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Como fazer uso de vitaminas de maneira segura?

Um boom recente aumentou as vendas de vitaminas e suplementos, prometendo mais vitalidade e saúde. Mas como usá-los de forma segura, sem falsas promessas?

16 de Dezembro de 2022


Durante a pandemia, houve um boom no uso de vitaminas, sobretudo a vitamina D, dessas compradas em farmácias sem necessidade de prescrição médica. Muito desse aumento se deve à crença de que os níveis elevados de vitamina D estão associados à redução no agravamento da doença. 

Isso porque, alguns estudos na época apontavam que a maioria dos pacientes que vieram a óbito apresentavam deficiência ou insuficiência dessa vitamina, mas deve-se dizer que são estudos baseados em circunstâncias muito específicas e sem o tempo necessário para se comprovar. 

A partir dessa conclusão precipitada, muitas pessoas passaram a fazer o uso dessa substância de forma indevida e sem o acompanhamento médico necessário, ignorando o fato de que seu excesso no metabolismo também oferece alguns males. 

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) do Rio Grande do Sul chegou a publicar um alerta sobre a interdição cautelar, como medida preventiva, de um lote de suplemento alimentar de vitamina D da marca Stem Pharmaceutical por apresentar concentração acima do recomendado. Houve até dois casos de intoxicação por ingestão do suplemento foram registrados em Porto Alegre.

O documento, também alertou sobre os riscos do consumo excessivo de suplemento alimentar de vitamina D sem supervisão de profissional habilitado. O texto divulgado explica que a sobredosagem não-intencional é a causa mais frequente de intoxicação exógena, além de poder causar como náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo insuficiência renal. 

Os caminhos seguros

Segundo Fernanda Ota, médica do Instituto AvantGarde e especialista em Medicina Metabólica, começa dizendo o mais importante: para usar suplementos vitamínicos, é sempre importante consultar médicos. “Somente após uma avaliação médica laboratorial e clínica criteriosa que haverá garantia ao paciente de uma indicação personalizada de vitaminas e suplementos”, diz. 

É nessa consulta que você saberá quando esse uso é indicado e quando ele é contraindicado também, pois ao contrário do que se pensa, abusar das vitaminas encapsuladas não é bom negócio. “Eles são indicados quando nossa qualidade de vida não está ótima e quando temos queixas de vida. Por exemplo: cansaço, queda de cabelo, insônia. Essas queixas são sinais de problemas de saúde futuros.”

Outro benefício em consultar um especialista antes de usar vitaminas é porque ele poderá te ensinar a ler rótulos. “Nos rótulos é importante avaliar a lista de ingredientes. O primeiro ingrediente é o que tem em maior quantidade e o último em menor quantidade. Substâncias como ácido fólico, cianocobalamina, glicose, sacarose, maltodextrina, corante caramelo IV não são bons, por exemplo”, comenta Fernanda.

Saber isso já pode te dar indícios importantes na hora da sua escolha, mas claro, lembrando sempre que não há padronização de uma dosagem que funcione para todo mundo ou uma indicação de melhor horário para tomá-las. Além disso, você pode buscar se informar mais sobre os alimentos que você está consumindo.

Por aqui, te contamos sobre alguns nomes específicos que podem fazer bem para o seu cérebro. Mas nada melhor do que um nutricionista que irá avaliar suas deficiências por meio de exames laboratoriais para poder inclusive receitar algo sob medida, feito em farmácia de manipulação, por exemplo, se for o seu caso.

Uma revisão de 26 estudos que observou os prós e contras do uso de suplementos na prevenção de doenças cardíacas, câncer e morte não encontrou evidências de benefícios no uso de vitaminas. A conclusão foi a de que adultos bem nutridos não precisam de suplementos vitamínicos. Além de não haver benefícios claros em seu consumo, eles podem fazer mal e não devem ser usados para tratar doenças crônicas.

“O que explica o aumento no uso de vitaminas que a gente vê hoje é o fato de que as pessoas estão tomando muito remédio, mas não estão atentas à qualidade de vida, portanto, não se curam das doenças. Isso gera a necessidade de suplementação”, conclui Fernanda. 

Esse artigo explica um pouco sobre o papel de cada vitamina no organismo, o que pode te ajudar a procurá-las em alimentos. Suas respectivas faltas podem ocasionar uma série de sintomas que podem te levar a procurar um médico sem nem desconfiar que o seu caso é mais simples, pois é vitamínico e somente isso. 

Evite ao máximo a automedicação e esteja atento a como seu corpo reage após tomar aquele suplemento. Para isso, o ideal é que você o tome separado de outros medicamentos, assim, conseguirá separar as possíveis reações e saber exatamente qual foi o gatilho.

Não caia em propagandas enganosas que prometem milagres ou que sugerem o uso abusivo dessas medicações, com design de produto cada dia mais chamativos. Consulte seu médico, esteja atento aos seus hábitos e entenda que cada caso é um caso.

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Coloque em prática

Como ter amizades mais próximas

Mesmo que você ache fácil fazer amigos – e não é, para a maioria das pessoas – ficar realmente próximo das pessoas, ainda é difícil. Veja como facilitar isso

20 de Janeiro de 2020


Como tantas pessoas, cresci assistindo ao seriado de TV Friends , sonhando com o dia em que viveria em uma glamourosa cidade, cercada por um grupo de amigos íntimos. Ao longo dos anos, fiz muitos amigos: de infância, de trabalho, de faculdade. Tem os que gostam de caminhar, de conversar sobre café e os que moram longe, mas com quem converso algumas vezes por ano.

Mas íntimos? Não muitos. É difícil fazer amigos quando adulto. E se, por qualquer motivo, você não ficar conectado aos da infância ou da faculdade, poderá acabar nos seus 30 anos (ou 40 ou 50 anos) conhecendo muitas pessoas, mas estando perto de muito poucas delas.

Precisamos mesmo de amizades íntimas?

Quando você está cansado, pode ser difícil encontrar motivação para jantar com um amigo, em vez de ligar a Netflix e pedir uma pizza em casa. Mas há evidências claras: amizades íntimas são necessárias para a saúde e o bem-estar. "Somos criaturas sociais e comunitárias", disse Serena Chen, psicóloga social e professora de psicologia na Universidade da Califórnia.

"Quando somos íntimos de outra pessoa, podemos experimentar reações físicas e mentais positivas em nosso corpo, mente e coração." Amir Levine, psiquiatra e neurocientista, estudou seres humanos e animais como uma maneira de entender o vínculo humano. "As conexões sociais são a maneira mais poderosa de regular nosso sofrimento emocional", afirmou.

O que exatamente significa proximidade?

 "Uma grande parte da intimidade é poder ser visto e compreendido como quem você realmente é", disse Chen. A reciprocidade também é um elemento essencial para criar intimidade. Chen explicou por que todas as pessoas que você conhece no Facebook ou Instagram não contam necessariamente como amigos íntimos: “Quando postamos algo nas redes sociais e as pessoas nos respondem na forma de bons comentários ou incentivos, isso é bom, mas não cria necessariamente intimidade porque não há como dar e receber”.

Se estar próximo de outras pessoas é tão benéfico, não deveria acontecer naturalmente?

Se amizades íntimas são realmente vitais para o bem-estar humano, parece que seríamos intuitivamente hábeis em fazê-las. Mas o oposto pode ser verdadeiro: amizades íntimas são tão importantes para nós porque são muito difíceis de construir. De acordo com John Cacioppo, neurocientista social que se especializou no estudo da solidão, os humanos teriam desenvolvido um viés interno contra fazer amigos facilmente, porque evitar um inimigo seria mais importante do que ter um aliado, do ponto de vista evolutivo.

No mundo moderno, essa tensão é mais sutil. "Há um longo debate na comunidade sociológica sobre o que os humanos querem mais: serem admirados ou conhecidos", disse Chen. Ela explicou que a admiração traz muitas vantagens: tem benefícios sociais e pode trazer status e até ganhos financeiros.

Mas ser admirado e visto de maneiras que não se alinham com a forma como realmente nos vemos - talvez não tão confiantes e bem-sucedidos quanto os outros pensam que somos - pode custar o sentimento de ser entendido e próximo dos outros. Culturalmente, também estamos mais focados no sucesso na carreira, realizações financeiras e marcos familiares do que na conexão com os outros.

Sue Johnson, psicóloga nas áreas de vínculo, apego e relações românticas, apontou que quando alguém lista seus objetivos de vida (ou mesmo as resoluções de Ano Novo), raramente menciona fazer amigos próximos ou se aproximar dos existentes.

5 maneiras de tornar suas amizades mais próximas

1. Crie uma base de segurança
Antes de tentarmos a proximidade, precisamos ter segurança. Em sua pesquisa, Levine identificou os cinco elementos fundamentais dos relacionamentos seguros:

Consistência
(esses amigos entram e saem da minha vida por capricho?)
Disponibilidade (Qual a disponibilidade deles para passar um tempo com você?)
Confiabilidade (Posso contar com eles se precisar de algo?)
Capacidade de resposta (eles respondem às minhas mensagens? Eu as recebo de maneira consistente?)
Previsibilidade (Posso contar com eles para agir de uma certa maneira?)

Uma vez que esses cinco elementos estejam no lugar, eles podem abrir o caminho para uma conexão mais profunda. Isso não significa que você deva responder a uma mensagem de texto dentro de uma hora, mas que precisa criar uma linha de base de capacidade de resposta e disponibilidade para que seus amigos se sintam seguros em sua amizade.

Da mesma forma, se você tem amigos que são esquisitos, que não respondem ou que não são confiáveis, isso ajudará você a tentar ver se eles podem vir a preencher os requisitos acima e, se não, procurar outras pessoas em busca de amizade.

2. Preste muita atenção
O próximo passo para criar amizades íntimas é apenas abrir os olhos. Os seres humanos têm uma capacidade única de ler emoções, imitando expressões faciais sutis. Essa imitação nos ajuda a ter empatia com as experiências emocionais da outra pessoa.

Na próxima vez em que você estiver com um amigo que está compartilhando algo sobre sua vida, Johnson sugere que você olhe essa pessoa de frente e preste toda a atenção. Isso criará um senso psicológico de conexão.

3. Deixe-se conhecer
Se você quer ser visto de verdade, precisa parar de fingir ser alguém mais legal ou inteligente do que é. Compartilhe detalhes pouco lisonjeiros sobre si. Levine sugere que, no próximo encontro com um amigo, comece a desviar a conversa para expor mais vulnerabilidade.

Quando o seu amigo responder de uma maneira que lhe dê apoio, dê um feedback positivo, dizendo como isso foi útil ou que perspectiva ele tem da sua situação.

4. Leve seus amigos para um test drive
"Peça ajuda, mesmo quando você não precisar, para que, quando realmente precise, sinta-se mais à vontade em entrar em contato e tenha uma melhor noção de como eles responderão", sugere Levine.

5. Aceite que a proximidade não tenha tamanho único
Os especialistas concordam que a intimidade com outras pessoas - um cônjuge, um membro da família ou um amigo - é uma das maneiras mais profundas de ser mais feliz, saudável e calmo. Como disse Levine: "É tão potente que funcionará muito melhor do que qualquer remédio por aí".

Fonte: Emma Patee, para The New York Times
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original aqui.

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