Você sabe se comunicar?

Você tem conseguido se comunicar? Apesar de estarmos constantemente interagindo com os demais, usando a linguagem verbal e corporal para nos expressar, não é raro ter a sensação de que não estamos sendo compreendidos.

16 de Setembro de 2022



Você sabe se comunicar?
O que você vai encontrar por aqui: 
  • O que é a Comunicação Não Violenta
  • Os quatro passos da CNV
  • Os três perfis de comportamento durante conversas difíceis
  • A caixa de ferramentas dos construtores de pontes
Boa leitura! 
Você tem conseguido se comunicar? Apesar de estarmos constantemente interagindo com os demais, usando a linguagem verbal e corporal para nos expressar, não é raro ter a sensação de que não estamos sendo compreendidos. Ao mesmo tempo, embora possamos não considerar “violenta” a maneira como falamos, muitas vezes nossas palavras machucam os outros e a nós mesmos. 

Em especial, quando precisamos conversar sobre temas sensíveis, tendemos a entrar em um dilema moral, em que por um lado sabemos que precisamos ser honestos e por outro não queremos ferir os sentimentos das pessoas. Com isso, acabamos exagerando ou na franqueza ou na complacência e, muitas vezes, nos afastamos daqueles que pensam muito diferente de nós para evitar conflitos e desconfortos.
Não importa qual a sua idade, o seu contexto, se estamos falando de relações íntimas ou de trabalho; ter uma comunicação assertiva e afetiva é a chave para criar relações mais harmoniosas e resolver possíveis conflitos. E essa é a proposta da comunicação não violenta, ensinar as pessoas a expressar seus sentimentos e desejos com clareza e honestidade, ao mesmo tempo que dão ao outro uma atenção respeitosa e empática. 

Assim, acreditamos que vale a pena saber um pouco mais sobre a capacidade de se comunicar de forma não violenta. Esperamos, com este conhecimento, ajudar você a estabelecer uma conexão mais sincera e compassiva com os outros e consigo mesmo, criando mais harmonia e felicidade em todas as suas relações. 
Fundo no assunto
(Re)aprendendo a se comunicar


A comunicação não violenta, ou CNV como ficou conhecida, foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, inspirada nas ações de grandes líderes como Martin Luther King Jr. e Gandhi, que incorporaram uma nova possibilidade de convivência social mais pacífica, enquanto também lutavam contra injustiças. Desde então, tem sido utilizada em organizações não-governamentais, mediação de conflitos, justiça restaurativa, escolas, empresas e está presente em mais de 65 países. Seu objetivo é colaborar na construção de uma cultura de paz e de um mundo mais justo. 


Segundo Dominic Barter, uma das principais referências em comunicação não violenta no Brasil, em entrevista para o podcast Gama, a CNV nasceu da interação entre os movimentos sociais por direitos civis no sul dos Estados Unidos, no final dos anos 50 e começo dos anos 60, junto a uma proposta de transformação das escolas e os avanços no entendimento da psique humana na psicologia. 


Marshall B. Rosenberg, em seu livro, “Comunicação Não Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”, coloca que a CNV se baseia em habilidades de linguagem e comunicação, sejam elas verbais (escrita ou falada) e não verbais (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens e códigos) que fortalecem a capacidade de nos mantermos compassivos, mesmo em condições adversas. Nossas palavras, em vez de serem reações automáticas, tornam-se respostas conscientes, firmemente ancoradas no que estamos percebendo, sentindo e desejando. Segundo ele, muitos dos nossos conflitos surgem porque não conseguimos expressar com clareza nossos sentimentos e necessidades, ou mesmo reconhecê-las em nós e nos outros. 

             
CNV entende que reações de raiva e violência são expressões de desespero de uma pessoa quando suas necessidades não são atendidas. Assim, a comunicação para ser eficaz, precisa ver além das palavras e ações, precisa prestar atenção às necessidades emocionais que não estão sendo satisfeitas para poder estabelecer uma conexão sincera e compassiva com o outro e consigo mesmo.

Dominic Barter, em entrevista com Isabella Camargo, descreve a CNV menos como um método, e mais como uma pesquisa interna, uma série de perguntas e questionamentos sobre como criar mais empatia e compreensão nas relações tanto pessoais como interpessoais: o que eu preciso fazer para que o outro me compreenda? O que eu preciso fazer para que eu compreenda o outro, independentemente de como ele se expressa? 

                 
Ao reconhecer as necessidades por trás das palavras e ações, conseguimos também reconhecer nossa humanidade compartilhada. E podemos, então, entender que “estar juntos” não significa que precisamos “concordar com tudo”, e tudo bem. 



Não podemos confundir a proposta da comunicação não violenta com o desejo de evitar o conflito a todo custo. Segundo Dominic, o conflito é um aspecto saudável de qualquer relação que vale a pena, é o que dá voz à diversidade e às diferenças e nos convida a reavaliar acordos. Fomos criados para ter pavor ao conflito, pois aprendemos que ele é o último estágio antes da violência. Por isso, a forma que encontramos para lidar com situações em que uma das partes se sente ferida é com distanciamento e separação. 

              
                    
Seja no casamento, na criação dos filhos, no trabalho coletivo ou na sociedade, este pavor ao conflito tem consequências muito negativas, impossibilitando, muitas vezes, uma convivência democrática. Dominic afirma que, “quem teme conflito tem fantasias totalitárias. Quem tem medo de conflito está sonhando ocultamente com a chegada de uma solução única. De um grande mandante que vai dar um basta, que vai impor ordem, que vai limpar aquilo que é sujo, aquilo que é confuso." 


A CNV pode, então, ser entendida como uma postura ética no momento em que nos  comunicamos, ajudando-nos a nos conectar uns aos outros e a nós mesmos, tendo a compaixão como ponto central das relações. Ela nos guia no processo de reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros, mediante a concentração em quatro áreas: o que observamos, o que sentimos, o que necessitamos e o que pedimos para enriquecer nossas vidas, como comentamos nesta matéria


O que estamos vendo os outros dizerem ou fazerem que é enriquecedor ou não para nossas vidas?

Aqui, é necessário suspender todo e qualquer julgamento, comparações e avaliações. Trata-se simplesmente de observar o que afeta nossa sensação de bem-estar. Segundo Marshall Rosenberg, julgamentos moralizadores fazem parte de uma comunicação alienante da vida, nos prendendo num mundo de ideias sobre o certo e o errado, tornando nossa linguagem rica em palavras que classificam e dicotomizam as pessoas e seus atos.
                         
Nesse sentido, o primeiro componente da CNV é separar observação de avaliação, evitando generalizações estáticas. As observações devem ser feitas de modo específico, em um contexto e por um tempo determinado. Por exemplo, em vez de dizer “João é um péssimo jogador de futebol”, mudar para “João não marcou nenhum gol em vinte partidas”.


Como nos sentimos ao observar aquela ação?

O segundo ponto é identificar os sentimentos que surgem no momento, podendo ser tanto emocionais como físicos. Para tal, é importante ampliar nossa inteligência emocional aumentando nosso vocabulário e a habilidade de reconhecer as emoções em si e no outro, como mostramos nesta matéria.     

                    
                             
É importante expressar os sentimentos verdadeiros, distinguindo-os de palavras que manifestam pensamentos e interpretações dos outros. Por exemplo, “sinto-me ignorado” é mais uma interpretação das ações dos outros do que uma descrição clara de como estou me sentindo. 


Quais necessidades estão ligadas aos sentimentos que emergem? 

A terceira fase é a mais difícil, pois é preciso identificar as necessidades por trás dos sentimentos que surgem, e não estamos acostumados a fazer isso. Quando essas necessidades não são atendidas, elas são expressas em emoções hostis, tais como medo, raiva ou tristeza. 
                        
O reconhecimento de nossas necessidades nos ajuda a desenvolver responsabilidade emocional, pois passamos a entender a raiz de nossos sentimentos. Aumentamos nossa consciência de que aquilo que os outros dizem e fazem pode ser um estímulo para nossos sentimentos, mas não a causa. 


Como expressar nosso pedido de modo que os outros estejam dispostos a responder compassivamente a nossas necessidades?

O quarto componente da CNV é fazer um pedido que satisfaça sua necessidade não atendida. Aqui, é necessário evitar frases vagas, abstratas ou ambíguas, usando uma linguagem de ações positivas, declarando o que estamos pedindo ao invés do que não estamos. 
                    
Porém, é crucial que o pedido não seja recebido como uma exigência, em que a pessoa sente que será criticada ou punida caso não atenda. Para tal, é importante deixar o outro à vontade para atender às suas necessidades, aumentando a empatia para a necessidade do outro também. 
O que dizem por aí
Como conversar com quem pensa muito diferente de nós?


     
 
Em tempos de polarização ideológica, conversar com pessoas que pensam muito diferente de nós tem sido uma tarefa bem difícil. Sentimentos como frustração, preguiça, raiva, indignação, cansaço, normalmente aparecem. Quem não rompeu uma relação com um amigo, mergulhou em discussões infinitas no facebook ou saiu do grupo de whatsapp da família nas últimas eleições, por exemplo? Mas essa dificuldade não se resume somente às questões políticas, ela extrapola para toda e qualquer conversa sobre temas sensíveis e difíceis. 

Guilherme Valadares, fundador e diretor de pesquisa no Instituto PDH (Papo de Homem), conta-nos em seu Ted Talks os resultados de um de seus estudos que buscou entender o que acontece durante conversas entre pessoas que pensam muito diferente entre si. Esse estudo identificou três perfis de comportamento: “construtores de pontes” (aqueles que buscam ativamente conversar com quem pensa muito diferente deles, tem mais curiosidade e paciência); os que estão “em trânsito” (pessoas que hora estão mais abertas, hora estão mais fechadas para esse tipo de conversa; sua paciência tem limites) e os “entre muros” (não fazem questão nenhuma de ter estas conversas, não leem notícias com pontos de vista diferente do seu e não tem nenhuma curiosidade e paciência com o outro). 


O estudo também detectou que somente 15% da população encontra-se no perfil “construtores de pontes”, o que mostra quão pouco estamos dispostos a estabelecer diálogos com “o lado de lá”. 

Porém, é exatamente a diversidade de ideias e visões de mundo que nos tornam criativos e capazes de encontrar soluções inovadoras para os problemas que aparecem. Um estudo realizado por Adrian Gostick e Chester Elton, autores do livro “The best team wins” (“O melhor time ganha”, em tradução livre, ainda sem edição em português) com mais 850 mil profissionais de empresas dos mais diversos setores, mostrou que os grupos sem divergências internas apresentam resultados menos produtivos e transformadores. Assim, precisamos criar espaços seguros para que as pessoas possam falar com honestidade e discordarem umas das outras. 
A caixa de ferramentas dos construtores de pontes

O que está cada dia mais claro é que o caminho para criar relações mais harmoniosas, em todos os âmbitos de nossas vidas, é derrubar os muros que nos separam e aprender a construir pontes que nos conectam. Apesar de soar um tanto óbvio, é uma habilidade que exige treino e muita disposição interna. 

Algumas perguntas simples podem ajudar a fortalecer nossos laços, como contamos nesta matéria.  Ao mesmo tempo, desenvolver uma comunicação não violenta pode nos tornar mais empáticos e compassivos em todas as nossas interações sociais.


Para os momentos em que você precisa ter conversas difíceis, deixamos algumas das ferramentas utilizadas por todo construtor de pontes nessa empreitada. Para saber mais, veja o guia completo aqui

Quer saber mais? Separamos alguns conteúdos que podem te ajudar
a fazer um mergulho ainda mais profundo, não deixe de conferir!

Livro: Comunicação Não Violenta:  técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais - Marshall B. Rosenberg


Ted Talk: Como conversar com pessoas difíceis

Podcast: Conversando Se Entende - BURITHI





Documentário: Documentário “Cortesia Acidental” - Netflix

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Para Inspirar

Mariana Rios em “Nutrindo a positividade”

Ouça e leia o episódio da nona temporada do Podcast Plenae, conheça a história da artista Mariana Rios, praticante assídua da Lei da Atração.

28 de Agosto de 2022



Leia a transcrição completa do episódio abaixo:


Mariana Rios: Algo muito peculiar e especial nasceu comigo: tudo que eu desejo e sinto com o coração, eu consigo realizar. Ninguém me ensinou e não li isso em nenhum lugar. Foi algo que se manifestou ainda na infância e, ao longo do tempo, eu fui ganhando prática. Com a força do pensamento e do sentir, eu conquistei muito mais do que eu imaginava. E esse não é um poder especial só meu. Todo mundo pode transformar a sua vida a partir de uma força interna que tá aqui, em nós. Essa força tem vários nomes. Lei da Atração, Universo, fé ou, simplesmente, Deus.


[trilha sonora]


Geyze Diniz: A atriz, cantora e apresentadora Mariana Rios sempre procurou olhar pelo lado bom das coisas, e criou em si, como ela mesmo diz, uma personalidade à prova de tempo feio. Ao longo de sua vida, percebeu que tudo que desejava e sentia com o coração se realizava e esse Processo era algo muito transformador para não ser compartilhado. Conheça qual é o método de Mariana Rios para conquistar tudo aquilo que deseja. Ouça no final do episódio as reflexões da Neurocientista Claudia Feitosa-Santana para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.


[trilha sonora]


Mariana Rios: Eu sofri o meu maior trauma aos 4 anos de idade: a morte do meu irmão. Naquele dia, a minha vida mudou. Minha mãe entrou em depressão e, a partir daí, eu me especializei em momentos de felicidade. Pra deixar a minha mãe feliz, eu cantava, dançava e imitava personagens da TV. E cada vez que uma visita falava sobre morte, a minha mãe ficava muito triste e eu entrava em ação. Então, eu subia na mesa e dizia pras pessoas: “Prestem atenção porque agora eu vou me apresentar”.


[trilha sonora]


A alegria que eu desejei transmitir à minha mãe e a força que eu demonstrava construíram em mim uma personalidade à prova de tempo feio, como eu gosto de falar. Já me disseram que eu joguei a sujeira pra debaixo do tapete, como uma forma de encobrir a dor. Mas eu não vejo dessa forma. Mais de 30 anos depois, ainda dói. A diferença é que eu aprendi a escolher a alegria, não o sofrimento. Eu percebi que o meu estado de espírito impactava as pessoas ao meu redor e por isso eu procurei maneiras de nutrir a positividade. 


Quando o meu irmão morreu, meus pais começaram a seguir a doutrina espírita kardecista, principalmente a minha mãe. E eu comecei a frequentar o centro junto com eles. No espiritismo, eu aprendi que a vida não acaba nesse plano. Que os laços da família não se rompem, nem após a morte. Que a gente não tá sozinho, nem mesmo quando acha que está. Aprendi que nós vivemos em constante estado de evolução, que essa não é e nem vai ser a nossa única passagem pela Terra. É claro que a compreensão disso tudo veio com o tempo, mas a semente foi plantada lá na infância e germinada conforme eu cresci.

 

Na prática, mais do que na teoria, eu aprendi também que a gente é aquilo que a gente emana, que a gente pensa e que a gente sente. Com a minha alegria, de alguma maneira eu conseguia concretizar os meus sonhos. Por exemplo, eu queria uma bicicleta, mas os meus pais não podiam comprar. Então, eu entendia muito bem isso, eu não ficava triste. Eu transformava dentro de mim, da minha imaginação aquela bicicleta em realidade, e pensava que eu já tinha a bicicleta, que ela me pertencia. Tempos depois, a bicicleta vinha, de alguma forma.


Vou dar outro exemplo. Aos 9 anos, eu senti um desejo enorme de comprar um microfone pra ligar no aparelho de som. Só que o microfone custava 100 reais, e a minha mãe explicou que não tinha nem 5 reais sobrando. Então, a minha resposta prra ela foi a de sempre: “Tudo bem, mãe, não tem problema”.


Todos os dias, eu saía da escola e passava na frente da loja que vendia o tal do microfone. Pedia para segurar, me imaginava cantando e a vendedora se divertia. E aí, o que aconteceu? Eu participei do meu primeiro festival de música, que tinha 3 prêmios: de 300 reais para o primeiro lugar, 200 pro segundo e 100 para o terceiro. Então eu mentalizei o terceiro prêmio. Quando eu me vi no palco, recebendo o envelope e o troféu como terceira colocada, eu senti a mesma alegria que eu já tinha produzido com a mentalização.


Daquele momento em diante, eu nunca mais deixei um sonho vagando sem rumo. 


A bicicleta e o microfone são só dois pequenos exemplos, mas eu conquistei incontáveis coisas na vida com a Lei da Atração. Foi com ela que eu consegui me mudar para o Rio de Janeiro, em busca do meu sonho de ser atriz e cantora. Foi com ela também que eu entrei pra TV e fiz parte da minha primeira novela: Malhação


[trilha sonora]


Há uns anos, eu senti que era a hora de me permitir concretizar um sonho especial: o de ser mãe. Quando eu procurei o médico, ele foi bem claro. Ele disse: “Mariana, você não vai engravidar em menos de um ano, por causa do tempo que você toma anticoncepcional”. Eu respondi pra ele, rindo: “Nada disso, eu vou engravidar logo, logo!”.


Imediatamente depois da consulta, o processo começou a se desenrolar em mim. Eu senti em todas as minhas células a alegria por estar grávida. Em vários momentos, quando eu estava almoçando, tocando piano, fazendo ginástica, por exemplo, o meu corpo era inundado por imagens e sensações dessa felicidade.


Foi aí que eu tive um sonho com o meu irmão, e foi bem estranho, porque eu nunca tinha sonhado com ele, apesar de ter rezado muitas vezes para que isso acontecesse. Eu sonhei que ele chegava em casa e eu ficava muito assustada. Então no sonho eu perguntei pro meu pai o que tava acontecendo, e ele me disse: “Descobriram uma maneira de fazer com que a pessoa volte à Terra, mas por apenas 24 horas. Então, nós temos um dia todo para aproveitar esse encontro, mas só esse dia”.


Meu irmão era um bebê no sonho. Eu peguei aquela coisinha frágil no colo. A gente ficou se olhando, sorrindo um pro outro, em silêncio, e aquilo pareceu muito tempo. Depois, ele fechou os olhos e eu disse pro meu pai, bem assustada, no sonho: “Pai, os olhos dele estão fechando. O que que eu faço!?”. 


Meu pai me respondeu: “Filha, quando ele chegou, eu avisei que ele ficaria aqui por 24 horas, e agora ele precisa ir.”


Eu aceitei e acordei, muito emocionada. Eu chorei tudo o que não tinha chorado em 30 anos depois da morte dele. A experiência foi tão real, que eu tive duas certezas: a primeira é que aquele sonho era um encontro de almas. A minha segunda certeza é de que eu tava grávida.

A verdade é que, lá no fundo do meu coração, eu sabia que aquele bebê ia ficar um pouquinho comigo, arrancar todos os meus sorrisos e ia embora. Mas eu não queria acreditar. Então, eu contei para as pessoas, eu fui super cumprimentada, fui abençoada por todos, e a sensação é que parecia que eu era um balão enorme de gás hélio sumindo no céu, cada vez mais alto.


Pouco tempo depois, eu soube num ultrassom de rotina que o coração do bebê tinha parado de bater. Na hora, eu não ouvia mais o médico falar. Eu só lembrava do sonho. Eu fui ao banheiro do consultório, chorei, mas eu entendi que eu precisava passar por aquela experiência. Por mais dolorida que ela fosse, ela ia me fazer crescer. A passagem do meu filho e do meu irmão me fizeram compreender que nós estamos aqui de passagem. Estamos num planeta-escola, onde a gente encarna pra evoluir espiritualmente. As coisas vão acontecer e você vai precisar lidar com elas. A escolha de como lidar com as adversidades é somente sua.


Cada segundo com aquele serzinho que viveu na minha barriga me fez amadurecer e perceber o amor acontecendo. Ele precisou partir, e eu não me sinto no direito de questionar a decisão de Deus. A única coisa que eu posso fazer é agradecer o presente e deixá-lo ir. 


[trilha sonora]


Essa percepção tá alinhada ao espiritismo, onde eu encontro respostas para questões existenciais, como a morte. Mas eu me reconheço em várias religiões. Eu gosto muito do budismo, por exemplo. Gosto de entrar numa igreja católica vazia, sentar e usar aquele templo para fazer uma oração. Em casa, eu tenho várias imagens de santos e de Jesus. Cada religião tem um lugar que conversa comigo.


E nesse combo de espiritualidade, eu entendi que nós somos a energia que emanamos. Por isso, todos nós temos o poder de sair de um estado de sofrimento. O vitimismo é uma casa quentinha e gostosa, onde todo mundo te olha com pena. Quem ocupa esse lugar não precisa se levantar pra vencer na vida. E a minha fé tá ligada à compreensão de que a gente tem as rédeas da existência nas mãos. Com o poder do pensamento e do sentir, nós podemos mudar a nossa energia e o olhar pras adversidades. 

 

Eu não sou expert em psicologia, neurociência ou em qualquer outra área do conhecimento humano que estude a aplicação do pensamento na conquista de metas. A minha certeza vem dos resultados que eu alcancei. Eu sei que nós não temos o menor controle do que está fora de nós. Mas a gente pode dominar o nosso mundo interno. E é nele que a gente deve investir tempo, energia e dedicação. A partir do nosso mundo interno, o que está fora se modifica. Essa é a Lei da Atração.


Quando a gente usa o nosso poder do pensar e do sentir para o bem da gente e dos outros, a gente condiciona a mente a estar onde nós queremos, onde nós desejamos estar. O nosso olhar diante a vida transforma o que desejamos ser. Quando sorrimos, por exemplo, o movimento da bochecha diz ao cérebro que estamos felizes. 


A gente tem o poder da mudança a partir da força de Deus, que está dentro de nós. Só você tem o poder sobre você, o outro não tem. Agarre com força seu sonho maior, defina as prioridades e trabalhe uma de cada vez. Você pode conseguir tudo o que deseja. Basta sentir!


[trilha sonora]


Claudia Feitosa-Santana: Mariana Rios nos revela seu combo de espiritualidade que a guia em como pensar e como dar mais sentido a sua vida. Todos partilhamos essa busca que faz parte da história humana e da qual surgem muitas crenças, todas de ordem metafísica. Por isso, se – como ela, cada religião tivesse um lugar pra conversar conosco, o planeta seria uma morada melhor.


E você, acredita que a sua vida tenha sentido? Se não, já pensou em cultivar uma relação espiritual? Ambos podem nos ajudar a encarar a vida com mais otimismo, reduzindo o sofrimento exacerbado pelo estresse e harmonizando os  paradoxos, os quais vivemos. Por isso, a espiritualidade pode fortalecer a sua vida e, se não prejudica ninguém, fortalece a humanidade também.


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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.


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