Coloque em prática
Como focar em atividades e movimentos que fortaleçam ainda mais as particularidades de um corpo feminino? Te contamos aqui!
4 de Março de 2024
A Semana da Mulher está só começando e pensamos em diferentes conteúdos que olhasse para elas da forma atenciosa e individual que elas merecem. Pensando em Corpo e nos exercícios físicos como uma de nossas principais bandeiras, não é leviano imaginar que há diferença entre as necessidades estruturais de um homem, bem como o seu pique, e as necessidades de uma mulher.
Mas quais seriam essas diferenças? E quais seriam os melhores exercícios para cada um? Te respondemos nesse artigo completo a seguir!
A principal diferença que podemos apontar de cara é, obviamente, o ciclo menstrual que as mulheres enfrentam todos os meses. Muito mais do que “só” a cólica, que pode ser melhor ou pior para cada uma, as variações hormonais afetam também o foco, a força, a energia e até a alimentação e ganho de peso.
Em um estudo na Universidade de São Paulo, 14 voluntárias foram ao laboratório correr na fase folicular, que começa com a menstruação. Depois, repetiram o processo, mas na fase lútea, que inicia após a ovulação. A conclusão foi que, na segunda ocasião, as participantes chegavam menos motivadas e, ao darem as passadas, sentiam-se mais cansadas, como explica a Revista Saúde.
Outra diferença está no chamado metabolismo aeróbico, ou seja, o gasto das calorias. Segundo esse artigo do The Muscle PHD, os homens não são mais dominantes nas fibras musculares de contração rápida do que as mulheres – ambos os sexos têm uma composição de tipo de fibra semelhante.
Mas, os homens apenas têm fibras musculares maiores e dependem mais do metabolismo anaeróbico, enquanto elas dependem mais do metabolismo aeróbico e queimam mais gordura como combustível. Isso as torna atletas de resistência matadoras em comparação aos homens e casa bem com os resultados de uma outra pesquisa, publicada no Journal of the American College of Cardiology.
Segundo o estudo, as mulheres precisam de apenas metade do exercício físico que os homens para colherem os mesmos benefícios de longevidade. Um exemplo foi quando homens que praticavam cerca de 300 minutos de exercício aeróbico por semana apresentaram um risco 18% menor de morrer em comparação com os sedentários.
Foram necessários apenas 140 minutos de exercício semanal para que as mulheres obtivessem um benefício equivalente – e o risco de morte foi 24% menor entre aquelas que faziam cerca de 300 minutos de movimento por semana. As mulheres tendem a ter menos massa muscular do que os homens, explica um dos autores da pesquisa e por isso “se fizerem a mesma quantidade de exercícios de fortalecimento, podem ter maiores benefícios com doses menores apenas com base no facto de não terem tanta massa para começar”.
As diferenças físicas entre os sexos, bem como a idade e outras questões mais subjetivas, são infinitas e não caberiam em um só artigo. Mas, traçada as principais, é hora de entender então o que é mais indicado para fortalecer o corpo feminino não só no sentido dos movimentos e exercícios, mas na duração com base no seu período menstrual, por exemplo, ou em uma possível gravidez.
Neste artigo, te contamos mais sobre a importância de fortalecer o seu assoalho pélvico. Angela Gargano, personal trainer e instrutora certificada pela NASM na Performix House em Nova York, traz ainda mais conselhos em um artigo para a revista Women’s Health.
Para ela, começar construindo uma base sólida é importante para todos os praticantes, mas no caso de suas alunas, isso significa focar na área do quadril e no núcleo, que inclui abdômen e costas. “Esses grupos musculares se combinam para formar a força motriz do corpo feminino, portanto, qualquer treino de fortalecimento de força para mulheres deve ter como alvo ambos”, diz.
Alguns dos melhores exercícios para essa finalidade são movimentos fundamentais que irão esculpir, fortalecer e desafiar todo o seu corpo apenas usando seu próprio peso corporal. Ou seja, é possível fazê-los mesmo em casa, de três a cinco vezes por semana e, à medida que você fica mais forte, você pode aumentar o desafio adicionando pesos à mistura.
Comece se alongando e, para isso, temos boas dicas nesse artigo. Já neste outro, te ensinamos alguns exercícios de respiração que podem ser importantes tanto no começo do treino quanto no final. Feita essa etapa, hora de se mexer! Daremos alguns caminhos possíveis a seguir propostos por Gargano à Women’s Health, mas o importante é sempre falar com o seu profissional de confiança, que conhece seu corpo, seu quadro, seus objetivos e limitações. Vamos lá!
Comece deitada de costas com os braços estendidos sobre o peito, as pernas levantadas e dobradas a 90 graus (joelhos acima dos quadris e canelas paralelas ao chão). Mantenha a região lombar pressionada contra o chão, apoie o núcleo e, em seguida, estenda e abaixe lentamente e simultaneamente a perna direita, pairando-a logo acima do tapete. Repita quantas vezes conseguir em 30 segundos.
Comece deitada de costas com as pernas estendidas em direção ao teto, os pés sobre os quadris e os braços ao lado do corpo. Abaixe a perna esquerda o mais baixo possível, sem arquear a parte inferior das costas para fora do tapete. Volte ao início e repita do outro lado. Repita quantas vezes conseguir em 30 segundos.
Comece deitado de bruços com os braços e as pernas estendidos no chão. Contraia os glúteos e levante todos os quatro membros - dois braços e duas pernas - além do peito e da cabeça, a alguns centímetros do chão, mantendo o pescoço neutro olhando para o topo do tapete. Segure por 3–5 segundos e depois abaixe lentamente de volta à posição inicial. Repita quantas vezes conseguir em 30 segundos.
Fique na posição de quatro apoios, com os joelhos sob os quadris e os pulsos sob os ombros. Levante os joelhos para formar uma linha reta dos calcanhares à cabeça. Mantenha os quadris elevados e os abdominais contraídos. Segure por 30 segundos e depois volte ao início.
Comece deitada sobre o lado esquerdo com o braço esquerdo dobrado, mão direita no quadril, perna direita em cima da esquerda, joelhos dobrados e calcanhares alinhados com os glúteos. Abra as pernas como um livro, levantando o joelho direito em direção ao teto, sem permitir que o quadril direito role para trás. Repita quantas vezes conseguir em 30 segundos.
Comece deitado de costas com as pernas dobradas, os pés apoiados no chão e os braços ao lado do corpo. Envolva os abdominais, contraia os glúteos, pressione os calcanhares e levante os quadris em direção ao teto até que o corpo forme uma linha dos ombros aos joelhos. Mantenha a posição por dois segundos antes de abaixar para começar. Complete três séries de 10 repetições.
Comece em pé com os pés juntos e os braços ao lado do corpo. Com controle, incline o tronco para frente enquanto levanta a perna esquerda atrás do corpo (pé flexionado) e estende o braço esquerdo para frente até que ambos fiquem paralelos ao chão. Complete três séries de 10 repetições de cada lado.
Comece em pé com os pés afastados na largura do quadril e os braços ao lado do corpo. Com controle, dê um passo com o pé esquerdo para trás e abaixe até que ambas as pernas formem ângulos de 90 graus e o joelho de trás fique pairando a 5 a 7 centímetros do chão. Inverta o movimento para voltar ao início. Complete três séries de 10 repetições de cada lado, sem alternar.
Comece em pé com os pés afastados na largura dos ombros, as mãos estendidas acima da cabeça, as palmas voltadas para a frente, com os bíceps perto das orelhas. Mantendo as costas retas e o núcleo engajado, abaixe lentamente os braços pelos lados até que os cotovelos estejam dobrados em 90 graus. Certifique-se de apertar as omoplatas na parte inferior deste movimento. Complete três séries de 10 repetições.
Para começar, fique em pé com os pés sob os quadris e os joelhos ligeiramente dobrados, articulados para a frente na altura dos quadris, de modo que o tronco fique paralelo ao tapete, os braços pendurados para baixo e as palmas voltadas uma para a outra. Dobre os braços, puxando os cotovelos em direção ao teto. Pare quando as mãos alcançarem a caixa torácica. Faça uma pausa e abaixe os braços para começar. Complete três séries de 10 repetições.
Vale dizer que esses são exercícios básicos e que, durante o seu ciclo, você pode se sentir com menos energia. Saiba respeitar os seus limites, mas tente ao menos incluir alguns desses movimentos, nem que seja na sala de sua casa. Você vai sentir a diferença até mesmo no seu pique e nas suas dores, afinal, como te contamos por aqui, a endorfina liberada após um exercício exerce um efeito de relaxamento parecido com o da morfina.
Pronto! Agora você já tem por onde começar usando apenas o peso do próprio corpo. Este artigo da Healthline traz ainda outras opções com o uso de halteres ou elásticos - mas esse pode ser o passo seguinte se você estiver apenas começando. Novamente, não deixe de consultar um educador físico de sua confiança!
Coloque em prática
O estudo da mente que vem ganhando cada dia mais espaço pode ser um atalho e um aliado na busca por um propósito - ou na realização dele.
16 de Junho de 2023
Há pessoas que descobrem o seu propósito ainda bem jovens. Seja guiados por um dom, um chamado, um exemplo no qual se espelham ou até uma inteligência específica mais aguçada, como te contamos neste artigo. O terceiro participante da décima segunda temporada do Podcast Plenae, Leo Farah, foi mais ou menos assim.
Primeiro, ele decidiu que queria ser médico. Chegou a passar e começar a estudar nesse que é um dos cursos mais concorridos do país e até do mundo. Mas, foi a vocação para bombeiro que brilhou mais os seus olhos. Por um tempo, tentou conciliar ambas. Porém, quando a vida cobrou que ele escolhesse um só caminho, ele não teve dúvidas: o Corpo de Bombeiros o faria ajudar mais pessoas, que era o seu propósito maior de vida.
A história é linda, emocionante e inspiradora, mas não reflete a realidade de todas as pessoas. Isso porque existem aquelas que ainda estão em busca de seus propósitos. Por aqui, te contamos como a filosofia IKIGAI pode te ajudar nessa busca, que de repente mora nos detalhes do seu cotidiano sem que você sequer se dê conta.
Também te explicamos a relação entre propósito e felicidade, traçamos oito dicas para te ajudar a encontrar o seu, reunimos diferentes matérias sobre o assunto em uma só e trouxemos ainda uma palestra do próprio Abilio Diniz contando um pouco da sua experiência relacionada ao tema. Agora, queremos entender um pouco mais sobre a perspectiva da neurociência a respeito do assunto. Continue lendo a seguir!
A Neurociência é o campo de estudo que olha para como o sistema nervoso se dá segundo suas funcionalidades, abrangendo não só o cérebro, mas também seus nervos periféricos e até a medula espinhal, que guarda consigo informações importantes a respeito do nosso funcionamento.
A partir dessas três regiões, responsáveis por coordenar nossas ações voluntárias e involuntárias, a neurociência analisa nosso comportamento e nossas emoções, bem como os fenômenos da mente. Portanto, como explica esse artigo da PUC, trata-se de um campo científico que busca revelar estruturas, processos de desenvolvimento e alterações que possam ocorrer ao longo da vida.
Ela ainda é um campo científico multidisciplinar, que se relaciona com Antropologia, Educação, Linguística, Medicina, Ciência da computação, entre outros campos. Ela também se divide em 5 campos de estudo:
Neurofisiologia, que investiga funções do sistema nervoso (atividades do cérebro e da medula), periférico (funções do nervos, sensibilidade e músculos) e desordens do sistema como um todo.
Neuroanatomia, que investiga a relação entre estrutura e as funções do cérebro, medula espinhal, nervos e terminações nervosas.
Neuropsicologia, que estuda o sistema nervoso sob a ótica do comportamento humano e como o cérebro influencia nossas funções.
Neurociência comportamental, que se aprofunda como nosso inconsciente afeta a conduta humana, bem como nossa identidade e memória.
Neurociência cognitiva, que busca entender o pensamento, memória e dinâmica do aprendizado, além da nossa percepção e sensações.
Portanto, a neurociência é um campo que estuda, principalmente, nosso funcionamento, estrutura, desenvolvimento, possíveis alterações ao longo da vida e como tudo isso afeta nosso comportamento. E é somente tendo consciência dos nossos processos internos é que podemos modificá-los.
O propósito é uma palavra proveniente do latim, proposĭtu pode ser desmembrada em pro (para mim) + positum (posto, colocado). Portanto, propósito é aquilo que está posto para mim, originalmente, como te explicamos neste artigo. Ele é parte de tudo aquilo que é da ordem da intenção, do objetivo, da finalidade.
É quase que um sinônimo para projeto, é aquilo que se busca alcançar todos os dias, segundo a definição da Oxford Languages. E por ser um objetivo quase que diário, por vezes o propósito pode ser confundido com a felicidade, que é outro termo ainda mais subjetivo e individual do que o anterior.
“Existem artigos de neurologia e psiquiatria que apontam que as pessoas que mais buscam felicidade são as mais adoecidas mentalmente. É super importante deixar isso claro: a felicidade é um efeito colateral de um propósito. Se tivéssemos uma fórmula para alcançá-la, ela basicamente só teria dois componentes: momentos de bem-estar no dia a dia e, de forma mais ampla, uma ideia que me dá sentido à vida", diz o neurologista e professor na UNIFESP, Fabiano Moulin.
Chegamos então ao gigante e importantíssimo órgão que rege grande parte do nosso funcionamento e, claro, das nossas emoções. Mas, é preciso estar atento aos seus truques e artimanhas. “O cérebro tem uma capacidade muito grande e espontânea de desejar, mas muito pequena em se sentir satisfeito com o que tem. Isso não é só cultural, existe algo de biológico mesmo e hoje nós sabemos dos circuitos neurais e do processo que a gente chama de adaptação hedônica” explica o especialista.
Essa adaptação passa, principalmente, pela capacidade de previsibilidade que temos e que, por vezes, falha. Antecipamos acontecimentos em busca de nos proteger mas, muitas vezes, eles nem chegam a de fato acontecer. “Quando o cérebro começa a ter maior competência de previsibilidade, menor é a liberação de dopamina, portanto menor o prazer daquela ação de forma isolada", continua explicando Moulin.
É aí que mora o perigo: as coisas parecem “perder a graça”, mesmo atingindo objetivos que você sempre sonhou. Isso porque o seu cérebro se vicia em prazeres momentâneos, um mecanismo parecido com a paixão, que te contamos neste artigo. É necessário exercitá-lo para que ele não enxergue o mundo como ele é, mas sim como nós somos.
Sem essa compreensão, estaremos sempre presos no desejo da falta, e não na presença. Esse filtro que temos do mundo é um processo ativo, influenciado pela nossa família e pela cultura onde estamos inseridas. Portanto, é preciso um trabalho igualmente ativo para mudarmos essa ótica e enxergarmos a vida com mais propósito, observando desde os pequenos prazeres cotidianos até uma preocupação com o bem-estar coletivo.
“Vivemos no Ocidente, lugar onde o grande alvo da felicidade é o indivíduo. No Oriente, mesmo hoje em dia, é o coletivo que importa. Nem sempre a felicidade de uma pessoa tem a ver com o propósito de toda uma sociedade. Mas a evidência maior é a de que, quando agregamos um propósito pessoal a um acréscimo de bem-estar para humanidade , a felicidade é ainda maior”, explica.
“Então considerarmos o outro nesta fórmula é muito importante, porque de novo, eu acho que esse ponto é importante. O outro importa muito, nós não somos uma ilha, fazemos parte de um contexto. E importar-se com esse contexto torna seu propósito muito mais forte” conclui Fabiano.
Pare e se pergunte: O que eu faço bem? O que pra mim dói menos que pra maioria das pessoas? O que é aquilo que, quando eu faço, não vejo a hora passar e que as pessoas valorizam? O que eu faria de graça na vida? E o principal: como eu poderia mudar o mundo, ainda que de forma pequena? Todos esses são questionamentos que irão educar o seu cérebro para expandir e enfim encontrar o que é seu.
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