responsável por causar aquela dor típica de pós- academia.

O corpo entende essa dor como uma espécie de micro lesão e, em contrapartida, ele se defende gerando um desânimo capaz de manter a pessoa em repouso, sem se “machucar” novamente.
A questão é que, se o indivíduo insistir no exercício, logo essa dor passa e se torna cada vez menor, até mesmo pela fortificação dos músculos.

Já o contrário, caso ele largue de vez as tentativas de se exercitar, então essa sensação de cansaço extremo pode se agravar logo após a realização de tarefas simples, como subir as escadas ou um trajeto de metrô. Como o dia de um trabalhador comum é repleto dessas pequenas tarefas, logo, ao final do dia, ele estará exausto.
E essa pode ser a segunda grande explicação para essa sociedade cansada.

Existem ainda diversas outras linhas de explicações possíveis. Uma alimentação muito rica em gordura e carboidratos, que exigem mais do nosso processo digestivo,
pode ser a terceira delas. E o excesso de exposição a telas podem inibir uma série de hormônios que não só nos geram bem-estar como também disposição - sendo essa uma possível quarta explicação.

Por fim, a longevidade. Estamos vivendo cada vez mais e, com isso, tendo mais tempo para realizar tarefas. Essa ânsia em querer realizar tudo, ou de fato se incumbir de muitas delas, pode dar a sensação de acúmulo. Além disso, o fato de vivermos mais também indica uma vida estendida à órgãos como nossos pulmões e corações, que cá entre nós, já trabalharam bastante a vida toda.

Essa é uma quinta possibilidade
, ainda pouco estudada, mas já mencionada em tópicos relacionados. É importante ressaltar que o cansaço, por si só, é um mecanismo de defesa importante do nosso corpo. É graças a ele que conseguimos estabelecer nossos limites antes de nos forçarmos demais.

Ele também funciona como um aviso do nosso sistema fisiológico de que é hora de repousarmos para que certos processos naturais dentro do nosso corpo possam ocorrer, como a regeneração de células cerebrais que o sono traz.
Porém, quando entramos no processo de fadiga, que é o estágio crônico e persistente desse cansaço, o sujeito pode vir apresentar algumas doenças relacionadas a esse processo, como é o caso da anemia e da depressão.

Além disso, ele também pode ser tornar irritadiço, ter sua concentração prejudicada e sentir até mesmo dores musculares constantes.
Portanto, é importante estarmos atentos aos sinais para que o terceiro estágio do cansaço - a exaustão - não aconteça, pois ela pode ser até mesmo incapacitante, mantendo o indivíduo acamado e necessitado de atenção clínica intensa e mais próxima.

Bons hábitos, como valorizar uma boa noite de sono, uma alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos, podem ser seus velhos e bons aliados. Evitar tempos longos em frente à telas, além de garantir uma saúde otimizada aos seus órgãos, também pode ser interessante.
Por fim, descanse! Sempre que puder, onde puder, e com qualidade.

Aproveite cada segundo de um bom descanso, sem interrupções ou interferências externas. Isso é também praticar o
mindfulness, ou seja, a atenção plena no momento, mesmo nos momentos de descanso. Confie: isso vai te ajudar a ter ainda mais energia para encarar o resto do seu dia.

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O poder do estudo na maturidade

Estudar é sempre bom, mas estudar quando já se está mais velho pode ser uma fórmula poderosa de sucesso para se ter propósito e longevidade!

17 de Junho de 2022


Dizem que agora os sessenta são os novos quarenta, e cada vez mais pessoas buscam novas experiências e vivências na melhor idade. Algo que pode ser interessante, e que tem tido cada vez mais demanda entre idosos, é o estudo. 


Para todas as pessoas, estudar traz uma série de benefícios ao cérebro: aumento da capacidade de memória e de concentração, bem como a prevenção às doenças degenerativas como o Alzheimer e demências no geral. Portanto, para os mais velhos, é ainda mais importante manter essa atividade cerebral em alta.


Existe um ditado da língua inglesa que diz: “um cão velho não aprende truques novos”. Mas cada vez mais pessoas estão tentando provar que isso não é a verdade. É o chamado Lifelong Learning, ou Educação Continuada, o ato de continuar aprendendo e desenvolvendo novas habilidades ao longo de toda a vida, não apenas durante a juventude.


Lifelong learners são, antes de tudo, pessoas curiosas. Buscam sempre agregar a seu próprio conhecimento através de tudo aquilo que os cerca, além, inclusive, do ensino formal. A técnica se dá através de quatro pilares, como já contamos aqui: o primeiro é a atitude interior, ou como a pessoa encara o que aprende. O segundo é o misto entre técnica e sabedoria. O terceiro é a convivência, tanto consigo mesmo quanto com os outros. E o último é uma síntese dos outros para que se tenha autonomia nessa busca pelo conhecimento.


Pode ser uma maneira da pessoa se sentir “útil” nos anos dourados da velhice. Com o aumento da expectativa de vida, temos cada vez mais idosos e a qualidade dessa vida tem se tornado uma preocupação cada vez maior daqueles que já chegaram lá. 


Apesar do Lifelong Learning não se tratar apenas do que aprendemos em sala de aula, é comum que as pessoas queiram buscar uma graduação por interesse ou hobby, algo que sempre quiseram estudar mas não tinham tempo nem condição enquanto eram jovens, geralmente por estar construindo uma carreira ou precisar sustentar uma família.


É o caso do jornalista Boris Casoy que, aos 80 anos, decidiu se matricular no curso de Medicina Veterinária, como ele conta na oitava temporada do Podcast Plenae. Em seu episódio, ele relembra os momentos da aposentadoria e como se viu sem propósito para continuar e à beira da depressão. Por ter sempre amado animais, ele decidiu então dar esse passo - e spoiler: ele está amando!


Pensando nisso, diversas instituições de ensino em diferentes lugares do Brasil já contam com iniciativas focadas para o público mais velho, como te contamos aqui. Fazer um curso pode significar, além do aprendizado, uma reinserção social. Muitas vezes, o idoso pode se sentir um ponto fora da curva ou um estranho no ninho ao adentrar um ambiente comumente habitado por jovens e esse pode ser um desafio.

Porém, leva a situações interessantes de socialização e acaba por contribuir até com uma maior independência. É uma chance, também, de conhecer e conversar com pessoas de realidades e visões distintas, além do âmbito familiar, e se relacionar como você já deve saber, é benéfico para a autoestima e para manter também suas capacidades cognitivas em dia.. 


Para quem não pode ou não quer sair de casa, existe também a possibilidade do EAD. Em 2018, houve um aumento de 40% no número de idosos matriculados no ensino à distância segundo dados do Ministério da Educação e, com a pandemia, é provável que esse número tenha crescido ainda mais. 


Essa dinâmica diferente, em vez de preocupar-se com coisas como o deslocamento ou a socialização com pessoas mais jovens, apresentam-se outros desafios como lidar com a tecnologia. É também o modelo que novamente ele, Boris Casoy, conta ser adepto.

As dificuldades que aparecem pelo caminho também são oportunidades de aprender coisas novas ou de lidar com pessoas diferentes. O importante é manter a mente ativa e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz. Há alguns passos importantes, que te contamos neste artigo, e que podem ajudar você ou alguém que possa estar precisando, a melhorar sua aprendizagem. 


Estamos sempre aprendendo, cotidianamente. Até mesmo quem tanto já viu e viveu tem algo a retirar das experiências, por mais mundanas que sejam. E essa educação, seja ela formal, continuada ou ambos, nunca deve parar.


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