Coloque em prática

Os dois lados de um cochilo

A prática que muitas vezes foi erroneamente julgada, pode trazer benefícios reais para seu corpo e mente, mas ela ainda não é uma unanimidade.

29 de Agosto de 2023


Quem não ama tirar um cochilo, que atire a primeira pedra! Seja aquela esticadinha depois do almoço ou o famoso “só mais 5 minutinhos” para estender aquele sono bom pela manhã. 

As sonecas agora viraram alvo da ciência, que descobriu que há sim alguns problemas envolvidos na prática, mas também muitos benefícios para o nosso corpo e mente. Vamos te falar mais a seguir!

Que horas são? Hora de dar uma pausa

Vivemos em uma sociedade acelerada onde descansar muitas vezes pode ser mal visto. Isso é prejudicial de várias maneiras, afinal, há sete fases do descanso que precisamos respeitar, como te contamos aqui, além das horas de sono necessárias que também são importantes, como te pontuamos neste artigo

Na ausência de um sono reparador e o excesso de trabalho, podemos vivenciar a Síndrome de Burnout, o que aconteceu com Izabella Camargo segundo seu relato para o Podcast Plenae. Trata-se de uma doença psicossomática, ou seja, o seu corpo falando. 

O trabalho remoto, também conhecido como home office, nos permitiu repensar com mais profundidade sobre os limites entre trabalho e suas pausas. Durante a pandemia, muitos de nós flertamos com o sofá diversas vezes ao dia mas, ao mesmo tempo, estendemos os horários de produtividade a níveis nunca antes vistos. 

Mas, afinal, se falamos do descanso com qualidade anteriormente, onde entram as famosas sonecas? Elas são boas ou só reforçam a irregularidade do sono? Pensando em solucionar esse mistério, um artigo publicado na revista Sleep Medicine tentou acabar com esse debate, mergulhando no que os autores chamam de “O Paradoxo da Soneca”.

É importante começar reforçando que os benefícios podem variar de indivíduo, situação, duração da soneca, quantidade de cansaço acumulado, etc. Em vídeo, os especialistas trazem os seguintes benefícios:

  • Cochilos breves podem ser restauradores e reduzir a fadiga durante o dia, podendo neutralizar a sonolência diurna, principalmente depois de uma noite mal dormida. 

  • Os cochilos podem ser particularmente benéficos para trabalhadores em turnos que lutam para dormir o suficiente e precisam estar alertas em horários irregulares. 

  • Uma breve soneca durante o dia também pode melhorar o desempenho no local de trabalho 

  • Pode melhorar funções cognitivas como memória, raciocínio lógico e capacidade de realizar tarefas complexas. 

  • Alguns estudos descobriram que o desempenho físico também pode melhorar após uma soneca 

  • Os atletas podem experimentar melhora na resistência, no tempo de reação e no desempenho cognitivo se tirarem uma soneca durante o dia.

  • Um estudo observacional descobriu que cochilar uma ou duas vezes por semana estava associado a um menor risco de problemas cardiovasculares como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou doença cardíaca.

  • Cochilos aliviam o estresse e melhoram o sistema imunológico em pessoas cujo sono foi limitado na noite anterior. 

  • Os cochilos podem contribuir para o bem-estar de grupos de pessoas, como por exemplo, diagnosticadas com aneurismas intracranianos. Cochilar regularmente reduzia o risco reduzido de ruptura, segundo estudos. 

O lado ruim do cochilo

É claro que nem tudo são flores e que há sim alguns malefícios envolvidos em um simples cochilinho. Para adultos mais velhos, por exemplo, cochilar durante o dia pode trazer distúrbios de sono, como acordar frequentemente durante a noite. Um estudo na China também descobriu que cochilar por mais de 90 minutos estava associado à hipertensão em mulheres de meia idade e mais velhas.

Outro estudo, também realizado com chineses, descobriu que tirar cochilos de mais de 30 minutos estava correlacionado com uma maior frequência de doença hepática gordurosa não alcoólica. Mas, para ambos é preciso investigar mais. 

Uma análise de vários estudos descobriu que cochilar mais de 60 minutos por dia estava associado a um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 e, uma outra pesquisa, essa realizado com pessoas que vivem na França, descobriu que cochilar é mais comum em pessoas que já convivem com a diabetes tipo 2, mas a tipo 1 também, além de ansiedade ou depressão, obesidade e hipertensão.

Cochilar ou não, eis a questão

Até o momento, como você pôde perceber, há os dois lados de uma mesma moeda e não está claro como exatamente os cochilos afetam a saúde. Ainda não se sabe muito sobre a relação entre cochilos e sono noturno, e como a frequência ou duração das inofensivas influenciam o bem-estar de diferentes pessoas. 

O que já se sabe com certeza é que cochilos mais longos, como aqueles que duram mais de 30 minutos, podem levar ao sono profundo e esse sono profundo pode começar ainda mais cedo. O torpor geralmente resulta de ser acordado durante um sono profundo.

Portanto, a melhor duração do cochilo para adultos é de cerca de 20 minutos e não superior a 30 minutos, porque isso permite que o sono seja leve ao ponto de aumentar o estado de alerta sem entrar em sono profundo. Acordar de um sono profundo pode causar tontura e até piorar a sonolência.   

Nesse caso, é melhor que o cochilo seja mais longo, ou seja, de cerca de uma hora e meia. Essa duração permite que o corpo percorra os estágios do sono e evite a interrupção do sono profundo, especialmente para trabalhadores de emergência e trabalhadores em turnos que estão tentando evitar a fadiga. 

Atenção somente à dependência de cochilos no lugar do sono noturno consistente. Isso pode contribuir para um sono fragmentado ou distúrbios do sono, como insônia. Mas, algumas pesquisas sugerem que o cochilo afeta o sono noturno principalmente em adultos mais velhos em vez de adultos jovens e de meia-idade.

Como tudo na vida, o importante é o equilíbrio. Lembre-se que descansar é tarefa fundamental para o bom funcionamento do corpo e é importante para todas as outras funções. Descanse sem culpa mas respeite os seus ciclos circadianos e veja o que funciona para você!

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Coloque em prática

Os diferentes tipos de meditação - e como ela pode te ajudar

A prática milenar que ganha cada dia mais adeptos, pode ser feita de diferentes maneiras e trazer diversos benefícios.

18 de Fevereiro de 2020


Meditar, do latim meditari, é uma prática ancestral de origem incerta, justamente por ser tão antiga e difundida desde então. Contudo, seu significado literal encontrado em dicionários difere do significado que os estudiosos e praticantes utilizam para ela. Se procurarmos em dicionários de língua portuguesa, meditação estará relacionado a reflexão, estudo de pensamentos.

Mas o conceito oriental antigo é justamente o oposto desse, pois a meditação é foco, é conseguir parar de pensar e entrar em um nível mais avançado de percepção” explica Flávio Moreira, professor, palestrante de desenvolvimento pessoal e educador no Método DeRose.

Para as antigas tradições, a meditação seria um potente caminho para a evolução do ser humano. É como se fosse um próximo passo para que a inteligência emocional se aprimorasse, assim como a intuição se fortalecesse. Em outras palavras e desmitificando o processo: meditar é começar a treinar sua mente.

Por isso, seus benefícios a longo e a curto prazo são muitos.
“Já de imediato, a pessoa que entra nessa jornada começa a ter a melhoria do foco, queda de níveis altos de estresse, otimização até bioquímica do organismo e do cérebro, que é ativado em áreas antes inativadas, melhorando o conhecimento e a concentração. A longo prazo, o autoconhecimento que a prática gera segue por toda a sua vida e os benefícios mencionados perduram juntos” explica Flávio.

Até mesmo o seu sono e a forma como você encara a vida podem se modificar depois de um tempo praticando.
Não por coincidência, a prática e a longevidade têm muito em comum, pois vai retirando tudo que machuca e sobrecarrega do seu cenário. “A partir do momento que entende-se o corpo como seu eterno habitat, você começa a cuidar melhor dele. Os desafios continuam existindo, mas você os recebe de uma forma diferente.” explica Flávio.

Com isso, o ideal é que o indivíduo comece ainda jovem, para construir toda a sua vida em torno desse lifestyle mais leve, mas os resultados virão em qualquer fase da vida que se inicie a prática.
Mas então, como fazê-lo? Há duas formas principais: a primeira, mais indicada para iniciantes, é o foco através de símbolos, que podem ser imagens específicas para a prática, ou até imagens comuns, presentes no nosso dia a dia.

“Qualquer elemento serve, como um copo, ou até um ponto na parede que prenda sua atenção enquanto você aguarda em uma sala de espera, por exemplo” explica o educador. A ideia é focar nessa imagem escolhida por você e concentrar toda a sua atenção nela, afastando qualquer outro tipo de pensamento.

A segunda forma seria por meio de sons, que nada mais é do que uma troca de canal para aprimorar a técnica. Em meditações guiadas por profissionais, há mantras específicos, mas para encaixar no seu dia a dia, qualquer som contínuo já está valendo. “O som do ar condicionado, ou um tique-taque de relógio, por exemplo, ou de uma cachoeira e um riacho. Contanto que ele seja constante o suficiente para que você possa se concentrar nele e somente nele” diz Flávio.

A dica principal é não brigar mentalmente consigo mesmo. No início do treinamento, a mente vai querer se agitar por natureza. O praticante deve ir, com bastante estabilidade, de encontro a esses pensamentos. Cortá-los de imediato. Isso inclusive vai educar os campos cerebrais a responder somente aos seus comandos. Teve um pensamento no meio da meditação? Corte-o e volte para o seu ponto de atenção.

Outra dica que pode te ajudar é procurar um profissional com experiência na área, de preferência que lecione de forma sistêmica, tratando a meditação como parte de um processo maior, que é a evolução pessoal tanto do físico quanto do mental. “As pessoas têm muito foco em objetivos secundários, e começa a perder a alma da coisa. Cuidar do maior, que é sua qualidade de vida, é o essencial, porque o resto vem naturalmente e genuinamente” comenta Flávio.

Aplicativos que podem te guiar no começo também são bem-vindos!
“O tempo inicial recomendado é de 5 minutos, mas pode ser menos para uma pessoa ainda muito dispersa ou ocupada, mas a ideia é que ela deve subir gradativamente conforme ela sentir um aumento de foco no dia a dia” explica o especialista. Também não há regra de horários, mas a recomendação é meditar ao acordar, para começar o seu dia com a percepção otimizada e limpa, sem ruído e sem preocupação.

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