Parada obrigatória

Inspiração, para que te quero?

O que foi falado no Plenae em novembro

1 de Dezembro de 2023


Novembro acabou e agora a reta é realmente final! Dezembro já está aí e o que precisa ser feito ainda esse ano, deve ser feito agora ou então postergado para o próximo. É hora de começar a fazer o balanço final e correr para o abraço! Por aqui, iniciamos mais uma temporada do Podcast Plenae para fechar esse ciclo com chave de ouro. E, claro, não deixamos de entregar conteúdos importantes nem por um dia.

Quais foram eles? Te contamos! 



Novembro sem tabus 

Estamos no mês da conscientização do câncer de próstata e trouxemos o assunto já no primeiro dia, afinal, ele é de extrema relevância. Neste post, reunimos alguns dados para ficar de olho acerca do tema e ainda relembramos falas importantes do urologista Fernando Korkes, entrevistado ano passado para falar sobre o mesmo assunto. 



Assoprar as velinhas não é tão importante assim 

Ficou confuso com o título? Explicamos: há uma diferença entre idade cronológica – aquela que é contada ano após ano – e a idade biológica. A segunda pode ser bem diferente da primeira e serve como uma métrica importante e reveladora sobre o seu estado de saúde. Vem entender mais do assunto!  



Ao ler isso, você está respirando? 

Pode parecer uma pergunta leviana, mas não é! A apneia de tela, conceito que desmistificamos por aqui, é o termo dado a um hábito nocivo das sociedades modernas. Observado desde 2008, trata-se de um mecanismo do nosso corpo que nos faz respirar de forma desregulada diante do estresse – que nesse caso, é a tela.



A arte de viver a arte 

Colocar os fones, fechar os olhos e começar a flutuar dentre as combinações de sons e vozes que se estendem ou se encurtam, depende do objetivo. Estar diante de uma pintura que revela detalhes sutis. Viajar em um livro, estar diante de uma peça que se desdobra ali, na sua frente. Nessa crônica, honramos o poder da arte!  



Já entregou suas tarefas? 

Admita: você já procrastinou alguma vez na vida. A prática é comum a todos nós, mas pode se tornar um problema quando se torna crônica e causa prejuízos sociais, por exemplo. Conversamos com uma especialista para entender a natureza da procrastinação e como driblar esse incômodo. Você confere tudo aqui! 



Saúde mental entrou na reunião 

Que a saúde mental é importante, você já deve saber. O tema ganhou ainda mais notoriedade durante a pandemia, quando as mazelas da mente acometeram milhares de nós. Mas e no trabalho, você está atento às suas emoções? Sabe respeitar seus limites? Trouxemos algumas dicas valiosas para te ajudar nessa jornada!



A pior dor de uma mãe 

No primeiro episódio da décima quarta temporada do Podcast Plenae, mergulhamos no relato de Luciane Zaimoski e voltamos completamente diferentes. Representando o pilar Mente, ela conta sobre a depressão de seu filho, como essa doença tão séria acabou levando-o embora e qual o seu propósito atualmente. Ouça aqui.  



Seu filho está ok? 

Inspirados pelo relato de Luciane, fomos entrevistar psicólogas especializadas em depressão infantojuvenil para entender quais são os sinais de alerta que os pais devem estar ligados. E ainda, o que fazer após perceber esses sinais? Qual é o papel da escola nessa jornada? O artigo completo está aqui!



Do outro lado da mesa 

No segundo episódio da décima quarta temporada do Podcast Plenae, conhecemos a história de Fernando Korkes, que de médico, se tornou acompanhante de paciente quando sua mãe entrou para as estatísticas do câncer. Esse período emocionalmente intenso acabou revelando aquilo que seria o seu propósito para sempre. Ouça aqui.



O último abraço 

É assim que o cuidado paliativo poderia ser definido, apesar de se tratar de um conjunto de técnicas que vão além de um simples abraço – mas se ele for preciso, também será dado. Neste artigo, conversamos com uma especialista no assunto e desmistificamos essa área tão sensível e que merece mais atenção. 

 


O bê-á-bá racial 

No Dia da Consciência Negra, decidimos fazer um glossário não com as palavras “proibidas” e discriminatórias, mas com as palavras permitidas e obrigatórias: aquelas que vão te ajudar a entender um pouco mais sobre essa luta e somar ainda mais nesse movimento – que para ter força de verdade, é preciso que seja coletivo



Alienação precisa 

Não podemos fechar os olhos diante de um mundo que parece se dissolver entre nossos dedos. Mas, se for preciso parar para respirar nessa jornada, acredite: será um ato importante de coragem. Não é possível retomar o fôlego que nossos tempos exigem sem esse intervalo. Nessa crônica, falamos sobre a importância dessa pausa.


Em dezembro, terminaremos essa temporada do Podcast Plenae com personagens muito, mas muito especiais. Lembrando que todos eles passaram por uma seleção extensa e nos tocaram com suas histórias de vida assim, de forma genuína. Temos certeza de que assim você estará também depois do play. Fique de olho ainda nos conteúdos que prepararemos para encerrar o ano. Nos vemos em breve! 



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Entrevista com

Isabele Ruivo

Obstetriz

Desmistificando conceitos: o que é parto humanizado?

A prática que ganha cada dia mais adeptos ainda é cercada por dúvidas. Entrevistamos uma obstetriz para entender um pouco mais sobre

25 de Julho de 2022



Estima-se que sejam realizados 40 mil partos domiciliares por ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem o parto humanizado como um elemento importante para a promoção da saúde, pois contribuem para a redução da mortalidade materna e neonatal, da violência obstétrica e das altas taxas de cesariana brasileiras desnecessárias.


Outra vantagem do parto humanizado é que ele custa menos aos cofres públicos, por exemplo, e por isso é prática cada dia mais comum no Sistema Único de Saúde, o SUS. Mas afinal, o que é o parto humanizado? Entrevistamos Isabele Ruivo, obstetriz formada pela USP e sócia da Mamatoto Partos Saudáveis, uma empresa que presta assistência às parturientes antes, durante e depois do parto. Confira a seguir!


Como entrou para esse ramo, por que escolheu ele?

Eu sempre me identifiquei muito com a área da saúde, na época do vestibular eu cheguei a prestar medicina e tudo mais, passei em algumas universidades, mas na USP eu prestei só obstetrícia porque era um curso que tinha esse viés político e social que me atraía muito. Ele tem uma carga muito grande de humanas, disciplinas voltadas para o feminismo. Além disso, eu tive também uma bisavó que era parteira lá no Maranhão, dessas bem tradicionais, então cresci ouvindo as histórias dela. Foi muito encantador unir duas coisas: o protagonismo feminino, de um lugar onde a mulher é o centro daquele evento que é parto, mas ao mesmo tempo, unir também a formação científica, baseada em evidências no que há de mais recente, pra gente saber identificar riscos, saber quando essa mulher precisa de intervenção e de um outro tipo de assistência, até a própria cesária. Tive a certeza de era o lugar certo que eu tinha escolhido quando engravidei da minha família e vivi a experiência do parto humanizado. 


Qual é a diferença entre doula, enfermeira, obstetriz e médica?

A doula é uma profissional que já tem uma graduação técnica, de ensino superior, e que pode ser em outra área completamente diferente. Conheço doulas que são advogadas, jornalistas, arquitetas, mas fizeram um curso para serem acompanhantes de parto. Ela não tem uma formação que dê responsabilidade para atender o parto. Então a doula é uma acompanhante de parto profissional, ela vai ser aquela mulher que vai acolher a gestante, ajudar com métodos não farmacológicos para alívio da dor, mas ela não tem nenhuma responsabilidade do ponto de vista técnico. A enfermeira tem uma formação um pouco mais tradicional, acadêmica, em que ela faz enfermagem e depois se especializa em uma residência em enfermagem obstétrica. Ela tem a capacitação muito equivalente à da obstetriz, que é uma profissional que tem um curso de entrada direta, com duração de 5 anos e integral. Nossa capacitação é para atender parto em risco habitual, pré-natal, pós-parto, saúde da mulher, trabalhar no posto de saúde colhendo papanicolau e etc. A médica é uma profissional que envolve mais complexidade, que demandam intervenção maior como uma cesárea, uma gestação em que a mulher tem hipertensão, diabetes.


E como se dá essa divisão de papéis? 

Aqui no Brasil a forma que a gente encontrou de trabalharmos juntas, em equipe, dentro de hospitais privados, é sempre ter uma parteira (enfermeira ou obstetriz) e uma obstetra (médica) para cobrir tudo. Em outros países, a obstetriz e a enfermeira são profissionais que vão atender o parto e aí só se tiver alguma intercorrência ou necessidade é que a obstetra é acionada, ela não é uma profissional que está sempre ali no parto. É possível no SUS fazer o parto somente com parteiras, e dentro do parto domiciliar também, onde a gente tem a assistência em geral por obstetrizes e enfermeiras sem a necessidade de ter um médico - porque a princípio são partos de risco habitual, ou seja, baixo risco. Dentro do sistema privado de saúde tem toda uma burocracia com a ANS porque eles entendem como um procedimento médico pelos convênios, então é o médico que vai assinar. A mulher, por exemplo, só vai ter reembolso se tiver um médico. 


O que configura um parto humanizado? Há diretrizes específicas para essa definição?

O parto humanizado é um conceito e não um tipo de parto. A gente tem tipos de parto: cesárea (instrumental), parto vaginal (pode ter indução, oxitocina, farmacológicos envolvidos) e natural (sem nenhum procedimento, incluindo analgesia). O parto humanizado é um conceito que envolve alguns pilares, mas o principal é a autonomia e o protagonismo da mulher para escolha, com base em evidências científicas. A gente vai oferecer as informações necessárias para essa mulher tomar a decisão do tipo de parto que ela quer e dos procedimentos a sua escolha. É uma experiência onde a mulher está como protagonista, não tem um roteiro, todos os recursos para que ela lide com a dor, para que ela decida pelo parto dela em termos de analgesia ou não, ter uma doula ou não, escolher esse tipo de parto, todas essas escolhas são da mulher, orientadas pela equipe. A não ser, óbvio, em que a gente tenha uma situação de risco onde a gente vai precisar comunicar, agir e intervir, e aí a mulher não pode muitas vezes tomar uma decisão. 


Onde e como encontrar um atendimento mais humanizado? 

Isso é uma das partes difíceis. A informação é o principal caminho para saber inclusive identificar se aquela equipe é de fato humanizada ou se eles estão mascarando e perfumando algumas condutas que são desumanizadas, mas estão disfarçadas. Ela precisa fazer algumas perguntas, ter apoio de sua família durante o pré-natal, entender se aquele profissional está atualizado, entender qual a taxa de cesárea, qual é a prática, se permite doula, como que trabalha em equipe, etc. Ter uma doula é um bom caminho, ela é uma grande aliada porque em geral ela não trabalha com a equipe, ela trabalha para a mulher, então ela vai poder tirar as dúvidas, indicar casas de parto, identificar condutas. Se for um parto em hospital, qual hospital o plano de saúde cobre, qual médico atende em tal hospital. A doula ajuda a formar até a própria equipe de parto. Existem equipes que oferecem rodas de conversa e gestantes que vão se formando. Ainda é difícil de acessar o profissional humanizado porque não são pessoas que estão dentro de plantão, é muito difícil, você até encontra, mas é difícil encontrar um médico ou obstetriz que ofereça esse tipo de parto dentro de um hospital privado dando plantão. Até no SUS envolve sorte também cair no plantão com uma pessoa que esteja alinhada com isso. 


Como vocês fazem na Mamatoto?

Na minha equipe a gente tem uma obstetra da equipe, a mulher vai contratar essa equipe e que o plano cobre é a estrutura hospitalar, mas a equipe é privada. Então grande parte da assistência humanizada dentro dos hospitais humanizados é contrato público/privado. A nossa assistência, nós somos duas obstetrizes, a gente seguiu pra assistência seja em público ou equipes autônomas. E a gente começou a trabalhar juntas no parto em casa, mas mesmo em casos de parto domiciliar, a gente sempre tem uma retaguarda médica. Por exemplo, só fazemos o parto domiciliar se estiver a meia hora de um hospital, possível de ter uma assistência de maternidade.


O pré-natal pode ser feito por obstetriz?

Ele pode ser feito por uma obstetriz, mas a gente sempre intercala com uma médica, porque só o profissional de medicina tem autorização pra fazer o pedido de exame. Então a obstetriz faz exame físico, interpreta laudos, mas não consegue fazer pedido para exames clínicos. No SUS elas conseguem dentro das UBS fazer esses exames, mas no sistema privado não. Mas toda obstetriz e enfermeira têm capacitação para atender pré-natal. 


Você acha que vem crescendo a aceitação em torno desse tema? 

Com certeza vem crescendo, porque eu acho que as pessoas têm mais acesso a informação, tem algumas questões que fazem o modelo crescer. A gente tem um modelo de assistência de saúde obstétrica muito precário, o Brasil é um país que tem maior taxa de cesárea no mundo, é um parto com muita intervenção e até muita violência. As mulheres estão se informando cada vez mais, que existem outros modelos de parto mais respeitosos e prazerosos. E essa informação parte de dentro de um movimento de mulheres que compartilham, que começou como um braço do movimento de gênero, porque a violência obstétrica e institucional é uma violência de gênero também. Então começou como um movimento de ativismo e começou a se expandir. Acredito que as redes sociais têm seu papel também, porque têm sido cada vez mais falado por lá. E também dentro da academia tem sido cada vez mais estudado partos com menos intervenção possível, só com necessidade, modelo e assistência com foco central da mulher. 


Mas o que fala mais forte nesse crescimento?

As duas coisas caminham juntas: a reivindicação por uma experiência de parto melhor, esse rito de passagem para maternidade, e um movimento de estudo acadêmico que tem falado cada vez mais nos benefícios desse modelo de parto. A gente também tem esse modelo de assistência focado no dinheiro. Estamos passando por um processo de sucateamento muito forte no SUS, vivemos um momento bem difícil da saúde da mulher no país, de levar essa pauta como algo importante, e ao mesmo tempo a gente tem essa precarização do SUS justamente para que seja melhor e mais conveniente para empresários e convênios lucrarem, até pra startups de saúde com modelos que em teoria é um pouco mais barato pra população. Acaba sendo um privilégio da classe de acesso à saúde. Essa é uma aflição muito grande dentro da saúde do Brasil como um todo, mas na assistência obstétrica mais ainda, porque a gente tem esse lugar em que um parto normal não é custoso, é um procedimento extremamente barato, se for um parto assistido por enfermeiras e obstetrizes custa mais barato ainda, e dentro desse modelo que a gente precisa que a saúde gere lucro, o melhor é a cesárea. 


E o que acha que ainda precisa mudar?

Mudança de mentalidade das entidades maiores. Quando a gente olha para outros países, não existe essa opção de fazer cesárea pras mulheres, é algo que tem que ser indicada. Se você fala que a mulher escolheu cesárea, elas nem conseguem entender direito, porque não é muito uma escolha lá fora. Então é preciso educar que o parto natural é mais sustentável, é mais natural, é melhor pra saúde da mulher, do bebe, pra família e sociedade. Aí num nível de ter protocolos mesmo, um órgão que cobre, os conselhos, tanto o CRM quanto o Coren deveriam ter as diretrizes e investigar se os profissionais estão seguindo. Precisa mudar dentro dos conselhos de classes, diretrizes, regras e leis no âmbito estadual e nacional, que aí as coisas vão começar a melhorar. E tem um papel importante da graduação na saúde, desses cursos que não podem ser voltados para lucro, mas para evidência científica. Muitos profissionais até aprendem a evidência mas na prática fazem outras coisas. É preciso ainda uma cobrança para que se siga as orientações de forma mais forte, a gente não vê profissionais sendo advertidos por práticas violentas ou negligentes. E também é importante não só reduzir a taxa de cesárea, porque não adianta nada dar condições muito ruins pros profissionais da saúde, sofrendo de burnout, depressão, mal remuneração, porque isso vai aumentar o número de partos violentos, aquele profissional vai precisar acelerar, ganhar mais, partos com maior intervenção.


Mensagem final?

Eu acho que uma das coisas que é muito legal de pensar em educar é abrir um pouco a mão desse modelo centrado na figura médica, a gente sabe que tem muito estudo que a assistência por equipe multidisciplinar melhora muito a qualidade da assistência e do paciente, e entender que tem profissionais extremamente capacitados para atender parto e chegar nesses outros profissionais também, tirar o modelo centrado na figura médica. Porque é um profissional que dificilmente vai centrar a assistência e o olhar pra mulher, pro indivíduo. 


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