Coloque em prática

Como encontrar felicidade no dia a dia?

O que pode parecer um desafio, para o psicólogo Gustavo Arns é um propósito diário. Confira dicas do especialista!

24 de Outubro de 2022


A rotina exaustiva e preenchida de tarefas parece não abrir espaço para a tão sonhada felicidade. Você já se sentiu assim em algum momento? Saiba que não é o único! E o pior: isso parece estar piorando. O Global Happiness 2022 mostrou que o índice de felicidade dos brasileiros está em 63%, na pesquisa anterior era de 81%.

Para Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, é impossível falar de ser feliz sem praticar previamente o autoconhecimento. Buscar o seu mais profundo interior, aliás, sempre foi o objetivo principal da vida do psicólogo, que relata desde criança ter se envolvido nesse mergulho.

“O tema do autoconhecimento sempre esteve presente na minha vida, na história da minha família. É claro que quando jovem, eu não entendia tanto, eu só era curioso por terapias integrativas, alguns estudos de espiritualidade e religiões. Essa curiosidade foi me levando para diferentes religiões, práticas, estudos de filosofia. E aí, em 2013, eu estava em um evento e tive a oportunidade de conhecer o professor Tal Ben-Shahar, de Harvard, que palestrava sobre a ciência da felicidade que eu nunca tinha ouvido falar. Eu não acredito em coincidências, fui parar dentro de um auditório que nem ingresso eu tinha. Foi um divisor de água”, diz o especialista.

Abaixo, separamos alguns dos ensinamentos que a conversa com Gustavo nos proporcionou. Afinal, o que é ser feliz e como ser em doses pequenas, todos os dias? Confira!

Primeiros passos 

“Eu gosto de dizer que conheci a Psicologia Positiva pela porta da frente mesmo. Saí dessa palestra do professor Tal muito impactado por tudo que eu ouvi, foi como se várias peças de um quebra-cabeça ganhassem uma cola. Isso era 2013, o tema ainda era muito incipiente aqui no Brasil, fiz o que pude mesmo pra buscar conhecimento e comecei a colocar em prática na minha própria vida e percebendo a diferença mesmo. E percebi que trouxe benefícios reais na minha carreira, relacionamentos, meu casamento e minha paternidade.

Mas ao mesmo tempo que isso acontecia comigo, eu via amigos e familiares num ritmo de adoecimento. Em 2015 eu comecei a me perguntar ‘como um tema tão importante como esse pode ganhar mais relevância no Brasil?’. Porque eu via ele crescendo lá fora, mas aqui não. E aí me deu a ideia de fazer o Congresso Internacional de Felicidade unindo linhas diferentes como ciência, arte, filosofia, tudo em um só lugar. A primeira edição aconteceu no final de 2016”

Como definir a felicidade segundo a ciência

“Há o ranking da ONU, que é pouco subjetivo, na verdade. Ele está se tornando mais, mas os critérios são bem objetivos como PIB, índice de corrupção, liberdade econômica. Eu gosto da definição do professor Tal Ben-Shahar, que é o conceito das camadas de bem-estar físico, emocional, intelectual, relacional e espiritual. A combinação dos 5 é o que pra ele forma o conceito de felicidade. É subjetivo? Sim, porque segue sendo uma experiência individual, sou eu que vou ter que dizer como está cada nível desses pontos e a gente corre o risco do auto engano. Agora o bem-estar físico é plenamente mensurável, eles vão utilizar diferentes fontes primárias de dados. Por mais que a resposta possa ser subjetiva, o pesquisador tem como analisar exame de sangue, conversar com médico, familiares, chefe, amigos e colaboradores dessa pessoa entrevistada. Tudo pode ser checado.”

O que fazer para ser mais feliz 

“Fazer uma auto análise destes 5 elementos citados pode apresentar caminhos concretos de bem-estar. Pensar o que eu posso fazer pra ser mais feliz não é algo simples, mas quando eu divido em elementos, eu sei o que eu posso fazer hoje, eu ganho um objetivo. É importante também parar de procurar, porque hoje em dia a gente sabe que essa busca desenfreada gera ansiedade e infelicidade. 

É preciso trocar a palavra busca por construção. Então ao invés de se perguntar o que fazer pra buscar a felicidade, é como eu posso construir mais felicidade na minha rotina, porque isso me tira de um papel de uma pessoa que está procurando algo fora, quando na verdade é o aspecto interno que eu vou ter que olhar. O que posso fazer pela minha saúde física, minha alimentação, meu horário de sono? O que eu posso fazer pra que meus relacionamentos fiquem mais saudáveis, quais são os aspectos da minha espiritualidade que eu preciso dar mais atenção?

Como posso cuidar melhor da minha saúde mental, o que me impacta negativamente? Será que eu posso reduzir o tempo de redes sociais e noticiários, será que posso me dedicar a um hobby ou atividades de descompressão mental? Talvez seja simplesmente um encontro com mais sentido e significado com aquilo que eu faço. Não há dica, é um caminho construído que a pessoa precisa seguir e que vai envolver muito autoconhecimento e ações práticas. As pessoas buscam por uma pílula milagrosa, mas a verdade é que a felicidade dá trabalho mesmo.”

Qual a importância e os caminhos para se promover a felicidade coletiva

“Acho que tem um aspecto importante nos caminhos, porque eles são muitos. O que a gente tem hoje é realmente uma ciência tratando o tema e isso desmistifica muitas coisas e isso é bastante importante, mas a ciência não é o único caminho possível. Eu posso escolher a espiritualidade, a religião, as artes ou a filosofia, tenho visto muita coisa do estoicismo que é uma fonte interessantíssima quando se trata de felicidade.

Agora todas essas linhas têm como pré-requisito adquirir conhecimento e aplicar na prática, transformando em autoconhecimento, mesmo a ciência. Elas te obrigam a olhar para si mesmo. Então como principal chave de caminho é realmente o autoconhecimento. Exercício físico, por exemplo, é fundamental, agora qual exercício, que intensidade, que horas do dia, o que meu corpo permite fazer, isso continua sendo algo subjetivo. 

Os índices de depressão estão muito grandes, os alertas da OMS vem desde 2014 dizendo que em 2020 a depressão seria a principal causa de adoecimento e realmente, a pandemia veio e agravou; e aqui no Brasil existem diversas pesquisas que nos colocam como um dos países mais ansiosos e estressados do mundo. Nosso estilo de vida criou uma nova doença que é o Burnout, entrou no CID-11 e eu acho muito interessante que é uma doença que não existia antes, nosso estilo de vida a criou e ela chega a matar as pessoas de fadiga mental.

A tradição médica antiga já dizia que corpo e mente são, porque esses elementos estão intrinsecamente conectados. A depressão levando a suicídio vem atingindo idades cada dia mais jovens e eu vejo esse ponto da saúde como o principal motivo pelo qual a gente precisa investigar a felicidade, esse é o ponto zero, a gente precisa sair da doença, que nós produzimos algo que nos adoeceu coletivamente. A pandemia viral a gente pega no ar, mas e a depressão, como se tornou tão generalizada e pandêmica - segundo a OMS?” 

Onde a psicologia positiva entra nessa história

“Na história do que hoje a gente chama de ciência da felicidade, o psicólogo tem um papel muito importante. Esse chamado foi feito há anos pros psicólogos, porque se viu que a psicologia não investigava o lado positivo da vida humana, e aí ficou batizado de psicologia positiva, que dedica seus estudos à felicidade mas não só isso, há também gratidão, perdão, enfim.

A psicologia positiva no início foi batizada inclusive de psicologia da felicidade, mas posteriormente a neurociência com o avanço da tecnologia conseguiu mapear muito do que está acontecendo no nosso cérebro e como percebemos tudo que está acontecendo por meio das nossas emoções. A psicologia positiva continua existindo e sendo um ramo dentro da psicologia, mas hoje o que mudou foi a compreensão do que é a ciência da felicidade que inclui esses três pilares principais, que é a psicologia, a neurociência e a ciência das emoções”.

O que se discute no Congresso Internacional de Felicidade

O congresso traz palestrantes do Brasil e do mundo para trazerem seus pontos de vistas do tema a partir de 4 aspectos: ciência, filosofia, arte e espiritualidade. E dentro dessas linhas, aspectos individuais e coletivos, isso vai desde o conceito de negócios sociais, que é algo que a gente debateu na edição passada, até questões muito básicas como nutrição, por exemplo. Filósofos, indígenas, monges, neurocientistas, médicos, psicólogos: são todos bem-vindos”.

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Coloque em prática

Dicas e movimentos para melhorar a saúde da coluna

Ter instabilidade na coluna é, além de muito incômodo no dia a dia, pode trazer outros problemas de saúde, mas os "três grandes" exercícios podem ajudar.

29 de Outubro de 2022


A dor nas costas é uma das dores mais comuns que se pode sentir. Todos nós tivemos ao menos um desconforto ao longo da vida e estima-se que ao menos 16% da população brasileira tenha algum problema dessa natureza, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que começa como uma dorzinha incômoda pode evoluir para problemas sérios de locomoção ou pode até estar indicando problemas de saúde maiores do que aparentam ser. Portanto, é sempre preciso procurar um médico para entender o que está por trás daquelas “pontadas”, por exemplo.

Mas a revista de Harvard também separou algumas dicas que podem te ajudar tanto a melhorar a saúde de sua coluna, como aliviar incômodos agudos naquele momento. “Um núcleo forte pode estabilizar sua coluna para ajudar a manter a região lombar saudável e sem dor. Os músculos e ligamentos ao redor da coluna podem enfraquecer com a idade ou com uma lesão, o que pode dificultar movimentos como torcer, alongar, levantar e dobrar”, como eles escreveram. 

"A parte inferior das costas muitas vezes tem que compensar essa falta de mobilidade, o que coloca mais estresse e carga sobre seus músculos", diz Eric L'Italien, fisioterapeuta do Spaulding Rehabilitation Center, afiliado à Harvard. As pessoas com dor nas costas geralmente temem o movimento, o que pode tornar as costas rígidas e a dor ainda pior. 

"No entanto, uma coluna estável também é mais flexível, por isso pode suportar uma gama completa de movimentos naturais", explica L'Italien. “E movimentos mais saudáveis ​​reduzem a pressão na região lombar e diminuem o risco de dor e lesões”. Abaixo, separamos essas dicas para vocês. Confira!

Engajamento total

A estabilidade da coluna é alcançada com uma abordagem equilibrada de toda a sua musculatura central. Isso pode ser importante para quando se faz movimentos que exigem força repentina ou muitos movimentos, como levantar e carregar algo. "A estabilidade da coluna significa que todo o seu tronco está trabalhando junto no ritmo, como uma sinfonia de classe mundial", diz Eric. "Se uma coisa está errada, pode afetar toda a estrutura."

Como conseguir uma coluna estável?

L'Italien recomenda os "três grandes" exercícios desenvolvidos pelo Dr. Stuart McGill, especialista em biomecânica da coluna na Universidade de Waterloo, no Canadá. "Estes exercícios envolvem todos os músculos importantes necessários para melhorar a estabilidade da coluna", diz o especialista.

Antes de descrevê-los, é importante que você aprenda a chamada sequência de pirâmide, a qual você deve seguir:

  • Comece com cinco repetições de cada um dos três exercícios

  • Em seguida, faça três repetições de cada 

  • Termine fazendo cada exercício apenas uma vez.

À medida que você se sente mais confortável com a rotina, pode aumentar o número de repetições com as quais começa para cada exercício, mas continue seguindo o padrão descendente. Confira os exercícios!

Enrolado

1. Deite-se de costas. Estenda uma perna reta no chão. Dobre o joelho da outra perna para que o pé fique apoiado no chão.

2. Coloque as mãos sob a região lombar para manter o arco natural da coluna.

3. Ao expirar, levante a cabeça, os ombros e o peito do chão como se estivessem todos conectados. (Saia do chão apenas o suficiente para sentir a tensão nos músculos). Não dobre a parte inferior das costas, dobre o queixo ou deixe a cabeça inclinar para trás.

4. Segure por 10 segundos e depois abaixe-se lentamente.

5. Complete cinco repetições, depois troque as posições das pernas e repita a sequência para completar o exercício.

Prancha lateral

1. Deite-se de lado com a parte superior do corpo apoiada no braço, com o antebraço no chão e o cotovelo embaixo do ombro. Coloque a mão livre na parte superior do quadril. Puxe os pés para trás, de modo que os joelhos fiquem em um ângulo de 90°.

2. Levante os quadris do chão para que fiquem alinhados com o resto do corpo e segure por até 10 segundos. Tente manter uma linha reta da cabeça aos joelhos. Abaixe lentamente os quadris de volta ao chão.

3. Repita cinco vezes, depois vire para o outro lado e repita a sequência para completar o exercício. Variação: Para um desafio, endireite as pernas em vez de dobrá-las.

Cão-pássaro

1. Abaixe-se no chão com as mãos e os joelhos.

2. Levante o braço esquerdo e estenda-o para a frente o máximo possível, ao mesmo tempo em que levanta a perna direita e a estende para trás do corpo. Mantenha o braço e a perna levantados paralelos ao chão. Certifique-se de que seus quadris estejam alinhados com o tronco e não inclinados para um lado.

3. Segure por 10 segundos e depois retorne à posição inicial.

4. Repita cinco vezes, depois mude para o outro braço e perna e repita a sequência para completar o exercício.

Realize esses exercícios dois ou três dias por semana antes do treino regular.  “Depois de um tempo, você pode realizá-los diariamente", diz L'Italien, o especialista ouvido por Harvard. Lembre-se também de aliar com exercícios de alongamento, como te contamos nessa matéria ou com uma bola de pilates, que também já te trouxemos os benefícios

E, por fim, exercícios físicos são ótimos remédios naturais para sua coluna, mas em caso de dor aguda, procure um especialista antes de realizá-los, pois isso pode forçá-los ainda mais. Estique-se!

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