Para Inspirar

6 curiosidades sobre a maternidade, segundo a ciência

O “maior amor do mundo” envolve processos complexos do corpo humano e transcende qualquer outro tipo de sentimento

7 de Abril de 2023


O dia das mães é só em maio, mas agora, ainda em abril, fomos investigar um pouco mais sobre o “maior amor do mundo”, também conhecido como o amor materno. Inspirados pelo quinto episódio da décima primeira temporada do Podcast Plenae, onde mergulhamos na linda história de Adriana e Giovanna.

“As mães são muito mistificadas, como se a maternidade fosse um momento sagrado, santificado. (...) Expor a nossa história tem também a função de mostrar que a perfeição não existe. A trajetória de todas as mães e filhos, de todos os pais e filhos terá os seus desafios, independentemente de ter ou não uma condição de saúde”, desabafa Adriana, ao final do episódio. 

De fato, a romantização da maternidade é um problema que muitas mulheres vêm se opondo nos últimos tempos. Com o avanço das mídias sociais, mães de todos os cantos do mundo começaram a compartilhar seus relatos reais e, com isso, criaram uma rede onde todas possam se sentir acolhidas em seus medos e angústias. 

Em uma pesquisa rápida na rede social Instagram, a hashtag #maternidadereal conta com mais de 10 milhões de adeptos e, ao clicar nela e começar a navegar pelos posts, é comum se deparar com verdadeiros desabafos de mães cansadas ou sentindo culpa. E, como te contamos por aqui, a culpa materna é nociva não só para a mãe, mas também para o filho. 

Além da culpa, já falamos sobre quando a maternidade solo é uma opção para algumas mulheres - o que é bem diferente daquelas que são abandonadas pelo pai da criança, sobre parto humanizado, sobre a gestação em idades avançadas, a depressão pós-parto, os aprendizados do “ser mãe”, dentre outros assuntos tão importantes dentro do tema.

Já sabemos que o amor materno é benéfico para o cérebro das duas partes, e também que o ato de maternar libera ocitocina. Nada como a ciência, certo? Pensando nela, fomos atrás de ainda mais fatos sobre essa atividade trabalhosa que deve ser sempre reconhecida, mas não romantizada. Acompanhe a seguir!

O poder do toque

O poder do leite materno é amplamente conhecido, até mesmo por órgãos como o Ministério da Saúde, que o define como uma verdadeira vacina, já que ele ajuda o sistema imunológico e pode até proteger contra o HIV. Mas o que poucos sabem é que um simples toque materno já guarda consigo muitos benefícios. 

Pesquisadores da Escola de Enfermagem Dalhousie descobriram que tocar o seu próprio bebê prematuro ou o filho doente pode ajudá-lo a lidar melhor com a dor. De acordo com a pesquisa, essas crianças sentiram 30% menos dor nas injeções, por exemplo, depois de ganharem esse carinho.

Esse abraço de mãe melhora a saúde de um prematuro. A prática apelidada de canguru, que se dá quando a mãe segura o seu filho prematuro perto do seu peito por algumas horas por dia, traz benefícios para a saúde do recém-nascido. Novos estudos, publicados no jornal Pediatrics ou feitos pela Universidade McGill, no Canadá, comprovaram isso. 

Os estudos mostram que esse “simples” abraço já ajuda o neném a ganhar peso mais rápido, ser mais resistente a infecções e hipotermia e sentir menos dor durante procedimentos desconfortáveis. Porém, ainda não se sabe como se dá esse mecanismo do contato versus seus benefícios, só se sabe que eles ocorrem quando o bebê está nu e fica diretamente contra a pele nua da mãe (ou do pai).

Professoras de linguagem

Você sabia que aprendeu a falar ainda durante a gestação? E, para isso, bastou ouvir a voz da sua mãe - que não necessariamente precisa ser formada em letras ou nenhum curso do tipo. De acordo com um estudo da Universidade de Washington, os bebês recém-nascidos já sabem diferenciar os sons de sua língua nativa dos ruídos de uma língua estrangeira. 

Para chegar a tal conclusão, foram analisados 40 bebês com 30 horas de idade. A partir dessa análise, os cientistas perceberam que os recém-nascidos sugavam suas chupetas com mais força quando ouviam palavras de uma língua diferente da que sua mãe falava quando estavam no útero.

Segundo este artigo, é importante lembrar que um feto começa a ouvir entre a 20º e 24ª semana de gestação, quando os neurônios vão formando o córtex auditivo, a região responsável por processar o som. Então, é a partir desse momento que os bebês podem ouvir os órgãos internos da mãe, assim como sua fala.

Uma outra pesquisa, publicada pela PNAS em 2015, mostrou que os primeiros sons fornecidos pela mãe aos recém-nascidos são os responsáveis pela formação da aptidão auditiva necessária. É ela que molda o cérebro para a audição e desenvolvimento da linguagem desenvolvida no bebê posteriormente.

Há ainda pesquisas comprovando que o bebê se move mais dentro do útero quando a mãe conversa com sua barriga ou apenas a acaricia. Isso sem falar em todo o mecanismo da memória, que também começa a ser desenvolvido ali dentro.

Desde sempre e para sempre

E se o assunto é linguagem, segura essa curiosidade! A figura materna é de tamanha importância que até mesmo os homens da caverna já clamavam pela sua. De acordo com essa pesquisa, da Academia Nacional de Ciências, nossos ancestrais possuíam um vocabulário decente, que incluía palavras do dia a dia e também a palavra “mãe”. 

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores usaram um modelo de estatísticas para criar uma árvore genealógica de palavras, disponível neste link para lá de interessante.

You better work!

Na tradução livre, “é melhor você trabalhar”. E é a ciência que está dizendo. Segundo estudos da Universidade de Akron e da Universidade de Penn State, mães que trabalham são mais saudáveis. Os cientistas descobriram que as mulheres que regressam ao trabalho após parirem apresentam mais energia e mobilidade. Além disso, elas também têm menos chance de desenvolverem depressão aos 40 anos. 

De dentro para fora

Não se surpreenda com o fato a seguir: um artigo do jornal Pediatrics recomenda que as mães limpem as chupetas de seus filhos colocando o objeto na própria boca. Pode parecer estranho, mas o fato é que  essa saliva materna pode proteger os filhos de desenvolverem certas doenças com suas próprias bactérias. No estudo, foi comprovado que os filhos que tiveram sua chupeta limpada pela boca de sua mãe tiveram menores chances de desenvolver eczemas, asma e algumas alergias.

Células por toda a parte

Ainda na linha do “dentro para fora”, a mãe pode ter células do filho no seu próprio cérebro. Isso porque, durante a gestação, a placenta que liga a mãe ao feto e permite que os nutrientes sejam transmitidos ao bebê, é um órgão construído “à quatro mãos”. Nessa placenta, é possível encontrar células de ambos, e elas, é claro, podem migrar através dele, acabando por se multiplicar por anos no corpo do outro. 

Por isso, acredita-se que 50% das mães tenham células de seus filhos dentro delas - na maioria das vezes inseridas em sua pele ou em órgãos como pulmões, fígado e rins. O contrário também é verdadeiro: as células de uma mãe também podem acabar em seu filho, mas isso é menos comum. Um estudo publicado no periódico PLOS descobriu ainda que as células de uma criança podem migrar até o cérebro da mãe, e aquelas com mais dessas células têm taxas mais baixas de Alzheimer.

Não é preciso romantizar a maternidade para assumir a sua potência e importância. Nenhum de nós, afinal, chegou aqui nesse plano sem uma mãe como ponte.

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Quantos anos um estilo de vida saudável adiciona à longevidade?

Segundo estudo, mulheres ganham dez anos vida saudável, e homens, oito

27 de Janeiro de 2020


Diversos estudos nos lembram que, por mais desafiador que seja, seguir hábitos saudáveis ​​- comer direito, exercitar-se regularmente, não fumar, manter um peso saudável e controlar a quantidade de álcool ingerida - pode nos ajudar a viver mais. Mas anos extras de vida não são tão atraentes se alguns ou a maioria deles vêm acompanhados de doenças cardíacas, diabetes ou câncer.

Em um estudo de 2018, um grupo internacional de pesquisadores liderados por cientistas de Escola de Saúde Pública de Harvard descobriu que a adoção de cinco hábitos saudáveis ​​poderia estender a expectativa de vida em 14 anos para as mulheres e em 12 anos para os homens:

-  Adotar uma dieta rica em plantas e pobre em gorduras
-  Exercitar-se em um nível moderado a vigoroso por várias horas por semana
-  Manter um peso corporal saudável
-  Não fumar
-  Consumir não mais que uma bebida alcoólica por dia para mulheres e duas para homens.

Para acompanhar esses dados, os pesquisadores queriam saber quantos desses anos adicionais eram saudáveis, livres de três doenças crônicas comuns: doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer. Em um estudo publicado recentemente no periódico BMJ, eles relatam que um estilo de vida saudável pode realmente contribuir para anos extras de vida - e mais livres de doenças.

Os resultados sugerem que as mulheres podem estender sua expectativa de vida sem doenças após os 50 anos em cerca de 10 anos, e os homens podem adicionar cerca de oito anos a mais do que as pessoas que não têm esses hábitos. "É importante observar a expectativa de vida livre de doenças, pois isso tem implicações importantes em termos de melhoria da qualidade de vida e redução dos custos gerais de assistência médica", diz Frank Hu, chefe do departamento de nutrição da universidade e principal autor do artigo.

“Prolongar a vida útil não é suficiente, queremos estender o tempo de saúde.” Para descobrir esses padrões, os pesquisadores analisaram dados coletados de mais de 111.000 mulheres e homens dos EUA com idades entre 30 e 75 anos, entre 1980 e 1986. Os participantes responderam questionários sobre seus hábitos de vida e saúde a cada dois anos até 2014. Com base em suas respostas, cada participante recebeu uma pontuação de “estilo de vida” de 0 a 5, com pontuações mais altas representando melhor aderência a diretrizes saudáveis.

Os pesquisadores tentaram correlacionar essas pontuações com quanto tempo os participantes viveram sem doenças cardíacas, câncer ou diabetes. As mulheres que relataram seguir quatro ou cinco dos hábitos saudáveis ​​viveram em média 34 anos a mais sem essas doenças após os 50 anos, em comparação aos 24 anos para as mulheres que disseram não seguir nenhum dos hábitos saudáveis.

Homens que relataram cumprir quatro ou cinco dos hábitos de vida viveram em média mais 31 anos livres de doença após os 50 anos, enquanto aqueles que adotaram nenhum deles viveram em média mais 23 anos após os 50 anos. Hu diz que nenhum dos cinco fatores se destacou como mais importante que os outros; os benefícios em salvar as pessoas de enfermidades e em prolongar a vida foram semelhantes nos cinco.

Além disso, as evidências sugerem que as contribuições de cada fator são aditivas - o número de anos de vida livre de moléstias adquiridas aumentou com cada hábito saudável adicional seguido pelos indivíduos. "As pessoas não devem ser desencorajadas a adotá-las se acharem um ou dois fatores difíceis de seguir", diz Hu.

E como todos os participantes do estudo tinham mais de 30 anos, as descobertas também sugerem que "nunca é tarde para mudar", diz Hu. "É sempre melhor adotar hábitos de vida saudáveis ​​o mais cedo possível, mas mesmo adotá-los relativamente tarde na vida ainda trará benefícios substanciais à saúde mais tarde."

Fonte: Alice Park, para Time
Síntese: Equipe Plenae
Leia o artigo original aqui.

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