Para Inspirar

Como diferentes religiões abordam o luto?

A espiritualidade, que pode ser fundamental no processo de superação de um trauma como o luto, pode oferecer diferentes caminhos para a cura. Contamos alguns aqui!

19 de Abril de 2024


No terceiro episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história das irmãs Luciana e Marcella Tranchesi. Mais do que um relato de fé, é também um relato de superação do luto e como um episódio como a perda de um ente querido acaba mudando todos os caminhos seguintes da vida de quem passa por essa situação. 


Já abordamos por aqui as fases do luto e porque é importante vivê-las, além da importância também das relações ou como acolher uma viúva. Queremos agora falar desse mesmo tema, mas sob a ótica religiosa. Leia mais a seguir!


As diferentes religiões 


A palavra religião existe no dicionário da língua portuguesa aproximadamente desde o século XIII, mas sua origem ainda é cercada por dúvidas, como debatemos neste artigo. Há algumas hipóteses. A primeira delas - e provavelmente a mais aceita -, é a de que a palavra vem do latim religio, que significa “louvor e reverência aos deuses”, segundo o Dicionário Etimológico.


Ela é um conceito que define “um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças”, ainda segundo o mesmo dicionário. 


São muitas religiões existentes no mundo - das mais clássicas às mais diferentes, como as que te contamos aqui -, cada uma com os seus ensinamentos, mas todas unidas por um mesmo propósito: garantir que exista um sentido maior e ideal para o qual você pode lutar, algo como dar um sentido coletivo, como te contamos neste artigo. 


Além disso, a fé traz conforto, uma muleta de apoio que pode ser muito importante em períodos difíceis do sujeito. O luto, como mencionamos no começo dessa matéria, pode ser um desses períodos. Mas elas têm abordagens variadas em relação a esse sofrimento para quem fica, influenciadas por suas crenças, tradições e ensinamentos específicos e que estão interligados ao que elas acreditam a respeito do pós-morte. 


Conheça as perspectivas principais de algumas das principais religiões sobre o assunto:

Cristianismo

Para os cristãos, a morte é a passagem para um lado de lá que envolve estar ou não ao lado de Deus - tudo vai depender das suas atitudes terrenas. O luto de quem fica, por sua vez, é visto como uma oportunidade para se conectar com Deus e encontrar consolo na fé.


A ressurreição de Jesus Cristo, seu messias, é central para a crença cristã, e muitos cristãos acreditam que aqueles que morrem em Cristo serão ressuscitados - ou seja, aqueles que morreram com fé e fora cristãos em vida, estarão sempre ao lado de Deus e, portanto, ao nosso lado também. 


As Igrejas cristãs oferecem apoio espiritual e conforto através da oração, dos sacramentos e da comunidade durante o período de luto. Ainda, há a tradição da missa de sétimo dia, um mês e até anuais, onde o enlutado pode colocar o nome do seu ente querido que partiu e receber homenagens, honrarias e um sermão específico para esse momento. 

Islamismo

Te contamos por aqui um pouco mais sobre o islamismo. No Islã, o luto é considerado uma parte natural da vida, e os muçulmanos - ou seja, praticantes da religião -, são incentivados a enfrentá-lo com paciência e submissão à vontade de Alá (Deus). 


O Alcorão, que é o livro sagrado dos seguidores do islamismo, e os ensinamentos do Profeta Muhammad oferecem orientação sobre como lidar com o luto. É comum realizar orações pelos falecidos, visitar túmulos e oferecer apoio prático e emocional aos enlutados.


A visão do Islamismo sobre a morte, segundo esse artigo, é moldada por várias crenças fundamentais como akhirah, termo em árabe para a vida após a morte. Em resumo, eles acreditam que a vida neste mundo é temporária e que a verdadeira vida começa após a morte. 


Sendo assim, os muçulmanos buscam viver sua vida de acordo com os ensinamentos do Islã de forma moral e piedosa, pois acreditam que haverá um Dia do Juízo em que todas as pessoas serão ressuscitadas e julgadas por suas ações. Isso inclui a prática das boas ações. Isso inclui a oração, a caridade (zakat), o jejum durante o Ramadã e a peregrinação a Meca (Hajj), entre outros atos de devoção.


Neste dia, ainda segundo eles, tanto as pessoas boas quanto as más serão pesadas, e Deus determinará seu destino eterno com base nisso, recompensando com o paraíso ou com a punição no inferno. Uma parte importante da visão islâmica sobre a morte é a aceitação da vontade de Deus. Para eles, esse dia é predeterminado por Alá e ninguém pode escapar do seu destino.


Isso traz um senso de aceitação maior como sendo algo que parte do plano divino. Seus rituais específicos para lidar com a morte e o sepultamento incluem lavagem do corpo por membros da comunidade muçulmana antes do enterro para purificá-lo; orações fúnebres realizadas na mesquita ou em um local designado; sepultamento o mais rápido possível após a morte, de preferência no mesmo dia; e túmulo é simples, sem adornos extravagantes, refletindo a ênfase do Islã na humildade.


Religiões de matrizes africanas


Te contamos por aqui um pouco mais sobre a diferença entre o Candomblé e a Umbanda, principais religiões de matriz africana. Mas em questão de luto, não há um consenso único sobre como seguir e ele é vivenciado de maneira individual e profundamente ligada às suas tradições e crenças específicas. 


No Candomblé, por exemplo, o luto pode envolver rituais específicos realizados pelos sacerdotes e membros da comunidade religiosa e pode incluir cantos, danças, oferendas e cerimônias destinadas a honrar o espírito do falecido e a auxiliá-lo em sua transição para o mundo espiritual. A comunidade também oferece um papel fundamental e muitas vezes se reúne para oferecer apoio emocional e espiritual à família enlutada.


Na Umbanda e em outras religiões afro-brasileiras, o luto também pode ser acompanhado de rituais e práticas específicas, como missas ou trabalhos espirituais realizados nos terreiros, buscando proporcionar conforto aos vivos e também aos espíritos dos falecidos.


Nessas religiões, o luto é visto como parte natural da vida e da jornada espiritual, e as práticas associadas a ele são destinadas a honrar os mortos, fortalecer os laços comunitários e oferecer consolo àqueles que estão sofrendo a perda.


Judaísmo


O Judaísmo, assim como outros dogmas, possui rituais e práticas específicas para o luto. A fé judaica ensina que a alma da pessoa falecida continua a existir após a morte e que o luto é uma maneira de honrar sua memória. Nas horas entre morte e enterro, conhecido como aninut, o enlutado por estar mais desolado pode ser isentado até mesmo de ter que ir em exigências religiosas. Depois, nos primeiros três dias de luto, a pessoa deve refletir sobre o que pode melhorar no seu comportamento. 


As pessoas ainda não podem saudar ou serem saudadas por um enlutado, como explica esse artigo. Se por engano o cumprimentam, ele deve responder: "Não posso responder ao cumprimento, pois estou de luto." As "proibições de trabalho" durante estes dias aplicam-se mesmo se os enlutados forem passíveis de sofrer perda financeira e até responsabilidades religiosas podem ser canceladas também. 


Durante este tempo, o enlutado fica dentro de casa, expressando sua dor ao usar uma roupa rasgada, sentando-se num banco baixo, usando chinelos, abstendo-se de barbear e arrumar-se, e recitando o Cadish (prece dos enlutados), como continua a explicação do Chabad.


E enfim chega o período de shivá, que dura sete dias após o funeral e inclui os três dias mencionados anteriormente. Nesse estágio, as visitas de apoio da comunidade são mais encorajadas e ele passa a falar mais sobre sua perda e aceitar consolo dos amigos e parentes.


Para os judeus, é uma obrigação mostrar compaixão por meio da visita de condolências. Isso é uma mitsvá, ou seja, uma ordem bíblica. O objetivo fundamental dessa visita durante a shivá é aliviar o enlutado do fardo intolerável da intensa solidão e começar a incluí-lo novamente na sociedade.


Por fim, passado o shivá, é chegado o sheloshim - um período de trinta dias mais intensos que abarcam o shivá. Barbear-se e cortar o cabelo geralmente é proibido, assim como cortar as unhas e lavar o corpo todo (é feita apenas uma limpeza necessária). Ainda não passou-se tempo suficiente para retomar suas obrigações sociais, mas a pessoa começa lentamente a voltar. 

O período de um ano - os 12 meses que se passaram desde a morte desse ente - é de retomada total da vida, com exceção das festividades coletivas ou pessoais, cuja ausência é uma forma de respeito do enlutado. No encerramento deste último estágio, espera-se que a pessoa continue seu luto apenas em breves momentos, como quando yizkor (prece especial recitada em memória aos entes falecidos) ou yahrtzeit (aniversário de morte do ente falecido) estão sendo cumpridos.


Budismo


Apesar de não se tratar de uma religião formal, e mais uma filosofia, como te explicamos aqui, o Budismo também tem seus ensinamentos para somar. Para eles, o luto é visto como uma oportunidade para refletir sobre a natureza impermanente da vida e praticar a compaixão e a aceitação.


Os budistas acreditam ainda na reencarnação - como os espíritas -, e a morte é portanto vista como parte de um ciclo contínuo e complexo de renascimento. As práticas budistas de luto podem incluir meditação, recitação de sutras e cerimônias de memória para o falecido.

Espiritismo


Para os espíritas, a morte é uma passagem para a verdadeira vida do espírito, como explica o Instituto Chico Xavier, instituição que leva o nome do principal líder dessa religião. “Enquanto encarnados mesmo que não tenhamos noção disso, ao dormir nosso espírito fica livre e vai de encontro ao que nos unimos durante o dia em pensamento, seja bom ou mal, a sintonia é o que define se vamos para aprender, reencontrar quem amamos ou para saciar os vícios ou ser perturbados por quem nos conectamos ou atraímos em vidas passadas”, explicam. 


Por conta dessa crença de que há toda uma outra vida após a morte e na comunicação entre os vivos e os espíritos desencarnados, existem diferentes vertentes e práticas dentro do espiritismo, incluindo a mediunidade, que é a capacidade de estabelecer essa comunicação com quem ficou por aqui e quem se foi. As cartas psicografadas, por exemplo, podem trazer conforto para quem está enlutado.


Durante o período de luto, muitos praticantes do espiritismo recorrem à fé, à oração e à busca por consolo espiritual para lidar com a perda de entes queridos. Eles costumam se apegar também ao fato de que esse espírito ainda vive, só não está mais preso ao seu corpo físico.


Além disso, as reuniões mediúnicas podem desempenhar um papel importante no processo de luto para alguns espíritas, proporcionando a oportunidade de se comunicar com os espíritos dos falecidos e receber mensagens de conforto e orientação. A depender do centro espírita que você visitar, haverão práticas e abordagens diferentes, também com base no nível de sofrimento daquele que procura ajuda. Até mesmo “cirurgias espirituais” podem ser oferecidas. 


Hinduísmo


No Hinduísmo, o luto é visto como parte do ciclo de morte e renascimento, o chamado samsara. Os hindus também acreditam na reencarnação, e ainda que a alma dessa pessoa que se foi continua sua jornada após a morte. As práticas de luto hindus podem incluir rituais como a cremação, cerimônias de memória e oferendas aos antepassados.


Independente da religião, perceba como cada uma à sua maneira pretende consolar o enlutado e oferecer conforto. Isso porque, por melhor que seja a interpretação dessa passagem, trata-se de um período intenso e complexo para todos nós. A morte pode não ser um adeus eterno a depender da sua crença, mas é sempre ao menos um até logo que deixa saudades para quem fica. Apegue-se à sua espiritualidade nesse momento difícil: ela irá te ajudar!

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A importância das relações durante o luto

Conversamos com uma psicóloga para entender como ter uma rede de apoio pode ser vantajoso e até necessário após uma perda

26 de Novembro de 2020


No primeiro episódio da terceira temporada do Podcast Plenae - Histórias Para Refletir, mergulhamos no relato profundo e cheio de emoção de Veruska Boechat, a viúva do jornalista Ricardo Boechat. Assim como todo o resto do país, Veruska foi pega de surpresa com a partida súbita e precoce dele que era não só o seu marido, mas também o seu melhor amigo e pai de suas duas filhas.

Como lidar então com uma ruptura tão brusca e violenta? Não há, é claro, uma única resposta para essa questão. Isso porque, como afirma Juliana Picoli Santiago, psicóloga clínica especializada em questões do luto, esse é um processo individual de cada sujeito e composto por diversas nuances e momentos.

“A morte de um ente querido é a experiência mais desorganizadora que um ser humano pode viver no seu ciclo vital. Quando vivemos o luto, vivemos a queda do mundo presumido, ou seja, aquilo que dá pra gente o conforto e a segurança de que as coisas são de uma certa maneira aquilo que nos coloca no mundo e nos faz viver” explica ela.

"A morte de um ente querido é a experiência mais desorganizadora que um ser humano pode viver no seu ciclo vital" diz a psicóloga. Diante desse cenário complexo e, muitas vezes, inédito, como é possível voltar ao dia a dia? “Quando falamos de rotina e organização do luto, a gente não pode falar disso sem falar necessariamente sobre rede de apoio. A pessoa que vive a situação de enlutamento tem pessoas próximas que vão viver junto com ela, e cada um de forma muito distinta. Então aquele que se percebe capaz e dispõe de mais recursos emocionais, possa servir como rede de suporte de apoio para uma pessoa mais fragilizada” diz a psicóloga.

Veruska conheceu isso na prática. “As pessoas diziam pra eu ficar numa sala reservada [no enterro]. Pra quê? Era muito melhor receber o abraço de uma pessoa que saiu de casa para me dar carinho. E eu descobri que simples presença é mais importante do que qualquer coisa que se diga” conta ela, em seu episódio.

“As pessoas ficam aflitas em saber o que falar. Na verdade, quanto menos falar, melhor. Sou grata por ter conseguido filtrar o que me diziam. Eu não fiquei com raiva, nem guardei mágoa, mas as pessoas precisam aprender o que dizer no luto do outro. E também a se comportar. Enquanto teve gente que levou comida na minha casa, outros chegaram pedindo pra lanchar” conta. “Quando eu finalmente conseguia levantar, me arrumar e botar o pé pra fora, as pessoas vinham me dizer: ‘eu era fã dele, eu adorava ele’. E eu sei que é por amor, mas eu tava exausta de chorar e só queria poder falar: ‘Nossa, tá bonito o dia’”.

Para Juliana, “é adequado que nós possamos falar sobre a pessoa que se foi, sobre sua história, não se deve evitá-la. É importante que possamos trazer ao nível da palavra aquilo que nos traz significado. E muitas vezes, dar significado a uma perda, está necessariamente ligado ao poder falar sobre o que aquela pessoa significava, trazia na sua experiência e no seu papel pra vida de quem ficou. Uma pessoa não é feita só do luto, ela é feita de história, estrutura”.


Só que a dor do luto pode ser tão dolorosa quanto incapacitante, e por isso muitas vezes é confundida com a depressão. E, ao mesmo tempo que esse processo ocorre, a vida lá fora continua acontecendo. “Quem olha pro enlutado não vê que, além da tristeza, os boletos vão chegar normalmente. Você perde o seu marido num dia, no outro tem que ir ao cartório pegar a certidão de óbito. Numa hora em que você não quer conferir um papel que descreve um acidente que você nem conseguiu digerir ainda. Ninguém me disse isso” conta Veruska.

“Eu tinha tantas tarefas burocráticas pra resolver, que não conseguia mais dormir de ansiedade. Um dia, peguei um desses caderninhos tipo moleskine , de brinde, e comecei a anotar tudo que eu precisava fazer. Mesmo sem vontade, eu escolhia a tarefa mais idiota, tipo ‘trocar a titularidade da TV a cabo’ e riscava da lista. Resolver uma coisinha dessas me dava um pouquinho mais de força pra ir em frente” complementa.

Retomar a rotina aos poucos pode trazer a tão desejada sensação de normalidade que o enlutado busca. Mas “só no sentido do que a pessoa dá conta de fazer” como explica Juliana. E, para que isso seja possível, é preciso ter ajuda. “Minha primeira dica é: formar uma rede de apoio, ter pessoas próximas que possam cuidar até de suas necessidades mais básicas até que ela possa se integrar e começar entrar em contato consigo mesmo” explica a psicóloga.

“Mesmo quando se recebe cuidados adequados, a experiência do luto é tão desorganizadora que vai se refletir no sono, nos hábitos alimentares e também na cognição e memória” diz Juliana. Com todos esses aspectos da vida prejudicados, a presença de outras figuras que possam estar em condições emocionais melhores é mais do que bem-vinda, como também necessária.

Há pessoas que buscam refúgio no trabalho. A própria Veruska conta que, depois de 14 anos sem trabalhar, voltar a ativa lhe deu forças e ajudou a ocupar a cabeça. Outros preferem encarar um longo processo terapêutico e buscar uma escuta capacitada. Há ainda os que erroneamente preferem ignorar os sentimentos, sem saber que o luto não acaba, mas sim passa a fazer parte dos seus dias.

As redes de apoio podem ser feitas por amigos, familiares e escutas capacitadas

Para todas essas alternativas, a rede de apoio é o que manterá a pessoa em condição de poder optar qual caminho seguir. “Tem uma filósofa chamada Hannah Arendt que escreveu ‘Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história’. E é justamente aí que mora a importância de falar sobre aquilo que me dói para alguém. Isso dá sentido para minha vida, quando uma pessoa me escuta, ela também me traz existência. Escutar alguém é trazer alguém pra minha existência” explica.

Portanto, falar sobre o assunto é de suma importância - ter alguém não só para ajudas cotidianas, mas para que seja esse ouvido que traz à luz a existência do enlutado como um indivíduo único e independente. “Pode ser que alguém não possa contar com essa rede de apoio, então existem alguns serviços como Centro de Valorização da Vida (CVV - Disque 188) e serviços que são disponibilizados pela rede pública como o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental (CAISM). O importante é poder falar” conclui Juliana.

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