Na décima quarta temporada do Podcast Plenae, conhecemos as descobertas de um médico que se viu do outro lado da mesa em Propósito.
20 de Novembro de 2023
“Muitos médicos são
treinados somente pra avaliar o que é possível fazer pelo paciente, e não o que
faz sentido fazer. Isso ficou muito claro pra mim, quando a minha mãe foi
diagnosticada com câncer. Eu sou urologista especializado em oncologia. E viver
na pele o papel de filho de uma pessoa com câncer mudou a minha maneira de
encarar o tratamento da doença.”
É com essa frase impactante que o segundo episódio da décima quarta temporada
de inicia, tendo Fernando Korkes como narrador e representante do pilar Propósito.
Ao longo dessa jornada, conhecemos os primeiros sinais de que havia algo de errado
com a sua mãe, mais sério do que ela gostaria de demonstrar.
“Eu estava no clube com a minha esposa e com meus filhos, quando a minha mãe me
mandou uma mensagem. E foi aí que o pesadelo começou. O texto dizia mais ou
menos assim: ‘Acho que meu exame deu alguma coisa esquisita. Queria que você
desse uma olhada’. A minha mãe era bem direta ao ponto, uma pessoa mais de
ações do que de palavras. Eu puxei isso dela”, relembra.
Ao chegar em casa, Fernando revirou exames antigos, das mais variadas
especialidades, e começou a juntar as peças: de fato, algo estava errado. Foi
quando a jornada começou. “Na minha cabeça, começaram a vir números. Em
oncologia, trabalhamos muito com estatísticas. É uma especialidade complexa, e
foi justamente isso que me encantou nessa área. (...) Só que a situação da
minha mãe era diferente. Eu comecei a revirar a literatura médica sobre casos
como o dela. É um diagnóstico tão raro, que não tem muitos estudos a respeito.
Mas quando eu fui cruzando os dados que eu encontrei, eu calculei que a chance
de cura era de 4%.”
Fernando sabia o que viria pela frente: aos 62 anos, sua mãe teria que
enfrentar uma jornada difícil e pouco promissora. O que ele não sabia é que
essa jornada que era de sua mãe se tornaria sua também de alguma forma. Isso
porque, com o passar dos meses e dos tratamentos, ele, que sempre estivera do
outro lado da mesa, se tornou o acompanhante do paciente e não mais o médico.
Pode parecer um mero detalhe, mas isso mudou sua percepção de conduta para
sempre. Fernando entendeu ali, na pele, que o tratamento ideal nem sempre
envolve a clínica e múltiplas tentativas científicas: muitas vezes, trazer
qualidade de vida para quem enfrenta um diagnóstico tão duro é a melhor coisa
que o médico pode fazer pelo seu paciente.
“Ficou nítido para mim que a medicina às vezes olha a doença e pensa em como
tirá-la. Só que nem sempre essa abordagem é a melhor praquela pessoa. Um dos
médicos com quem a gente se consultou, por exemplo, sugeriu uma cirurgia
mutiladora. Mas o fato é que aquela cirurgia não aumentaria a chance de cura e
pioraria a qualidade de vida. Então qual era o sentido?”, questiona.
Sem spoilers, os desdobramentos dessa situação mudaram os rumos de Fernando
para sempre e o encaminharam para um mergulho ainda mais no Sistema Público de
Saúde, onde ele pode unir seu conhecimento profissional a uma missão maior e
que hoje deu sentido à sua vida. Emocione-se você também: aperte o play e inspire-se
com essa história!
O Plenae Apresenta a história de Thais Renovatto, representante do pilar Corpo na décima terceira temporada do Podcast Plenae!
2 de Outubro de 2023
Quando a sigla HIV surge, o que vem à sua cabeça em primeiro lugar? Para muitos, ainda é a imagem de uma pessoa em estado terminal. Infelizmente, o imaginário popular ainda associa uma pessoa portadora do vírus a uma pessoa com o quadro de AIDS, que assolou o planeta no final do século passado e mitigou milhares de vidas - muitas delas, vidas públicas, de pessoas famosas.
No terceiro episódio da décima terceira temporada do Podcast Plenae, porém, vamos quebrar essa ideia antiquada e que ainda violenta muitas pessoas. Representando o pilar Corpo, Thais Renovatto conta a sua experiência após o diagnóstico.
Tudo começou com um namoro, a confiança e, em seguida, a relação sem uso de camisinha. O que ela não esperava era que, meses depois, esse mesmo namorado começaria a adoecer, e a notícia de que ele portava HIV veio de sua família, e não dele.
“O peso da palavra aids é muito forte. Eu nasci no começo dos anos 80, então eu me lembro da morte do Freddie Mercury, do Cazuza e do Renato Russo. Eu sei muito bem o que é a aids. Mas jamais imaginei que pudesse acontecer tão perto de mim. Eu fiquei revoltada e perguntava: O que eu fiz de tão errado? Por que esse castigo? Por que Deus me deu as costas?”
Thais então buscou fazer o seu próprio exame e então a notícia que ela tanto temia se confirmou. “Eu logo fiz o teste e o resultado, como eu esperava, deu positivo. Quando eu saí do posto de saúde, entrei no meu carro e dei um grito, que com certeza foi ouvido pela rua inteira. Segurei o volante e a minha testa caiu em cima da buzina, mas eu ignorei o barulho. Chorei por alguns minutos, até retomar o fôlego, secar o rosto e seguir pro trabalho. Era o primeiro dia da minha nova vida”, relembra.
O namorado acabou falecendo depois de uma conversa íntima e profunda, de poucas palavras, partilhada entre os dois. Mas Thais seguiu viva e com o seu vírus controlado - o que, afinal, não é raro nos dias de hoje, com tantos caminhos possíveis para isso.
Em seu emocionante relato, ela conta sobre o que veio depois desse “positivo” em seu laudo e tudo que ela construiu após, contrariando muitas expectativas, inclusive as suas próprias. Coloque seus fones e prepare-se para se emocionar e desconstruir velhos preconceitos. Aperte o play e inspire-se!
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