Para Inspirar

Sono profundo pode ajudar a tratar a ansiedade

Os níveis de ansiedade das pessoas aumenta 30% após uma noite sem dormir, diz pesquisa

20 de Novembro de 2019


Passar uma noite sem dormir pode aumentar a ansiedade em até 30%. Além disso, a fase profunda do sono é um alívio natural contra o distúrbio. Essas são as principais conclusões de uma pesquisa científica publicada na revista Nature Human Behaviour . Matthew Walker, professor de neurociência e psicologia da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e seus colegas examinaram os efeitos de vários estágios do sono na ansiedade em 18 participantes.

Cientistas rotineiramente dividem o sono em duas grandes categorias: movimento rápido dos olhos (REM) e sono não REM. As duas primeiras fases do sono não REM são leves, nos quais o corpo se ajusta da vigília ao repouso. Já a terceira é o sono profundo e restaurador que precisamos nos sentir recarregados pela manhã.

O sono não REM normalmente é seguido pelo REM, que é o estágio mais leve e cheio de sonhos antes de acordar. A atividade cerebral é diferente de acordo com a etapa do sono. Por isso, os cientistas avaliaram os efeitos das diferentes fases do repouso na ansiedade.

A pesquisa

Para medir os níveis de preocupação excessiva, os pesquisadores pediram a um grupo de 18 jovens adultos que assistissem vídeos emocionalmente perturbadores após uma noite inteira de sono e depois de uma noite sem dormir. Em cada sessão, os participantes preencheram um questionário padrão sobre ansiedade. Os cientistas, então, monitoram a atividade cerebral das pessoas por meio de ressonância magnética funcional e de polissonografia.

A análise dos dados mostrou que uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal medial foi desativada após uma noite em claro. Estudos anteriores sugeriram que essa região atenua a ansiedade e o estresse. Os exames também revelaram atividade cerebral excessiva em outras áreas associadas ao processamento de emoções. Uma noite sem dormir elevou os níveis de ansiedade em até 30%, relatam os autores.

Além disso, o estudo constatou que os níveis de ansiedade despencaram após uma noite inteira de sono e que essa redução foi ainda mais significativa em pessoas que passaram mais tempo no estágio profundo, de ondas lentas e não REM do sono. "O sono profundo restaurou o mecanismo pré-frontal do cérebro que regula nossas emoções, diminuindo a reatividade emocional e fisiológica e impedindo a escalada da ansiedade", relata Eti Ben Simon, principal autora do estudo.

Sono como recomendação clínica

Os pesquisadores procuraram replicar suas descobertas e, por isso, realizaram outro conjunto de experimentos em uma amostra maior, de 30 participantes, além de uma pesquisa on-line com 280 pessoas. O estudo em laboratório confirmou que as pessoas que experimentaram um sono mais profundo à noite tiveram menos ansiedade no dia seguinte.

A pesquisa online também revelou que a quantidade e a qualidade do repouso impactava o nível de preocupação dos indivíduos no dia seguinte. Para Eti Ben Simon, o bom sono deveria ser uma recomendação clínica para o tratamento da ansiedade.

Fonte: Ana Sandoiu, para Medical News Today
Síntese: Equipe Plenae
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A Revolução da Longevidade e como responder a ela

Em 1945, a expectativa de vida média era de 42 anos. Hoje, pouco mais de meio século depois, ela já se encontra em 76. Precisamos aprender a usufruir dessa dádiva.

24 de Abril de 2018


O médico brasileiro que nos orgulha internacionalmente contribuindo com pesquisas sobre longevidade nos apresentou as revoluções que já estamos vivendo e nos convidou a pensar em como liderar, abraçar e pensar melhor nas revoluções que estão por vir.

A REVOLUÇÃO DA LONGEVIDADE E SEU IMPACTO SOBRE NÓS

Em 1945, a expectativa de vida média era de 42 anos. Hoje, pouco mais de meio século depois, ela já se encontra em 76. Precisamos aprender a usufruir dessa dádiva. A revolução da longevidade já chegou, teve e terá impactos para nós como indivíduos e para a sociedade como um todo.

A verdade é que precisamos nos preparar para viver mais do que planejamos – e para os impactos que isso terá em nossas famílias e nossas relações. Devemos focar em chegar à idade avançada acima do linear de dependência. Além dos óbvios benefícios pessoais de uma velhice com mais qualidade, com esse privilégio também podemos nos manter como recursos produtivos e úteis para nossas famílias, para a economia e a sociedade.

É possível evitar chegar a esta fase abaixo do linear da dependência, especialmente prevenindo e cuidando de nossas vidas desde já. Temos que ter de forma muito clara uma perspectiva que considere nosso curso de vida por inteiro.


A qualquer momento, podemos fazer uma intervenção e corrigir aquilo que ainda pode ser melhorado. Sempre é possível começar uma atividade física, cuidar do corpo, cuidar da mente, ter um propósito e ficar operante até o fim.

Kalache cita quatro grandes capitais que são necessários para o bem-envelhecer: saúde, conhecimento, relações e dinheiro. Quanto mais cedo começarmos a acumular esses capitais, melhor. Mas sempre é tempo para começar. Estes capitais nos permitem ter resiliência, ou seja, as reservas necessárias para que nós nos adaptemos e cresçamos com os impactos e desafios que encontrarmos ao longo da vida.

Aquele que acessa seus capitais para buscar soluções dá a volta por cima, encontra uma saída e provavelmente vai envelhecer melhor.

A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E COMO ELA MUDA NOSSAS RELAÇÕES DE TRABALHO

A quarta revolução industrial se trata de um avanço proveniente da terceira revolução industrial. Estamos migrando para uma forma muito mais complexa de inovação, em que múltiplas tecnologias atuam simultaneamente, de forma rápida e hiperconectada. Nela, em vez de propriedades, o acesso é que é importante.

Mais que informação, precisamos do discernimento e imaginação para utilizá-la da maneira certa. Essa reconfiguração no fornecimento de serviços e raciocínios já está transformando radicalmente a natureza do trabalho. Ou usufruímos desta oportunidade ou vamos perdê-la.

Nesse raciocínio, não adianta treinar uma criança hoje esperando que esse conhecimento lhe sirva para o resto da vida. É preciso ensiná-la, antes de tudo, a pensar, a ser capaz de se adaptar, renovar-se e ser resiliente. A capacidade de aprender ao longo da vida é fundamental para que nos adaptemos.

REVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO: A REVOLUÇÃO QUE ESTÁ SOB NOSSA TOTAL RESPONSABILIDADE

A necessidade por flexibilidade, adaptabilidade, capacidade de se reinventar e de estar sempre pronto para mudanças nos traz até uma terceira revolução que ainda precisa acontecer: a da educação. Os 30 anos a mais de vida que ganhamos precisam nos fazer enxergar com novos olhos o jeito como estamos dividindo a vida até agora.

Não estamos envelhecendo como nossos pais e muito menos como nossos avós. E isso não é novo. Basta lembrar que o período entre a infância e a idade adulta, uma fase de vida em que muitos de nossos pais e avós já trabalhavam, não era tratado com metade da atenção que é tratado hoje pela mídia e pela sociedade.

A adolescência foi uma invenção dos baby-boomers. Está na hora de propormos a nova construção social: a gerontolescência. A transição entre a fase adulta e a velhice. O que isso tem a ver com a educação? A necessidade de revê-la por inteiro. Em uma sociedade com mudanças cada vez mais aceleradas, com cada vez menos jovens e maior número de idosos, como manter uma estrutura que concentra todo o período de estudo em uma só fase da vida, na maioria dos casos (especialmente para a faixa mais pobre da população) até antes dos 18 anos e não prevê novas possibilidades de estudo após essa idade?

Como seguir uma estrutura de ensino e trabalho inspiradas no século 19, quando as pessoas estudavam até os 14 anos, trabalhavam muito e morriam com 70 e poucos anos, se muito? Mesmo a seguridade social precisa ser revista, já que foi criada nessa época, em um modelo de sociedade completamente diferente do atual.

É preciso reinventar o curso de vida, do início ao fim. Precisamos pensar em uma vida mais colorida. Uma vida em que possamos curtir o melhor dela desde o início, fazer pausas nos estudos e trabalho, escolher fazer um sabático e poder voltar a trabalhar normalmente tempos depois.

Um curso de vida em que escolhemos quando e como estudar – e também quando e como nos aposentamos. Nessa mentalidade, escola não é só coisa de criança, faculdade não é coisa de adolescente, trabalho não é coisa de adulto e aposentadoria não é coisa de velho. Nessa mentalidade, todas as idades e gerações se encontram em diferentes momentos e trocam conhecimentos, sendo mentoras umas das outras.

É maravilhoso estarmos entre as primeiras gerações que vão ter que responder a essa revolução da longevidade. E podemos fazer isso promovendo a harmonia intergeracional, a noção do cuidado entre uma geração e outra e a geratividade, que é a atividade entre gerações. Neste novo curso de vida proposto, não precisamos apenas nos preocupar em fazer uma carreira, mas sim em deixar um legado.

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