Para Inspirar

Desmistificando conceitos: o que é o mundo BANI

Descubra o que essa nova sigla tem a ver com a modernidade e sua rotina, e como ela pode te afetar.

5 de Dezembro de 2021


De siglas, a modernidade está cheia. Já te contamos por aqui um pouco sobre a FOMO e o JOMO - o “fear of missing out” (medo de estar perdendo algo) e a “joy of missing out” (felicidade em estar de fora). Também falamos, aqui nesse artigo, sobre as siglas relacionadas aos medos pós-pandêmicos: o FODA (“fear of daiting again” ou medo de namorar novamente), o FOGO (“fear of going out”, medo de sair) e o FONO (“fear of the normal”, o medo do normal). 


Dessa vez, trazemos um conceito igualmente moderno e factível de ser abreviado em uma sigla, mas mais abrangente do que os anteriores: o mundo BANI. Indo direto ao ponto, trata-se da junção das palavras “brittle, anxious, nonlinear e incomprehensible”. Em tradução livre: frágil, ansioso, não linear e incompreensível.


Essas características descrevem não especificamente um só sujeito, mas a dinâmica em que o mundo se dá atualmente. Ele é, na verdade, a evolução de uma outra sigla, criada depois da Guerra Fria: o mundo VUCA (volatile, uncertain, complex and ambiguous — Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), e servia tanto para pautar o próprio exército como posteriormente as empresas. Mas, pode ser que você ainda esteja se sentindo um pouco entre as duas.

Entendendo melhor

Funciona como um tipo de visualização do nosso contexto: quando se sabe que temos uma realidade volátil, incerta, complexa e ambígua, se tenta então planejar os seus passos - ou da sua instituição - com base nesses conceitos. Sabe-se que nem tudo está posto, que as mudanças são uma realidade cotidiana e que é preciso, sobretudo, adaptar-se à elas, por exemplo.


Com o mundo BANI não é diferente. O termo, criado pelo antropólogo Jamais Cascio em 2018, ganhou ainda mais força e notoriedade com a pandemia da covid-19. Isso porque a pandemia revelou, antes de mais nada, a nossa fragilidade (o B, brittle), e como estamos suscetíveis aos mais diferentes acontecimentos.


Diante dessa revelação, que escancara a nossa finitude, e sem termos a mínima certeza do amanhã, nos tornamos ainda mais ansiosos e urgentes do que já éramos (o A, anxious). A não-linearidade (o N, nonlinear) é, provavelmente, o conceito mais subjetivo e complexo da sigla, pois trata-se justamente dessa movimentação intensa que vimos na pandemia, por exemplo, com a questão das infecções.


É a mudança no olhar sobre a causa e o efeito, na qual “a escala e o escopo desta pandemia vão muito além da experiência cotidiana que já conhecemos”, como descreve o próprio Jamais Cascio. É abdicar também, ainda que somente um pouco, dos planos a longo prazo, pois o amanhã não existe, não é linear. 


Por fim, chegamos ao I da sigla: incompreensível (incomprehensible). Com a velocidade dos acontecimentos, vêm também uma sensação de incompreensão diante de tantas novas informações. Além disso, nos deparamos com explicações contraditórias inúmeras vezes nesses últimos tempos. O rápido avanço tecnológico e a busca por respostas imediatas causa justamente isso: não compreender. 


Estreitando laços


Mas você deve estar se perguntando: o que você tem a ver com isso tudo? Há várias formas, mas a principal delas talvez seja empregar o conceito na sua carreira. Pensar em desenvolver habilidades mais relacionadas com essa fragilidade, ansiedade, não-linearidade e incompreensão do mundo atual, por exemplo, é um caminho. Estar pronto para se renovar a todo momento como profissional e se adaptar às novas demandas também. 


“Compreender os impactos de um mundo do trabalho múltiplo e cada vez mais imprevisível vai ajudar você não só a se destacar num processo seletivo, mas a se preparar para os desafios que virão. A seguir, trago alguns pontos que considero essenciais para que os jovens naveguem pelo mundo bani, crescendo emocional e profissionalmente”, diz Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, em seu artigo para o jornal Estadão


Além dessa adaptabilidade intencional, ele também menciona o lifelong learning, conceito que te explicamos neste artigo. E com isso, não é somente fazer um curso de extensão ou até mesmo um mestrado e se dar por vencido. Mas é ter esse estudo contínuo na vida, estar a todo tempo buscando conhecimento. 


E, por fim, a notícia boa desses novos tempos é que saúde mental tornou-se um assunto que se traz à mesa em qualquer empresa que se preze. Estar preocupado com o emocional de seus funcionários é a nova realidade de chefes e líderes que realmente querem uma equipe engajada e saudável. 


Portanto, apesar do “a” em BANI, não entenda a ansiedade ou a depressão como algo cotidiano, no qual não se deve se queixar ou perder tempo. É importante compartilharmos nossas angústias em um mundo tão frágil, incerto e não-linear também - e principalmente no ambiente de trabalho, onde passamos a maior parte dos nossos dias. Você está atento e preparado?

Compartilhar:


Para Inspirar

A cultura como agente de transformação social

Projetos que levam a arte em suas mais variadas formas podem trazer transformação social profunda para a sociedade e suas comunidades

10 de Maio de 2024


No último episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história completa de Konrad Dantas, mais conhecido pelo seu nome artístico, Kondzilla. Um dos principais produtores do Brasil é especializado em funk, ritmo que embala não só as comunidades mais pobres, mas todo o país. 

Apesar de ser ainda um tema polêmico e um ritmo que sofre muito preconceito, o funk é parte indissociável de um movimento cultural e que emprega milhares de pessoas em muitas cidades. E isso é só um pouco do que a arte pode fazer como agente de transformação social. A seguir, falaremos mais sobre isso!

O que a cultura traz


A cultura desempenha um papel fundamental na sociedade de várias maneiras. Ela traz, em primeiro lugar, um senso de comunidade, pertencimento e identidade, pois emprega tradições, costumes e crenças que dão uma “cara” para aquele grupo, seja ele delimitado em um espaço geográfico ou não. 

As configurações são muitas: você pode se identificar com a cultura brasileira, por exemplo, e assim se enquadrar em uma regionalidade pautada em um espaço geográfico - o país. Mas, você pode se identificar com culturas que não são atreladas a um espaço, como é o caso da cultura árabe que te explicamos brevemente nesse artigo, ou a cultura indígena, que explicamos nesse artigo.

As expressões artísticas como música, dança, pintura, literatura: todas elas ajudaram até mesmo a demarcar tempos históricos. Hoje estudamos o romantismo, por exemplo, que nos ajuda a entender um pouco mais sobre aquele período do mundo, seus valores, angústias e normais sociais. Isso acaba ensinando os mais jovens com a experiência dos mais velhos. 

Eventos culturais ou o simples consumo de uma arte que você goste pode promover socialização, criando grupos para falar sobre o assunto, por exemplo; aliviar o estresse; trazer uma sensação terapêutica. Por fim, essa troca cultural ainda enriquece um povo e o torna mais capaz a aceitar as diferenças e lidar com as diversidades, gerando mais compreensão e empatia de todas as partes. Esses são os ganhos mais subjetivos relacionados ao papel da cultura em uma sociedade.

A cultura como moeda de troca


Mas, indo além e trazendo para a prática, a cultura movimenta dinheiro. Prova disso são os dados recentes sobre o show da Madonna realizado no Rio de Janeiro. Ele trouxe visibilidade e prestígio para o Brasil e trouxe, sobretudo para a população LGBTQIA+, um senso de pertencimento e acolhimento - além de claro, diversão. Só que o show também trouxe dinheiro. 

Segundo estimativas do governo do estado do Rio de Janeiro, o show da Madonna trouxe retorno de mais de R$300 milhões para a capital fluminense. O custo para os cofres públicos foi de 20 milhões, pois houve muito investimento privado para o evento que reuniu mais de 1,5 milhões de pessoas. 

“A gente fala do retorno financeiro, de R$300 milhões, mas a gente tem outro retorno, que é muito maior, que é a imagem do Rio de Janeiro perante o Brasil e o mundo. Isso é muito mais importante, essa proteção reputacional do estado, mostrando que ele é capaz de dar segurança pública”, diz o secretário de Segurança, Victor César dos Santos.

Esse é um caso atípico de tamanho continental, é claro, mas as pequenas iniciativas culturais que acontecem em comunidades também exercem esse efeito, guardada as devidas proporções. É por isso que há tantas iniciativas do tipo em tantos pontos do país - a bailarina Ingrid Silva, por exemplo, que já passou por aqui em um episódio emocionante no Podcast Plenae, é testemunha disso. 

A cultura pode ainda ser uma fonte de resiliência para as comunidades, ajudando-as a enfrentar desafios e adversidades, se adaptando ao longo do tempo e incorporando novas influências enquanto mantém aspectos importantes de sua essência. Ela ajuda a levantar bandeiras importantes e trazer visibilidade para povos marginalizados. 

Não por coincidência, um dos principais mecanismos de violência destinados às minorias é menosprezar ou até apagar a cultura de um povo específico - como o racismo faz há mais de meio século com a população afrodescendente pelo mundo. Esse discurso abre portas para outras violências como a intolerância religiosa, que tem em suas manifestações artísticas uma das formas de expressar suas crenças. 

“Eu já sabia da importância do funk pras pessoas que vivem na favela. Na comunidade onde eu cresci tocava muito funk. Sabia também que só os artistas grandes, apoiados pelas gravadoras que tinham clipes bons. Eu achava, e continuo achando, que a música tem um papel fundamental como entretenimento para quem é da comunidade. No começo dos anos 2010, a classe C estava vivendo um momento de ascensão econômica. Os jovens estavam entrando na universidade e as famílias estavam comprando carro pela primeira vez”, diz Konrad. 

Ele é um desses agentes de transformação em sua comunidade que acabou expandindo para outros muros e trazendo esperança e, porque não, empregos para muitas pessoas como ele, que não tiveram muitas oportunidades. A arte é uma dessas portas que se abrem como uma nova chance para tantas pessoas e, de uma maneira linda, resgata valores e nos torna todos juntos parte de algo. 

Compartilhar:


Inscreva-se na nossa Newsletter!

Inscreva-se na nossa Newsletter!


Seu encontro marcado todo mês com muito bem-estar e qualidade de vida!

Grau Plenae

Para empresas
Utilizamos cookies com base em nossos interesses legítimos, para melhorar o desempenho do site, analisar como você interage com ele, personalizar o conteúdo que você recebe e medir a eficácia de nossos anúncios. Caso queira saber mais sobre os cookies que utilizamos, por favor acesse nossa Política de Privacidade.
Quero Saber Mais