Para Inspirar
Todos amam, mas poucos conhecem a história do feriado mais liberto de todos. Conheça a relação entre o carnaval e a Igreja Católica
9 de Fevereiro de 2024
O feriado mais amado por grande parte dos brasileiros está entre nós! Inspiração para uma de nossas crônicas, o carnaval já esteve por aqui também nas dicas para quem busca fugir da folia e curtir de uma forma mais tranquila ou o outro extremo: quem curtiu tanto que agora busca desintoxicar. Ainda, esse mês a equipe reuniu outras dicas em nosso Instagram do que fazer nesses dias - mas aqui, dançar e seguir bloquinho também estão previstos.
Hoje, porém, decidimos mergulhar na origem dessa festa que tem em seu DNA a integração dos povos, aceitação, miscigenação, ocupação das ruas e, porque não, a Igreja Católica. Leia mais a seguir!
A origem do carnaval é um pouco controversa, porque depende do formato de que estamos falando. Mas, há indícios extremamente longínquos de suas raízes: na era da Antiguidade. Segundo historiadores, havia uma comemoração popular em homenagem à chegada da primavera, na região onde hoje ficaria entre o Egito e a Grécia.
Essa festa marcava principalmente o fim dos longos invernos que assolavam a região e, por consequência, afetavam as vegetações. Com a chegada dessa estação, motivos para agradecer não faltavam: o sol novamente brilhando, os frutos pendurados nas árvores, dias mais longos e temperaturas agradáveis.
"No mundo antigo, você tem as festas para Dionísio, os bacanais, onde os próprios deuses visitavam a Terra. Todas as sociedades têm festas que desmontam a ordem social", comenta o professor e antropólogo Roberto da Matta, autor do livro "Carnavais, Malandros e Heróis", de 1979, à TV Globo.
Ainda no mesmo artigo, o teólogo Leonardo Boff lembra que até no carnaval romano os escravos deixavam de ser escravos durante aqueles dias: "A sociedade precisa tirar as máscaras e voltar ao seu estado natural", diz. Mas então, onde a Igreja entra nessa história, afinal?
Como você deve ter aprendido ainda na escola, na Idade Média a Igreja Católica possuía um grande prestígio, tão grande que estava acima dos reis e rainhas em uma hierarquia social. A palavra final era sempre do clero, nome dado à classe dos sacerdotes da época. Bispos, padres, ministros sagrados: todos eles mandavam e desmandavam, escreviam as leis com os próprios punhos e de acordo com as suas próprias crenças e convicções.
Mas, mesmo com toda a sua força, não teve como a Igreja acabar com essa festa que já se estendia por tantos anos. A forma que a instituição encontrou de manter a então comemoração primaveril foi incorporá-la como festa religiosa e definir uma data certa: a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas. A ideia era que fosse “a última farra onde o povo poderia se esbaldar antes de entrar nos quarenta dias de sacrifício e penitência até a Páscoa”.
"O berço do carnaval ocidental se encontra na Igreja, apesar dos antecedentes na cultura greco-latina. O próprio nome carnaval lembra esse fato. A palavra é a combinação de duas palavras latinas: carnis que é carne e vale que é uma saudação, geralmente no final das cartas ou no final de uma conversa. Significa "adeus". Então antes de começar o tempo da Quaresma, que é tempo de jejuns e penitências, se reservaram alguns dias para dizer "adeus" à "carne", explica Boff.
Mas, se a ideia de carnaval que temos hoje é a de um período permissivo e livre de culpas, é fato que poderia trazer problemas para a Igreja apoiar tamanha desordem. Não havia nada de religioso ali, era escancaradamente uma festa profana, e portanto, não foi possível defender o caráter casto e religioso da esbórnia por muito tempo.
No Concílio de Trento, em 1545, como conta o artigo, a comemoração foi liberada pela Igreja e passou a ser assumida como uma festa pagã. "Na medida em que a sociedade foi separando o sagrado do profano, o carnaval escapou do controle da Igreja. Ganhou sua identidade própria. Mas o seu significado básico continua o mesmo. O importante é que seja feito pelos populares, por aqueles que socialmente nada contam. No carnaval eles contam, são aplaudidos quando normalmente são eles que devem aplaudir", lembra Leandro.
Em países como a Itália, por exemplo, que hoje abriga o Vaticano, país sede do papa, a festa e o baile de máscaras já era tão popular que ainda no século 13 já tinha sido oficializada como feriado e recebeu o nome de Carnaval. O resto é história: com a chegada dos portugueses em terras brasileiras, a folia desembarcou junto e ganhou novos contornos, preservados até hoje pelo nosso país que se apropriou do feriado como ninguém.
Isso se deve ao fato de que, com essa inversão de valores propostas pela festividade, onde pessoas comuns eram os verdadeiros protagonistas e não haviam tantas hierarquias - as máscaras, por exemplo, eram parte fundamental dessas “novas identidades” -, os muitos escravos e trabalhadores que aqui habitavam, bem como o povo que foi ficando cada dia mais miscigenado, viam um propósito maior nesses dias e ganharam novo fôlego. Era uma função quase que “terapêutica” para dar vazão à sua imaginação - e ainda é.
Isso também tem uma explicação católica. Como dissemos anteriormente, estabeleceu-se há muitos séculos que essa festa antecede os sacrifícios exigidos pela Igreja durante a Quaresma, uma última oportunidade para extravasar. Sendo assim, o Carnaval começou a ser calculado levando a Páscoa em consideração, feriado que marca a ressurreição de Cristo.
Se a Páscoa é sempre o primeiro domingo após a primeira lua cheia do outono aqui no hemisfério Sul (primavera no hemisfério Norte). A data do carnaval é sempre 47 dias antes do domingo de páscoa. Dá tempo de cair na farra típica dessa aventura e ainda descansar para se preparar pro resguardo dos 40 dias.
Hoje em dia, poucas pessoas sabem de toda essa história e o catolicismo já não possui um poder de decisão tão grande quanto em outras eras - apesar de ainda ser uma religião muito forte aqui no Brasil. O que se preserva do DNA dessa festa é esse poder de liberdade e o povo todo reunido nas ruas, sem distinção e com um só objetivo: se divertir. Essa é, afinal, a mensagem que fica dos dias de Carnaval!
Para Inspirar
A oitava temporada do Podcast Plenae está no ar! Confira a história do jornalista Boris Casoy. Aperte o play e inspire-se!
12 de Junho de 2022
Leia a transcrição completa do episódio abaixo:
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Boris Casoy: Aos 80 anos, a minha vida se modificou. Eu tive que sair da RedeTV, devido a pandemia, e eu acabei seguindo por um caminho que eu já tinha imaginado percorrer, de fazer o Jornal do Boris na internet. Mais recentemente, fui contratado como comentarista da CNN.
A minha manhã estava totalmente ocupada, mas a tarde e a noite estavam livres, e eu acho que ter dois períodos do dia pra fazer nada é muito tempo vazio. Aí eu resolvi prestar vestibular e estudar veterinária, um desejo que eu tinha há muito tempo, materializado por um amor e uma grande curiosidade pelos animais.
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Geyze Diniz: Qual é a idade limite para se realizar sonhos? Não existe idade quando o sonho é um propósito. Boris Casoy tem uma carreira consolidada na TV há mais de 50 anos, mas ainda é um calouro nos bancos da faculdade de veterinária. Conheça a história que fez Boris Casoy voltar para as salas de aula, aos 80 anos, para realizar um sonho. Ouça no final do episódio as reflexões do rabino, escritor e dramaturgo Nilton Bonder para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se.
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Boris Casoy: Até os 9 anos de idade, eu praticamente não andei. Eu e a minha irmã gêmea tivemos poliomielite, uma doença para a qual não havia vacina naquela época, foi em 1942. A minha família tinha boa condição financeira e a minha mãe nos levou para os Estados Unidos, onde fomos operados. O problema foi remediado e eu fiquei com poucas sequelas, mas eu praticamente perdi a minha infância.
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Naquela época, a psicologia era uma coisa associada à loucura, então, como não era hábito, eu não tive nenhum auxílio psicológico para lidar com a minha paralisia. Nada, absolutamente nada. Quando entrei na adolescência, a partir dos 13, 14 anos, eu me tornei um garoto problema. Eu fazia o que eu queria, era birrento, era briguento e não estudava muito bem. Na minha cabeça, eu estava recuperando o tempo perdido, fazendo tudo que eu não tinha podido fazer antes.
Eu não era malvado, malvaaaaado, mas era agitado e não me adaptava às restrições da época. Saía de casa sem autorização da minha mãe, pegava a bicicleta e ia longe. A bicicleta equivalia a um par de asas. Jogava futebol na rua, o que na época era algo MUITO grave, perseguido pela polícia, porque a vizinhança reclamava. A minha mãe achava que era coisa de moleque da rua, uma expressão muito forte naquela época, muito cerca, muito próximo de um marginal.
Ao mesmo tempo, dentro daquela desobediência que levava a marca da pólio, curiosamente foi brotando dentro de mim um interesse pelos mistérios do universo, pela busca da presença divina. E esse interesse se materializava na contemplação da natureza e numa estima muito grande por animais. A gente não tinha nenhum bicho em casa, porque a minha mãe não era grande apreciadora da companhia deles. Ela acreditava que os animais transmitiam doenças, um tabu antigo. Ela gostava de bichos, achava que eles tinham que ser bem tratados, mas longe de casa.
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Só depois de adulto eu fui ter animais de estimação, cachorro, gato, coelho. Eu gosto de todos os bichos e me esforcei e me esforço para compreendê-los melhor. Na minha casa eu tenho um quintal grande e não deixo matar nenhum bicho. Teia de aranha eu nem desmancho. Se você entrar em alguns cantos, vai achar que ninguém limpa a minha casa. Eu não trato a aranha como um animal doméstico, mas eu a respeito. Respeito e admiro. Cobra eu também nunca mato, eu espanto, mesmo as venenosas. E como há cobras venenosas neste planeta. Eu só procuro evitar animais que são prejudiciais ao ser humano, tipo pernilongo, barata, etc, aí não tem jeito.
A companhia dos bichos me dá uma grande satisfação. Hoje eu tenho dois cachorros, a Neguinha, que é pretinha, adotada. Ela é uma princesa, inteligente e muito boazinha. Quando troveja, ela pede pra ficar comigo e dorme no meu quarto. Há uns meses, adotei outro cachorrinho que um amigo meu encontrou perdido na rua, é o Bimbo, um vira-lata caramelo. Ele chegou esquelético, sujo, mancando de uma pata e agora ele está lindo e nós estamos tratando as feridas dele. Ele é muito matreiro, é muito moleque, e já se adaptou muito bem na casa.
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Biologia tem sido muito mais fácil de me adaptar, eu busco material de estudo na internet e em livros. Me interessei pelo corpo humano também e fui pesquisar o assunto por curiosidade. Já química não me desperta nenhum interesse. Eu sei que ela é necessária, mas não é algo que eu vá lidar diretamente no dia a dia. Essa matéria eu só estudo pra passar de ano mesmo.
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Por causa da pandemia, as aulas têm sido online, nessa experiência nova de educação pela internet. Claro que não é como voltar aos bancos escolares integralmente, inclusive toda uma relação com os outros alunos e com os professores. Eu estou lidando com imagens, não com as pessoas. Sinto falta desse contato olho no olho e, evidentemente, só conheço a turma de maneira virtual, mas por enquanto tenho que me conformar, tem que ser assim.
Eu estudo no turno da noite, que vai das 19h até às 22h. No começo, por causa da notoriedade, a minha presença causou um pouco de surpresa na turma, mas o pessoal aparentemente já está se acostumando, inclusive os professores. Quando a gente puder ter as aulas presenciais, acho que vai haver um momento de curiosidade, mas depois eles vão acabar percebendo que eu não sou nenhum ET.
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Eu não sou o primeiro da classe, sou apenas um estudante mediano. A vantagem é que eu estudo porque eu gosto, pra satisfazer as minhas curiosidades, não pra exercer uma profissão. Se eu fosse trabalhar como veterinário, o que vai ser meio difícil, a minha predileção estaria com os animais silvestres. O bicho doméstico exige cuidados, enquanto o selvagem se vira e sobrevive por meios próprios. Por isso eu tenho uma grande admiração por eles.
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O curso está me dando uma grande satisfação pessoal, ocupando o meu tempo e me trazendo novos desafios. Eu sei que, se eu ficar parado, eu me encaminho para um processo depressivo. Uns anos atrás, eu comecei a sentir um vazio que surgia, especialmente, aos sábados e domingos. Procurei meu médico e descobri que eu não tinha nada de patológico, mas era o que ele chamou de melancolia que, sim, poderia evoluir para uma depressão.
O ser humano é sociável e, por isso, se isolar é remar contra a natureza. A gente não foi feito pra ficar parado. Eu comecei a trabalhar aos 15 anos, como narrador esportivo numa emissora de rádio, e nunca mais parei, nunca mais. Fui editor-chefe da Folha de São Paulo duas vezes, somando 8 anos. É uma função muito, muito pesada, que eu desempenhava com grande vontade.
Depois, foram mais de 30 anos como âncora de telejornais, numa rotina puxada, mas da qual eu sempre gostei. Sempre tive prazer. Aliás, eu nunca trabalhei com uma atividade que eu não gostasse. Que eu não gostasse muito. Pra mim, trabalhar não é muito distante de lazer, mas com responsabilidade.
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Mesmo depois que eu parei de apresentar um jornal diário, eu não fiquei parado. Me tornei um youtuber e, mais recentemente, um comentarista da CNN. Foi uma surpresa o convite. Eu acho que a pessoa, se ela tem uma mínima condição física e mental para seguir uma atividade profissional, ela deve, precisa, tem de continuar. Eu não suportaria psicologicamente ficar sem fazer nada. Quando você tem uma profissão da qual você gosta, sente falta do exercício dela.
E também eu tenho o conceito de que essa aposentadoria de você ficar de chinelo, na praia, passeando, ou deitado numa rede, é uma espécie de morte em vida. O trabalho me dá prazer e implica um monte de coisas tipo relações pessoais, compromissos e objetivos. É preciso ter objetivos, é preciso ter um desafio. Se alguém não tem onde trabalhar, pode se voluntariar em alguma instituição. A pessoa vai se sentir mais feliz e realizada, vai dormir sabendo que trabalhou para ajudar o próximo. Isso não é só bom, é espetacular.
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Eu acho que aquele cara que fica só com seus pensamentos abre um portal para a depressão. A gente precisa ter uma atividade, repito, um desafio no nosso dia a dia. Entre ser cauteloso e encarar um desafio, eu sempre, na minha vida toda, optei pelo desafio e vou continuar assim, vou continuar com essa opção. Não quero dizer que eu vá jogar dinheiro pela janela, mas, claro, assumir as opções possíveis sem assumir riscos.
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A velhice por enquanto não me fez ter uma vida mais recolhida, mais calma, não. O que eu sinto e lamento é a decadência física, que chegou muito recentemente e de maneira acelerada. É inevitável. O corpo não responde com a mesma presteza. Eu ando mais devagarzinho, tenho medo de cair, medo de escorregar no banheiro, tomo mais cuidado pra descer as escadas. Mas eu sei que esse processo é um processo normal e sabia que algum dia ele viria, por isso, faço exercícios e tento manter uma alimentação adequada pra atrasar um pouco mais essa perda física.
A minha mente é a mesma e a memória aparente está boa, pelo menos por enquanto. Tenho os mesmos esquecimentos que eu sempre tive, como a dificuldade de reter nomes, mas não apareceu nada, nada de novo. Olha, ter uma atividade profissional ajuda a manter a minha cabeça e a minha memória em ordem. Eu tomei uma decisão de que, enquanto eu puder fazer alguma coisa, vou fazer. E eu recomendo o mesmo pra quem entra nos 60, 70 anos. A cabeça boa, na minha opinião, faz o corpo sadio, e o corpo sadio faz a cabeça boa.
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Nilton Bonder: Muito linda a iniciativa do Boris, não só de iniciar este novo projeto, mas de torná-lo público, abrindo a possibilidade pra tantas pessoas, de imaginar reinvenções e mudanças em nossa realidade longeva. Os humanos ganharam cerca de 20 anos em média em sua expectativa de vida e há espaços existenciais novos a serem cobertos.
A aposentadoria, como o Boris aponta, era um grande sabático com prazo de validade, mas não é o mesmo em nossos dias. O ser humano pode fazer terapias ocupacionais por um tempo, mas não por décadas. E o ser humano precisa sentido e propósito, condições para não estar condenado a viver de forma torturante e humilhante.
Várias universidades mundo afora já ofereceram programas de reinvenção de carreiras, motivadas não por desagrado, mas porque as pessoas, de alguma forma, se graduam de certa função. Sempre digo que as coisas não necessariamente terminam, trabalhos ou relações, mas nos graduamos delas. E se a memória e a destreza não são as mesmas do primeiro vestibular, a experiência e a vivência neste segundo lhe conferem outra qualidade.
As sequelas da pólio e as sequelas dos desgastes do viver, sim, põe mais sobre o corpo do que sobre a mente, e como Boris diz, há sim que se cuidar mas para não cair e levar tombos, mas para a cabeça é o contrário, ela nunca foi tão potente em entendimento sobre o viver e a vida. Dar espaço para aventuras radicais não é contraindicado, muito pelo contrário.
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Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae.
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