Para Inspirar

Evento Plenae - Nutrição: Chave para uma vida mais longa

A nutricionista Jeanette Bronée entrou no palco e disparou: “O que é algo que sempre queremos mais? O que todos acham que não temos o suficiente?”.

25 de Junho de 2018


A nutricionista Jeanette Bronée entrou no palco e disparou: “O que é algo que sempre queremos mais? O que todos acham que não temos o suficiente?”. E seguiu dando pistas. “Algo que pensamos controlar, mas ele nos controla.” Da plateia, alguém grita “dinheiro”. “Não”, disse ela. “É tempo. O tempo é a nova moeda.” Para uma palestra com o título “Nutrição: chave para uma vida longa e plena”, a abertura foi inesperada. “Quando queremos que algo aconteça, o tempo passa muito rápido. Hoje, a tecnologia dirige o mundo e achamos que podemos hackear o sistema e controlar o tempo. Mas temos sempre as mesmas 24 horas”, lembra Jeanette, que logo deu sua mensagem. “Não podemos comprar mais tempo. Podemos, sim, comprar mais cuidados pessoais. E assim gastar o tempo de forma melhor.”
Ela se refere aos cuidados com o próprio corpo. Está totalmente errado quem pensa que escolher a alimentação, meditar ou fazer exercícios é um perda de tempo. Esse seria o único tempo gasto, segundo ela, que recuperamos em forma de saúde e bem-estar – e, quem sabe, com uma vida mais longa. Jeanette desenvolveu um método chamado Caminho da Vida, que procura mudar a forma de as pessoas se relacionarem com o próprio corpo. Quer um exemplo do seu trabalho? Sob pressão. “Um CEO de uma grande empresa me procurou. Os negócios estavam prosperando, mas ele não. Mal estava sobrevivendo”, disse. “Passava os dias estressado. Estava perdendo meio quilo por semana, porque não conseguia parar para comer.” O executivo comia basicamente na mesa de trabalho. Sonhava em deixar os negócios e se aposentar. Mas isso não era uma opção naquele momento. O grande erro, segundo a análise da nutricionista, era a insistência em colocar o trabalho antes dele mesmo. “Ele achava que não tinha tempo. Pedi que reconsiderasse as prioridades e limites. Na minha opinião, ele estava desperdiçando tempo.” Os médicos estavam preocupados com a possibilidade de ele sofrer um ataque cardíaco se não houvesse mudanças drásticas. O medo de morrer ou ter uma doença avassaladora não é um sentimento motivador a longo prazo. “Mas o desejo é”, diz Jeanette. “Por que tomar as rédeas da saúde? Por que não se quer ter um ataque cardíaco? Ou por que se deseja uma vida longa, cheia de energia? É como dirigir uma moto. Você não vai ficar se distraindo com as irregularidades do asfalto, vai focar em onde você quer ir.” Jeanette lembra que sob pressão focamos no que é urgente, mas não no que é importante. “Somos dirigidos pelo instinto e não pela inspiração. É a qualidade de tempo que faz a diferença.” Segundo ela, a chave da nossa longevidade depende da qualidade de combustível que colocamos no corpo. Da mesma forma que um carro de corrida precisa de um combustível da melhor qualidade para que tenha o melhor desempenho.” Ela lembrou que o idealizador do Plenae, Abilio Diniz – que estava na plateia –, era saudável e se sentia muito bem aos 81 anos. “Provavelmente, ele pensa que o seu corpo seja um carro de corrida e o autocuidado, seu combustível.” Como cuidar do corpo. Diariamente somos bombardeados com informações – muitas vezes contraditórias – do que é bom ou ruim para a alimentação. Mas não existe uma fórmula. É confuso porque procuramos uma só resposta para a saúde e a longevidade. Mas somos indivíduos diferentes”, diz Jeanette. “Temos de fazer como a ciência ao cuidar do corpo. Ciência é um processo que relaciona o fenômeno com as estatísticas. Do mesmo jeito, podemos aprender sobre nosso corpo. Observar e descobrir a relação entre o que se come, se bebe e se faz com a forma que nos sentimos – melhor ou pior de acordo com nossas escolhas.
O essencial. Para sobreviver, o homem precisa essencialmente de água, comida e repouso. A nutricionista dá dicas sobre cada um deles:
  1. Água. A mais essencial. Todas nossas células precisam de água, principalmente com a idade. A desidratação causa problemas comuns como falta de energia, foco, ansiedade, enxaqueca, raiva e dores. Pesquisas com prisioneiros provam que ficam com a agressividade mais baixa quando estão mais hidratados. Outra pesquisa realizada na escola, com crianças: quando tomam água no lugar de chá adoçado ou refrigerante, o trabalho em grupo rende mais. Jeanette pede a todos que mastiguem a água. “Pode parecer estranho, mas o que acontece é que ao mastigar, a boca libera saliva, que absorve mais a hidratação, e rapidamente ficamos alerta”
  2. Comida. Fonte de toda energia. A dica é trocar a comida processada e o açúcar por grãos e fibras, que dão energia para o dia a dia. Ingerir verduras verdes e frescas, pela capacidade que possuem de diminuir inflamações. Isso é muito importante no processo da longevidade. Legumes, quinua e peixes otimizam o metabolismo das células. Evitar comer petiscos entre as refeições e comer pouco.
  3. Descanso. Dormir sete ou oito horas por dia. Escalar pausas no trabalho de cinco minutos a cada 45 minutos. Outro hábito bem-vindo é a soneca, de 10 minutos apenas. Ela vai dar mais energia que uma xícara de café.
Assista à palestra na íntegra aqui.

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Para Inspirar

Quando começou a relação do ser humano com a domesticação?

A relação entre cachorro e humanos é mais antiga do que se imagina e traz inúmeros benefícios. Entenda mais!

26 de Abril de 2024


No quarto episódio da décima quinta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história do Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e entusiasta do tema desde a infância. Em seu relato, conhecemos um pouco mais sobre o despertar desse interesse, que nos lembra como as crianças dão indícios importantes sobre suas paixões em detalhes que podem nos passar despercebidos.

Ao longo de sua vida, Alexandre dedicou-se a estudar não só o lado técnico da criação dos animais, mas também o lado psicológico. Foi com esse olhar sensível e apurado que ele entendeu profundamente o que os animais podem estar pensando e sentindo e, a partir disso, como educá-los com base no que você espera. 


Toda essa trajetória nos lembrou os cachorros, que já foram assunto por aqui.
Dedicamos uma crônica inteira para o melhor amigo do homem, além de te contar o que é preciso ter e saber antes de adotar um e os benefícios dessa parceria para sua saúde - este último conteúdo inspirado no episódio de Rafael Mantesso, também participante do Podcast Plenae, mas da quarta temporada. Assim como ele e como Rossi, ainda conhecemos o relato de amor entre humano e bicho com Eduardo Foz, participante da sétima temporada.


Mas, afinal, quando nasceu essa relação? E como ela foi construída ao longo do tempo? É isso que vamos descobrir hoje!

O bicho e o homem


A domesticação de animais começou há milhares de anos, durante o período neolítico, quando os seres humanos começaram a desenvolver práticas agrícolas e se estabelecer em comunidades permanentes, como conta o livro “Sapiens: uma breve história da humanidade” de Yuval Noah Harari. Domesticá-los era importante para que nós, humanos, pudéssemos controlar fontes de alimento, transporte e trabalho.


Quando pensamos em animais domesticados há muito tempo, o cavalo pode ser o primeiro que surge em nossa mente, já que ele serviu de meio de transporte por muitos anos. Mas muito provavelmente os cães foram os primeiros. Porém, não há um consenso sobre a “data” específica dessa transição. A maioria dos estudos apontam para 12 mil anos atrás como o começo desse processo.

Outros variam entre 15 mil a 30 mil anos atrás. Para se ter uma ideia, cientistas encontraram o crânio de um cão domesticado 33.000 anos atrás nas montanhas Altai, na Sibéria, que  apresenta algumas das características de cães modernos, como contou esse artigo da revista Veja. Isso indicaria um estágio muito preliminar de domesticação – e está longe de determinar se, naquele período, a lealdade do homem era recíproca, como aponta o texto.

A teoria mais aceita de fato aponta para uma aproximação mais intensa há cerca de 11.000 anos, junto com a agricultura, como comentamos anteriormente. Ao aprender a cultivar a terra, o homem do Neolítico aprendeu também a criar animais como reserva alimentar, como explica esse artigo da Revista Superinteressante

Os lobos, que são constantemente apontados como os primeiros ancestrais dos cachorros - mas não há também um consenso entre os pesquisadores sobre isso -, foram atraídos possivelmente pelo lixo e restos de comida deixados pelos caçadores. 

Com o tempo, eles foram gradualmente selecionados por características desejáveis, como comportamento amigável e obediência, o que nos levou à criação de uma ampla variedade de raças caninas. Cada uma possuía características específicas para tarefas específicas: uns caçavam, outros protegiam e outros só faziam companhia.

A relação era vantajosa para ambas as partes: os lobos ganharam ao conviver com o homem proteção contra predadores, comida sem precisar disputá-la com outros carnívoros e até o abrigo aconchegante do calor das fogueiras. Com o passar do tempo, esses animais começaram a ser verdadeiramente venerados por sociedades antigas - e até pela nossa moderna, convenhamos. Se a mente humana acreditava estar inferiorizando outra espécie, pois bem, estavam muito enganados. 

Os benefícios para nós também foram visíveis: os animais domesticados se tornaram sustento e força para guarda dos assentamentos, além de trabalho e transporte. Eles eram capazes de ver e ouvir o que não podíamos, e antecipar-se para a defesa. Isso porque não só os cães foram domesticados: depois deles vieram ovelhas, cabras, gatos, porcos, os cavalos que mencionamos anteriormente e muitos outros. Para se ter uma ideia, os gatos - que foram domesticados bem depois, há cerca de 9.000 anos - ajudavam a controlar pragas em áreas agrícolas. 

O que veio depois


Mais do que somente para alguma utilidade, essa aproximação entre espécies também era permeada de afeto desde os tempos mais remotos. Um estudo publicado no periódico Journal of Archaeological Science mostrou que uma família do período Paleolítico fez o possível para ajudar um cachorro a sobreviver, como contou esse artigo da Revista Galileu. Para se ter uma ideia, os restos do animal foram enterrados junto com essa família. 

Além disso, essa domesticação toda, é claro, também trouxe malefícios. As sociedades se tornaram mais sedentárias e desenvolveram culturas agrícolas, o que teve um impacto significativo não só na forma como as civilizações se desenvolveram ao longo da história, mas até mesmo em sua alimentação. Se por um lado tínhamos mais acesso a alimentos sem empenhar tão grandes esforços, por outro, nossa dieta ia ficando empobrecida, como continua contando Yuval. 

Também começamos a nos reproduzir em alta quantidade e começamos a superlotar o mundo, processo que traz, dentre vários problemas, o aumento das pestes e das doenças, que agora eram mais facilmente transportadas de um para o outro, visto que passamos a ficar fixos e perto um do outro. 

Apesar do número expressivo de pessoas que possuem um pet - no Brasil, já existem mais de 132 milhões de pets, de acordo com o IBGE -, os maus tratos ainda são uma realidade e para isso, há leis que protegem esses animais.

Em agosto de 2019, o Senado brasileiro aprovou o Projeto de Lei n° 27/2018 que determina que os animais não humanos possuem natureza jurídica sui generis e são sujeitos de direitos despersonificados, devendo gozar e obter tutela jurisdicional em caso de violação, vedado o seu tratamento como coisa e ganhando mais uma defesa jurídica em caso de maus-tratos,
como conta esse artigo. 

Com a aprovação dessa lei, o Brasil se junta ao seleto grupo de sete países que vêm mudando sua legislação para reconhecer os direitos dos animais, como continua o artigo. “Alemanha, Áustria, Suíça, França, Portugal, Espanha e Nova Zelândia já alteraram suas leis buscando reconhecer os animais como seres vivos dotados de sensibilidade e sujeitos de direito e não como meros ‘objetos’ ou ‘propriedade’”.

Por fim, a visão que Alexandre Rossi tinha sobre a psicologia dos animais se provou uma área promissora e que ganha cada vez mais espaço. Para além do adestramento, os pets agora contam com homeopatia e psicologia canina, por exemplo. Isso tudo corrobora com a visão de que a natureza está mais próxima de nós do que imaginamos e que é preciso abraçá-la todos os dias um pouco.

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