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Por que ganhamos peso no envelhecimento?

Saiba porque engordamos conforme os anos passam e como evitar quilos extras

31 de Outubro de 2019


Quando envelhecemos, manter o mesmo peso corpóreo da vida adulta pode ser um desafio, mesmo se comemos menos e nos exercitamos mais. Mas não desanime - é manter a forma com o avanço da idade. A obesidade já atinge 18,9% dos brasileiros, enquanto o sobrepeso afeta mais da metade da população do país (54%), de acordo com dados do Ministério de Saúde divulgados em 2018.

Trata-se de um grave problema de saúde pública, que eleva o risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas, derrames e certos tipos de câncer. Um dos motivos para ganharmos peso à medida que envelhecemos é porque perdemos massa muscular a partir dos 40 anos, de acordo com Donald D. Hensrud, professor associado de medicina preventiva e nutrição da Clínica Mayo, nos Estados Unidos.

Esse processo diminui a nossa taxa metabólica basal, ou seja, a queima de calorias em repouso. Quanto menor a taxa metabólica, menos calorias queimamos. Além disso, a atividade física espontânea e o exercício intencional também costumam diminuir com a idade, afirma Hensrud.

Jessica Murgueytio, nutricionista da Associação Médica Bethesda, nos Estados Unidos, concorda. “A primeira coisa que recomendo aos meus pacientes para emagrecer é treinar com pesos dois ou três dias por semana. Esses exercícios diminuem a perda de massa muscular associada à idade, chamada de sarcopenia”, diz ela. Murgueytio também sugere que seus pacientes associem essa rotina a um ou dois dias de exercícios cardiovasculares e caminhem 10.000 passos diariamente.

Alterações hormonais

O declínio da testosterona nos homens e do estrogênio e da progesterona nas mulheres também podem afetar o peso. No entanto, de acordo com Hensrud, é erro imaginar que as mulheres na pós-menopausa engordem mais que os homens. A diferença é que nelas o peso tende a se redistribuir mais rapidamente, em geral no abdômen. Murgueytio adverte que, se o exercício e a massa muscular diminuem, é importante compensar cortando calorias.

"Encorajo meus pacientes a controlar o tamanho das porções e ingerir alimentos menos calóricos, como frutas e vegetais, que ainda fornecem nutrientes importantes para a vitalidade e a prevenção de doenças”, aponta. A boa notícia é que o ganho de peso parece se estabilizar após meados dos 60 anos, em parte porque as pessoas costumam comer menos quando envelhecem, diz Hensrud. "Embora a atividade física provavelmente continue diminuindo ao longo da vida, a ingestão de energia [calorias] também tende a cair nos idosos."

Fonte: Por Marlene Cimons, para The Washington Post
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo completo aqui.

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A religião na manutenção de um trauma

Como praticar sua fé e sua espiritualidade podem ser benéficos no processo de cura e manutenção de um trauma interno

25 de Março de 2022


Encerramos a sétima temporada do Podcast Plenae com um relato pra lá de emocionante: a história de Deborah Telesio, que mergulhava enquanto um dos piores desastres naturais da história do planeta ocorria. Em viagem à Tailândia no fatídico ano de 2004, a administradora viu o tsunami ocorrer mais de perto do que gostaria.


Para além desse acontecimento que, por si só, já possui a força necessária para guiar uma narrativa, Deborah ainda traz as nuances de um mesmo acontecimento e, claro, o seu trauma posterior. Representando o pilar Espírito, ela ganha esse espaço justamente pela presença da religião em seu relato.


Praticante do judaísmo, ela pôde contar com a ajuda de árabes que a auxiliaram em seus momentos mais críticos, oferecendo transporte, roupas e acolhimento. Além disso, ela ainda relata ter tido visões e sensações sobrenaturais durante o ocorrido, e garante que foram elas que salvaram sua vida.


O estresse pós-traumático


Se no relato de Deborah, a religião é presente durante o seu período trágico, para muitas outras pessoas, ela surge depois. Isso porque a religião pode ser uma forte aliada no combate ao Transtorno do Estresse Pós-Traumático, também conhecido como TEPT. E o que é ele, afinal?


“O transtorno do estresse pós-traumático faz parte dos distúrbios de ansiedade e é caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais que acontecem em decorrência do portador ter vivenciado uma situação muito traumática ou violenta, que apresentaram uma ameaça para a vida dele”, explica a psiquiatra Maria Fernanda Caliani, em vídeo para seu canal Neurologia e Psiquiatria.


Esse tipo específico de estresse também pode acontecer caso essa pessoa tenha sido testemunha de uma situação traumática ou violenta, sem necessariamente ter participado ativamente dela. A questão toda é ter sido exposta a algo que ofereceu risco de vida e, apesar de superado, deixou marcas.


“Quando a pessoa se recorda do fato ocorrido, ela revive essa situação como se estivesse acontecendo naquele mesmo momento. Então ele tem a mesma sensação de dor, o mesmo sofrimento. Essa recordação a gente chama de revivescência, e ela desencadeia alterações tanto neurofisiológicas quanto mentais”, continua Maria. 


Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que vivenciaram uma situação extrema irão sofrer desse transtorno: acredita-se que de 15 a 20% irão desencadear o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. “Mas a parte triste é: a grande maioria só vai procurar ajuda cerca de 2 anos depois e é aí que está o problema. Porque o que os estudos têm mostrado é que, no caso do transtorno, quanto antes se procurar ajuda profissional e especializada, melhor a recuperação e o prognóstico do paciente a longo prazo”, explica a especialista.


Essas pessoas traumatizadas, que podem pertencer a qualquer faixa etária, podem levar meses ou anos para manifestar esses sintomas. Elas ainda estão divididas em três grupos diferentes a partir de suas sequelas: 


1- Reexperiência traumática: quando a pessoa começa a ter pensamentos recorrentes e intrusivos - ou seja, ela não quer ter aquele pensamento, mas eles invadem a cabeça dela mesmo sem ela querer. “Ela pode acordar no meio da noite assustada, tendo flashbacks ou pesadelos em que ela relembra tudo que viveu”, diz. 


2- Grupo da esquiva e do isolamento social: por medo de relembrar a situação, o indivíduo começa a fugir de situações, contatos ou atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma. “A pessoa deixa de sair, começa a evitar quem estavam junto com ela, deixa de fazer atividades habituais por medo de voltar a sentir tudo que sentiu no dia do trauma”, pontua Maria.


3- Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora: são sintomas autonômicos, ou seja, sintomas físicos decorrentes da descarga de adrenalina. “A pessoa começa a ter taquicardia, começa a suar frio, tonturas, dores de cabeça frequentes, dificuldade para dormir, distúrbios de concentração, começa a ficar mais irritado e hipervigilante”, enumera a psiquiatra.


O diagnóstico só é feito quando os especialistas reconhecem e identificam a existência de um ambiente estressor. Algo como “se não tivesse acontecido aquilo, a pessoa não teria desenvolvido o sintoma”. O tratamento vai envolver o uso de medicações e uma terapia cognitiva-comportamental associada.


Religião X Trauma


Sabemos que o trauma afeta de múltiplas formas o nosso cérebro, e te contamos um pouco mais sobre esse assunto neste artigo. Excesso de estresse, medo, amargura, ansiedade: tudo isso reflete não só no trabalho das pequenas conexões que compõem esse órgão, como despejam uma alta carga de hormônios que estimulam a adrenalina, por exemplo.


Uma pesquisa desenvolvida pela UNIFESP comprovou que pacientes vítimas de estresse pós-traumático apresentam redução de até 10% no córtex pré-frontal (a região responsável pela tomada de decisões, por exemplo) e também do hipocampo, como as crianças. E também sabemos que situações vivenciadas na primeira infância podem reverberar por anos na pessoa.

Sendo assim, os seus sintomas seriam os mesmos que dos pequenos: alteração na memória, concentração e processamento de emoções. Um outro estudo também aponta para uma piora até mesmo do sistema imunológico do indivíduo, além de uma perda de memória recente.

Nessa busca pela cura, a espiritualidade não só pode como deve ser uma das ferramentas utilizadas. Já te contamos aqui no Plenae, inclusive, como a religião pode ser um caminho importante para o autoconhecimento. E quer mais autoconhecimento do que conseguir superar um trauma? 


Isso porque o ato de rezar é também uma forma de meditar, e a meditação é tão potente que pode até mesmo alterar o formato do nosso cérebro, como explicamos neste artigo. Mais do que isso, ela possui benefícios amplamente reconhecidos pela ciência no que diz respeito à saúde mental.


Já se sabe que, quando uma pessoa está em plena atividade espiritual, o seu cérebro ativa a região de recompensa - a mesma área ativada quando estamos apaixonados, quando um sujeito usa droga, escuta música ou até quando recebemos um like nas redes sociais.

Tudo que é ligado ao prazer ativa esse mesmo circuito, que por sua vez, libera uma cadeia de hormônios em nossa corrente sanguínea, todos relacionados ao nosso bem-estar - como a dopamina e a serotonina. Isso tudo pode auxiliar não só no prazer momentâneo, mas na cura a longo prazo de um trauma.

A religião, por fim, além de desencadear processos cerebrais tão importantes ainda te ajuda na busca por um propósito de vida. E encontrar a sua missão seria o “lado bom” do trauma, como explicamos neste artigo. É comum em pesquisas com pacientes que sofreram de estresse pós-traumático se depararem com essa segunda fase, onde eles buscam mais sentido para a vida. 


E a espiritualidade é uma importante aliada nessa busca, afinal, a fé nos proporciona um encontro direto com nossos valores e ideais. Por essas e outras que a religião - seja ela qual for - deve ser um dos seus pilares principais na jornada do equilíbrio, superação e autoconhecimento. 

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