Metaverso: o que é isso?

O começo de um novo mundo

15 de Fevereiro de 2022




Metaverso: o que é isso?

O que você vai encontrar por aqui: 
  • O que é o metaverso
  • Os diferentes tipos de realidade
  • As 7 camadas tecnológicas do Metaverso
  • Alguns mundos já existentes
  • Alertas para não se perder no Metaverso
Boa leitura! 
Se você se sente um tanto confuso quando ouve falar do metaverso, tenha certeza que esse foi exatamente o mesmo sentimento que tomou conta das pessoas há 40 anos, com o surgimento e a expansão da internet. Hoje, não conseguimos imaginar nossas vidas sem ela. 

Desde que o Facebook mudou seu nome para Meta, começamos a ver e ouvir sobre metaverso em todos os lugares. Apesar de não ser um termo novo, a maioria das pessoas não consegue dizer exatamente o que é isso. Considerada a evolução da internet, o metaverso tem recebido investimento massivo de grandes empresas e tudo indica que mudará significativamente a forma como iremos trabalhar, comprar, estudar, viajar, nos entreter e até nos relacionar. 

Alguns parecem apreensivos ao falar desta nova realidade, outros bastante entusiasmados com suas infinitas possibilidades. Estamos presenciando um novo salto tecnológico, chamado de Web 3.0, e que promete criar uma fusão total do mundo físico com o mundo virtual. 

Quando isso vai acontecer?  Ninguém sabe ao certo. A realidade virtual já está aí há algum tempo, especialmente na indústria dos games. A grande proposta do metaverso é não só explorar e aperfeiçoar ainda mais a realidade virtual e a realidade aumentada, como também levar este tipo de interatividade para todas as outras esferas da vida. 

A pandemia acelerou esta tendência e fez com que nós nos adaptássemos às interações cada vez mais online, tanto no trabalho como nos encontros sociais. A cada dia surgem novas startups de criação de mundos virtuais para diversas finalidades. Outros alicerces deste novo mundo também estão sendo construídos e colocados em prática: blockchain,  NFT (sigla em inglês que significa tokens não-fungíveis), criptomoedas, contratos inteligentes, acessórios RV/RA e até chips para implantes no cérebro. 

Apesar de faltar alguns bons anos, quem sabe décadas, até que o sonho do metaverso se concretize, preocupações com privacidade, proteção de dados e inclusão já são temas de discussão entre especialistas. A saúde física e mental das pessoas também não deixa de ser uma pauta: sabemos o impacto negativo que as redes sociais podem causar em nosso bem-estar, então qual será o impacto de uma imersão ainda mais intensa no mundo digital? 

Acreditamos que vale a pena entender um pouco mais sobre as novas tecnologias que estão chegando em nossas vidas e, assim, nos preparar para usá-las com sabedoria. Esperamos com isso ajudar você a fazer boas escolhas que te trarão mais bem-estar e felicidade, tanto aqui como no metaverso. 

 
Fundo no assunto
O começo de um novo mundo


A palavra metaverso foi cunhada em 1992 pelo escritor Neal Stephenson, em seu livro de ficção científica chamado “Nevasca” (Snow Crash), onde descreveu um mundo virtual 3D habitado por avatares de pessoas reais. Neste mundo, a pessoa poderia ser tudo aquilo que sonhasse através de seu avatar. Em 2011, este tema foi novamente explorado pelo escritor Ernest Cline, no romance futurista “O jogador número 1”, que em 2018 ganhou as grandes telas pelas mãos brilhantes de Steven Spielberg. 

Alguns jogos como Fortnite e Roblox bebem desse conceito de metaverso, onde as pessoas criam seus próprios personagens e participam de missões, interagem umas com as outras e vão a eventos, como o show the Lil Nas X no Roblox, que alcançou 33 milhões de pessoas, ou ainda o show do rapper Travis Scott, que teve nada menos que 45 milhões de visualizações no Fortnite e nos deu uma ideia do futuro dos concertos no mundo virtual. Mas a proposta do metaverso é ir muito além dos jogos online.  
A ideia é criar uma nova camada de realidade por meio de tecnologias imersivas, onde haja uma integração total entre o plano físico e virtual em todas as esferas da “vida real” das pessoas. Ora você poderá estar imerso em algum mundo por meio de seu avatar, trabalhando em um escritório localizado no metaverso, comprando roupas, socializando com seus amigos em sua casa virtual, assistindo um show ou praticando alguma atividade física; ora você poderá estar no plano físico recebendo informações virtuais de todo tipo, interagindo com objetos e pessoas projetadas em sua frente como um holograma ou encontrando uma chave perdida através da inteligência artificial. 

Para entender melhor do que estamos falando, é preciso compreender as diferentes realidades por onde iremos transitar: 

Realidade virtual: um ambiente tridimensional construído por meio de softwares em que a pessoa se insere em uma realidade paralela, totalmente independente do mundo real, através de um avatar e utilizando acessórios como óculos RV e sensores de movimento. 

Realidade Aumentada: aqui se trata de inserir elementos ou informações virtuais no mundo real. Você se lembra do Pokémon Go? Este foi um dos primeiros jogos de RA lançados em 2016 e que tornou famosa esse modelo de tecnologia. Hoje, ela tem sido usada especialmente pelo celular e muitas empresas já usam o recurso, como a TryOn da L'Oreal, em que é possível testar diversos produtos antes de comprar, ou a Ikea Place, em que você pode visualizar um móvel na sua casa e saber se aquela estante cabe na sua sala. 

Realidade Mista: também conhecida como realidade híbrida, é a união da RV e da RA, onde as pessoas poderão interagir com objetos virtuais alocados no espaço físico, como se fizessem parte do mundo real. Esta tecnologia é a mais jovem na família das tecnologias imersivas, mas algumas gigantes já estão se posicionando no mercado, como a Microsoft com sua versão de headset RM Hololens

Além de compreender as diferentes realidades que constituem o metaverso, precisamos conhecer as diferentes camadas tecnológicas que darão suporte a toda essa nova experiência. Afinal, o metaverso não é um tipo específico de tecnologia ou um lugar, é mais sobre o entorno que irá conectá-lo às diferentes camadas, hoje fragmentadas.  


         

Fonte: https://mittechreview.com.br/camadas-do-metaverso/


São todas as coisas que nós iremos de fato fazer no metaverso: jogar, socializar, ir a shows ao vivo, fazer reuniões, compras, etc. 



É como as pessoas descobrem que uma experiência existe. Seja a partir do marketing, seja a partir do compartilhamento das experiências nas redes. Segundo o especialista em tecnologias disruptivas, Jon Radoff, em seu site building the metaverse (“construindo o metaverso”, em tradução livre), muitas destas descobertas acontecerão por meio de recursos de presença em tempo-real (algo como o google docs, por exemplo). Isso significa que, ao invés de focar a atenção no que as pessoas gostam, iremos buscar saber o que elas estão fazendo em tempo real, algo possível no metaverso.  


É tudo o que facilita para que as pessoas possam criar e monetizar coisas para o metaverso, ou seja, ferramentas de design, sistemas de animação, ferramentas gráficas, tecnologias de monetização como as NFT, etc.  


Se refere aos softwares que transformam objetos 3D em hologramas e nos permite interagir com eles no plano físico e no plano virtual ao mesmo tempo. Inclui tecnologias 3D, tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, sensores de movimento, mapeamento espacial e inteligência artificial. 


Hoje a internet está na mão de grandes servidores, o que Shermin Voshmgir, pesquisadora e autora do livro “Token Economy” (ainda sem tradução para o português), em seu Ted Talk sobre a Web 3.0, chama de “Data Monarchy” (monarquia dos dados). A evolução da internet contempla a democratização e descentralização dos dados e transações através das blockchain. Ainda, o edge computing (computação de borda) irá otimizar o uso de dispositivos eletrônicos, processando e armazenando dados de forma local. 


Se refere ao hardware necessário para acessar o metaverso, desde celulares até headsets de RV/RA/RM, passando por fones de ouvido e óculos inteligentes, assim como tecnologias que ampliam experiências sensoriais. 


São os semicondutores, os materiais, a computação em nuvem, a rede de telecomunicações, ou seja, toda a tecnologia que torna possível a construção das outras camadas. A evolução do 5G dará início a todo esse processo, diminuindo a latência da internet, processando dados com mais velocidade e aumentando a capacidade de armazenamento - algo essencial na construção de um mundo em que as fronteiras entre o mundo físico e digital quase desaparecem. 

O maior desafio para a construção do metaverso reside não só no avanço das tecnologias imersivas e da entrega da internet, mas na interoperabilidade entre todos os mundos compartilhados. Isso significa, por exemplo, que ao comprar uma roupa na Decentraland, você poderá usá-la em uma festa na Horizon Worlds, ou em um escritório localizado na Omniverse
O que dizem por aí
Gradualmente… até que de repente!


          

Algo comum nos processos de inovação é que empreendedores passem anos desafiando os paradigmas tecnológicos, anunciando uma ou outra conquista esporadicamente, até que algum grande acontecimento chame a atenção pública e nos deixe com a sensação de que tudo aconteceu rápido demais. 

A mudança do Facebook para Meta, anunciando seu novo foco de atuação no metaverso, foi esse marco. Depois do anúncio de Zuckerberg, as buscas pelo termo cresceram 900% segundo a Google Trend e as criptomoedas relacionadas ao metaverso chegaram a valorizar até 80%, como a MANA da Decentraland. 

Ao mesmo tempo, presenciamos algo a princípio impensável: todo um mercado imobiliário em torno de terrenos virtuais, movimentando milhões de dólares. Voltando ao exemplo da Decentraland, um único terreno foi vendido pelo valor de US$ 2,43 milhões no final do ano passado. Ainda, as NFTs - ativos digitais exclusivos armazenados em uma blockchain - também estão em alta. 

A Open Sea, plataforma líder de mercado NFT, registrou US$ 3,5 bilhões em volume mensal negociado. Estes ativos vão desde objetos como um iate luxuoso da Republic Realm, vendido no valor de US$ 650 mil, ou uma bolsa Dionysus da Gucci, vendida no valor de US$ 4.115 (mais que o valor da versão física do produto), à avatares colecionáveis, como os Cryptopunks e o Bored Ape Yatch Club, este último tendo a peça mais barata a 88ETH, o que equivale a mais de 1 milhão de reais. 
Quando o sonho pode virar pesadelo


 
Com tanto dinheiro investido para que esse sonho se torne realidade, é comum que muitas pessoas se lancem por estes mares de cabeça sem um colete salva-vidas. Assim como qualquer tecnologia, o metaverso não é bom nem ruim, mas é preciso certos cuidados e um pouco de atenção para não se afogar por entre as ondas que vem e vão. 

Como falamos no Tema da Vez sobre redes sociais, estas ferramentas são desenhadas para serem altamente viciantes e muitos estudos mostram que seu uso excessivo pode gerar ansiedade e depressão. Ainda, ao criar um personagem idealizado e “perfeito” através de um avatar, síndromes como a dismorfia corporal podem se tornar ainda mais comuns na sociedade, como comentamos nesta matéria

Além da saúde mental, questões relacionadas à segurança como roubo de identidade, de dados, golpes de engenharia social, violação da privacidade ou problemas com as próprias blockchain, podem se intensificar no Metaverso. Assim, deixamos algumas dicas para colocar em prática desde já ao entrar no universo virtual: 
  • Ponha limites de tempo online e pratique o unfollow terapêutico, que significa parar de seguir perfis de pessoas que possam te gerar angústia e mal estar. Cuide para que o mundo das telas não se torne mais importante que o mundo real. 
  • Crie senhas fortes e utilize autenticação de dois fatores para seus perfis na rede. Sempre observe as configurações de sua conta e defina o que pode ser visualizado publicamente ou não. 
  • Fique atento com os famosos catfish (pessoas que criam identidades falsas na rede) e os stalkers. Procure sempre saber com quem você está conversando online e não compartilhe informações pessoais com terceiros. 
  • Proteja suas blockchains e criptomoedas não só evitando compartilhar informações essenciais como chave digital e frase semente, como acessando somente em computadores seguros e confiáveis. 
  • Atenção especial com as crianças. Adote medidas de controle parental, quando disponíveis, e evite que os mais pequenos entrem no metaverso sem supervisão. Além disso, esteja atento ao sharenting, ou seja, o alto compartilhamento de fotos dos seus filhos e os problemas que isso pode trazer, como explicamos aqui.
Quer saber mais? Separamos alguns conteúdos que podem te ajudar
a fazer um mergulho ainda mais profundo, não deixe de conferir!

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Para Inspirar

Evento Plenae: O Futuro da Saúde e da Medicina

Já existe uma série de descobertas muito significativas, mas em áreas diversas da medicina, que precisam ser interligadas.

29 de Junho de 2018


Dono de um discurso muito rápido e encadeado, Daniel Kraft é especialista em medicina exponencial e sócio-diretor na Singularity University, um centro norte-americano de formação educacional muito diferente da maioria das escolas do mundo. Essa universidade está voltada a preparar os líderes das maiores organizações do globo para o futuro. E hoje, para Kraft, o sinônimo de futuro é tecnologia. Ele é formado em Medicina pela Universidade de Stanford, em Bioquímica pela Brown com residência em Harvard no Hospital Geral de Massachusetts e no Hospital Infantil de Boston. Mais recentemente fundou a Bioniq Health, focada em medicina personalizada. Com base nessa experiência, Kraft deu uma palestra na abertura oficial do Plenae, em maio, em São Paulo, conectando realidade, perspectiva de futuro e tecnologia em saúde. “A tecnologia está acelerando numa velocidade incrível. Temos oportunidade de melhorar a saúde”, disse logo na abertura. Segundo ele, já existe uma série de descobertas muito significativas, mas em áreas diversas da medicina, que precisam ser interligadas. “Para que todos aproveitem o máximo desse avanço, falta ainda conectar pontos estratégicos de progresso”. “Por exemplo, sou médico pediatra e hematologista. Quando vou ao hospital de Stanford ou Massachusetts, parece que estou no futuro. Agora, digitamos ao invés de escrever a mão. Ao mesmo tempo, na recepção ainda usam fax e os pacientes precisam esperar horas para falar com os médicos”. Hoje, as pessoas que são tratadas de uma doença crônica possuem um registro intermitente de seus dados. Elas são submetidas a muitos exames constantes. A informação é todas as vezes repassada aos médicos. O que isso significa? De acordo com Kraft, ainda temos uma medicina reativa e um seguro de saúde de reembolso. Espera-se o paciente ficar doente, ter um AVC, por exemplo, para ser tratado. “Precisamos prevenir, otimizar a saúde. Já está na hora de praticarmos uma medicina de evidência.” Atualmente, já existem vários aplicativos para os pacientes escolherem o remédio com o melhor preço e para avaliar hospitais e médicos. O iPhone, por exemplo, já virou um dispositivo médico. O computador já cabe em um relógio que pode trazer um diagnóstico. No cotidiano, a “uberização” das coisas já é uma realidade. “A empresa Uber conectou motoristas diretamente aos potenciais passageiros. Logo, haverá um aplicativo para ligar os médicos aos pacientes, às farmácias e aos hospitais.” Do mesmo modo que muitas coisas chegam às pessoas pelo aplicativo, o mesmo processo acontecerá com a saúde. “Já existem drones que levam remédios a locais inóspitos, inacessíveis. Precisamos ligar os pontos para trazer essa tecnologia para a saúde.” “Há dez anos a empresa de telefones Nokia era líder em celular. Hoje, a Apple domina. Imagine o que pode acontecer em dez anos”, diz Kraft, lembrando que muitos de nós pensamos linearmente, mas que precisamos pensar exponencialmente. “Não queremos quebrar paradigmas. A Singularity não é uma universidade convencional. Reunimos pessoas inteligentes para entender a tecnologia e descobrir como usá-la para resolver problemas com a pobreza, a saúde e tantas outras questões. Eu comecei a medicina exponencial. Temos 50 brasileiros. A dificuldade não está nas novas ideias, mas em escapar das velhas.” Sabe-se hoje que o uso de muito álcool e o estresse podem levar a doenças. Então, Kraft faz a seguinte sugestão: “se começássemos a medir nosso comportamento cardiorrespiratório com sensores colocados no pulmão, por exemplo. É possível, por meio de aplicativos portáteis, medir o peso, a massa muscular, formato do corpo e a glicemia – há uma lente de contato que checa esse item do sangue, por exemplo.” Ele vai além, dando exemplos rotineiros. “Temos uma postura ruim ao falar ao telefone, o que poderia ser resolvido se existisse um dispositivo para colocar nas costas e melhorar a saúde. Avaliar o número de passos que dou por dia e a qualidade do sono também é possível.” Segundo ele, a Apple já comprou empresas de sensores que podem ser colocados sob do colchão. Verificar a qualidade do hálito. Bafômetro para detectar doenças. Sensores para medir tremores, calorias e até a umidade de uma fralda. Airbags para evitar a queda de idosos. Câmeras para medir a taxa respiratória de um bebê seriam uma tranquilidade para as mães. “Dá para pensar em tudo isso, mas ninguém quer usar dez aplicativos diferentes. É preciso interligar tudo”, avisa o especialista. Realidade virtual. É fantástico como a RV está ficando cada vez mais barata. Kraft avisa que se trata de um forma fantástica de estar em uma montanha-russa, por exemplo. “Essa tecnologia pode ser usada para uma terapia. Pode-se usar isso para educação, para aprender coisas mais complexas sobre cirurgias e mesmo para democratizar a medicina.” Hoje, os pilotos usam dessa ferramenta para ter aulas de voo ou aprender a dirigir novas aeronaves. Mas, a RV poderia ser usada pela medicina para que o cirurgião praticasse uma cirurgia antes que ela acontecesse. “O preço está mais acessível. Sequenciar o genoma está mais barato – sai por apenas 200 dólares - mas com isso, eu consigo comprar as drogas que são mais adequadas para o meu corpo”, diz Kraft. Isso possibilita que tudo seja personalizado, da dieta ao exercício físico. “Não pense como estamos agora. Pense exponencialmente como estaremos em uma década”, conclui.

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