Para Inspirar

Semelhanças e curiosidades entre a páscoa Judaica e Católica

Apesar de serem comemoradas simultaneamente esse ano, as duas celebrações possuem diferenças em suas origens e semelhanças em suas morais

12 de Abril de 2020


Hoje comemora-se mundialmente a páscoa católica do ano de 2020. A festa celebra a ressurreição de Cristo, crucificado dois dias antes, na chamada sexta-feira santa. Ela possui data móvel, ou seja, muda todo ano conforme a regra vigente. E qual é ela? Simples, mas nem tanto: a páscoa deve ser marcada sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia do equinócio, ou seja, da primavera/outono dependendo do hemisfério onde você se encontra.

Apesar de um pouco complexo, essa regra restringe e faz com que caia sempre entre 22 de março e 25 de abril. Esse feriado é tão importante para toda a religião católica que acaba definindo uma série de outras datas, que são contadas a partir dele.
Aos fiéis mais praticantes, há a privação da carne 40 dias antes da data oficial, em respeito ao sacrifício de Cristo.

Ainda no dia oficial, costuma-se servir peixe ou outra especiaria e, somente no dia seguinte volta-se a comer então a carne. Até mesmo o ovo era proibido durante esse período, então os povos antigos costumavam decorá-lo para presentear as crianças e entes queridos logo depois da celebração. Esse costume, aliás, foi o precursor dos nossos já conhecidos ovos de chocolate, que surgiram por volta do século 19, na França e na Alemanha - e aperfeiçoado desde então.

Mas e quanto a páscoa judaica? Essa é, por sua vez, é ainda mais antiga do que a cristã, mas igualmente baseada sobre os dizeres de um livro religioso, no caso do judaísmo, a Tora. Seu nome original é Pessach, que na tradução para o português significa passagem. O nome é, na verdade, simbólico e bastante explicativo. Isso porque a festa comemora a libertação do povo hebreu, antes escravos no Egito, ou seja, sua “passagem” para a liberdade.

Ela também significa a passagem do anjo da morte. A páscoa judaica é celebrada momentos antes da execução da décima praga sobre os egípcios por esse anjo. Afinal, foi graças às dez pragas de Moisés que este povo pôde então migrar para outras terras, segundo narrativa bíblica hebraica. Só foi libertado quem seguiu as ordens de Javé e sacrificou um cordeiro, passando seu sangue em suas próprias portas.
Isso aconteceu em uma data específica, é claro.

O Êxodo 12 da Tora define que “desde a tarde do dia catorze do primeiro mês até a tarde do dia vinte e um do mesmo mês, o pão que vocês comerem será feito sem fermento”. O primeiro mês do calendário judeu é chamado de
nissan, ou seja, do décimo quarto dia ao vigésimo primeiro dia desse mês, por uma semana, é fixada então a páscoa judaica. Por ser um calendário lunissolar, os judeus construíram seus dias e meses em torno dos ciclos solares e lunares.

Tanto o judaísmo quanto o catolicismo são religiões milenares, nascidas em uma era onde o tempo era contado de forma diferente como a qual estamos hoje acostumados. O então chamado nissan acaba coincidindo com o que conhecemos como fim de março e início de abril.
Ainda segundo o Êxodo 12, a alimentação dos judeus durante esse período é restrita, e não pode conter nenhum alimento fermentado.

Durante o Sêder , como é chamado o jantar que abre as comemorações, há muito vinho, pão sem fermento (conhecido como Matsá), ovo cozido (chamado de Betsá)  além de outras comidas específicas que representam cada uma um diferente simbolismo da festa.
Em alguns anos, tanto a páscoa católica quando a judaica podem coincidir - como é o caso de 2020.

Porém, enquanto o cristianismo comemora a virada da morte de Cristo para a vida, o judaísmo celebra a passagem da vida para a morte, mais especificamente, a morte de quem os escravizou.
Porém, há muitas semelhanças entre as duas. Ambas tiveram origem há séculos atrás e pautam suas datas conforme fenômenos naturais. Além disso, há restrições alimentares presentes tanto em uma quanto em outra.

E, por fim, a essência das duas comemorações é estar com seus entes queridos, celebrando a união familiar - e essa talvez seja a principal mensagem e evidência de que, não importa sua fé, somos todos iguais e feitos de amor. Não deixe de praticar sua espiritualidade , ela pode te trazer mais benefícios do que você imagina.

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Para Inspirar

Geraldo Rufino em “Um catador de sonhos”

Na quarta temporada do Podcast Plenae - Histórias para Refletir, conheça o propósito e a perseverança do empresário Geraldo Rufino

18 de Abril de 2021


Leia a transcrição completa do episódio abaixo:

[trilha sonora]

Geraldo Rufino: O meu propósito não mudou com o passar do tempo. Eu saio de casa de manhã com o mesmo propósito que eu saía aos 8 anos de idade pra ensacar carvão: que é ajudar as pessoas a melhorar a vida.

[trilha sonora]

Geyze Diniz: O empreendedor Geraldo Rufino é o que se pode chamar de self-made men. Ele teve uma infância pobre, perdeu a mãe aos 7 anos, aprendeu a ler aos 12, mas venceu todas as adversidades da vida e construiu uma carreira de sucesso. Hoje, além de empresário, ele é palestrante e influenciador nas redes sociais. Nessa temporada, o Geraldo conta porque a motivação de ajudar os outros sempre o levou a um degrau mais alto na sua história. Ouça no final do episódio as reflexões da especialista em desenvolvimento humano, Ana Raia, para te ajudar a se conectar com a história e com você mesmo. Eu sou Geyze Diniz e esse é o Podcast Plenae. Ouça e reconecte-se. [trilha sonora]

Geraldo Rufino: Eu nasci em Minas Gerais. Mãe, pai, mais 8 irmãos. Aí perdemos a roça, morávamos numa causa de pau a pique e precisávamos ir pra algum lugar. Viemos para São Paulo, porque se imaginava que era a cidade da oportunidade. Aqui, eu descobri que a oportunidade estava dentro de cada um de nós. Nos instalamos numa casa de uma tia, ficamos lá por dois dias. Viemos pra cá porque tinha uma tia, nos instalamos lá por dois dias. No terceiro dia, ela não tinha condição de dar estrutura para tanta gente, agradecemos e fomos morar em uma favela. Nessa favela, nós percebemos que era um ambiente de oportunidades e lá nós começamos a lidar com o que tinha pra hoje, aprender a acompanhar as coisas boas e estava tudo lindo, eu era muito feliz. Tinha uma família unida, minhas irmãs foram trabalhar de domésticas, minha mãe era diarista, cuidava muito bem da gente. E ali eu aprendi uma coisa que minha mãe passou pra gente muito forte, que é o que me conduziu até aqui. Minha mãe me passou valores, muito forte nos valores. Mesmo morando num barraco de chão batido, não era problema, mas a minha vida era linda até os 7 anos e meio quando eu perdi a minha mãe.  [trilha sonora] Meu pai, do nada, veio com a notícia de que minha mãe havia falecido. Eu demorei um pouquinho para entender essa coisa da morte, como se perde a mãe, essa coisa de perder a mãe, a mãe morreu. Como assim? Ela era minha guia, minha bússola, minha direção, a deusa da minha vida. Eu decidi que, em homenagem a minha mãe, eu ia ser realmente importante e para consolidar essa importância eu fui arrumar um trabalho pra fazer a diferença, pra ajudar a minha família. 

[trilha sonora]

Arrumei um trabalho para ensacar carvão. Eu tinha 8 anos de idade, mas o espírito era de empreendedor. Eu queria ser importante, eu queria levar alguma coisa interessante para casa, meio salário, o que eu conseguisse ganhar. Então eu trabalhava de forma, que não era exaustiva, muito forte não, porque eu tinha paixão pelo que eu fazia. Então eu acabava não cansando e eu consegui ajudar meu pai e meus irmãos. Ali, foi meu primeiro trabalho. Trabalhando no CNPJ de alguém, mas com espírito de empreendedor. Como eu costumo dizer, Deus não sacaneia ninguém. Ali, eu achei uma oportunidade pra ir para um trabalho melhor. Eu fui catar latinha, catar latinha no aterro sanitário, e lá se achava tudo além das latinhas. E ali, eu gerei uma oportunidade de começar a empreender pra mim. Eu fiquei fazendo isso dois anos. Ali eu cresci, ali eu comia, dormia e ali eu consegui ganhar dinheiro. E aí, estava tudo indo muito bem, quando novamente eu perdi o dinheiro porque eu enterrava o dinheiro, alguém desenterrou, passou uma máquina no terreno que eu enterrava o dinheiro e eu tive que começar de novo. Comecei pedindo, comecei  trabalhando na feira, vendendo limão. Aprendi a vender, aprendi a lidar que todo lugar tem oportunidade para ganhar alguma coisa. Continuei usando os ensinamentos da minha mãe, continuei blindado nos meus valores, entendendo que se você trabalhar 14 horas por dia, não tinha pobreza que resistisse a isso. E eu fui fazer isso. Eu continuei fazendo isso exaustivamente durante um bom tempo, até que eu consegui uma oportunidade de, novamente no CNPJ de alguém, empreender.

Eu fui trabalhar de office boy numa multinacional. Olha, lá eu entrei como office boy, mas com espirito empreendedor. Ali, eu comecei criar oportunidades, as portas foram sendo destrancadas, eu fui abrindo, empurrando e, com 15 anos, eu consegui ser líder de um departamento indicado pelo meus líderes, pelos meus patrões que passaram a ser meus mentores. Me deram direção.

Eu olhava meu chefe e meu mentor e eu conseguia enxergar neles uma extensão da minha família, dos meus professores. Aprendi a ouvir e eu prossegui nesse endereço, nesse lugar, por quase 20 anos. Tempo suficiente de eu ir de office boy a diretor de uma multinacional, mas sem deixar a referência dos meus valores, sem deixar de ser solidário, de ajudar os outros. Assim eu comecei a ajudar minha família.

[trilha sonora]

Família. Família pra mim é a base de tudo. Ali começa tudo. Irmãos, os meus, extensão dos irmãos, o lugar que trabalha, as pessoas que você convive. Ali eu sempre lidei facilmente com os diferentes. Decidi ir descobrir muito cedo que as pessoas eram boas, só eram diferentes. Então pra minha vida ficou muito fácil e eu comecei a entender que os tempos não eram difíceis, os tempos eram diferentes. E eu me ajustava a cada tempo que chegava e começava a entender que o problema que acontece é menor que você. Eu nunca tive um problema maior que eu.

[trilha sonora] E aí, eu consegui com isso ajudar meus irmãos. Meus irmãos se fortaleceram. Nós somos em 150, todos nós somos empreendedores. Nós ajudamos uns aos outros. E, junto com essa ajuda emocional, a sensação de segurança que você pode contar com mais alguém, eu fui constituindo e fortalecendo a base. A base é a família. Ali começou meu empreendedorismo, começo meu networking, a minha relação. Abri um negócio pra ajudar meus irmãos, os meus irmãos partiram pra outra e aí eu fui cuidar do negócio pra proteger o emprego das pessoas que estavam lá. E ali, eu comecei a desenvolver o que eu já vinha fazendo lá atrás: me dedicando, focando com o mesmo propósito. Todos os dias querendo sair de casa de manhã pra fazer a diferença pra mais alguém. Todos os dias entendendo que eu podia contribuir, que eu podia fazer a diferença pra mim, pra minha família, pra extensão da minha família - que era o lugar que eu trabalhava - e, por consequência, pro meu país. A cada crise que aparecia eu aprendia. E na próxima, eu subia um degrau a mais. Quando eu tinha problema financeiro, aquilo eu usava como vivência, experiência, aprendizado. Eu colocava no retrovisor, e aí eu conseguia olhar no retrovisor e ao mesmo tempo eu percebia que é no para-brisa que está a vida. Então, todas as crises, tudo que aconteceu comigo durante todo este período, inclusive o que acontece na nossa atualidade, eu olho no retrovisor e eu vejo que tudo cabe no retrovisor. Eu passei a olhar para o para-brisa. Eu comecei a entender que eu só precisava estar aqui pra recomeçar. Eu só precisava que começasse ter oportunidade de mais um dia, que foi o que eu aprendi com a minha mãe quando lá atrás, que quando o sol iniciava de manhã a luz entrava no barraco e a mamãe dizia que eu tinha que ter gratidão pelo privilégio de mais um dia.  [trilha sonora] O tempo passou, eu mudei de endereço, a luz entra na minha veneziana e eu agradeço o privilégio de mais um dia. E graças a isso eu consigo todos os dias sair de manhã com o máximo da gratidão. Eu consigo levantar e servir um café pra mulher na cama. Você sabe como chama isso? Network. Meu network começa dentro de casa. O meu empreendedorismo começa dentro de casa, meu relacionamento, a conquista do outro. Ninguém faz nada sozinho, nós precisamos do outro e o outro você conquista com quem tá a sua volta. Eu tenho muita fé. Eu entendo que Deus está dentro de cada um de nós. E a hora que você encontra seu semelhante - precisou vir uma pandemia para as pessoas perceberem que nós somos semelhantes -  e a hora que você encontra seu semelhante, você percebe que Deus tá nele também. Então eu gosto de tocar, de falar, de dar um abraço, de conviver com os diferentes, entender que o Deus que bate aqui, bate lá. Isso vai melhorando, vai deixando a minha vida leve e cada dia eu vou assumindo mais a responsabilidade e fortalecendo meu propósito que é ter resistência, resiliência natural que tem dentro de cada um de nós. Então todos os dias eu me reforço e começo de novo. Volto pra casa, carrego as baterias no colo, na base, onde tá minha melhor energia, na família. Essa energia tá dentro de cada um de nós. [trilha sonora] E eu ganhei um presente, gente, quando você fala de valores. Eu tenho um pedaço da minha história que faz parte dos meus diamantes. Eu sou casado, muito bem casado, tenho a mesma namorada faz 40 anos. Eu tenho dois filhos homens e eu queria ter um terceiro filho e não podia mais. Mas olha que interessante quando você exerce seus valores, tem solidariedade, olha todo mundo com positividade e olha para o para-brisa. Eu quis ser solidário e ajudar uma criança num determinado período da minha da minha vida. Eu tinha tudo, já tinha dinheiro, já estava tudo certo, mas parecia que estava faltando uma coisa e eu tentei ajudar uma pessoa que estava numa situação muito difícil. Nasceu debaixo de uma ponte, estava com problema de saúde, internada, uma criança, um recém-nascido, prematuro. Eu quis ajuda e por tentar ajudar, usei todos os métodos, todos os relacionamentos que eu tive até conseguir ajudar. Quando eu fui tentar resolver, eu queria aquilo pra mim. E disseram: "Olha, pra você conseguir resolver, você precisa ser candidato a adoção". Ali eu ganhei meu terceiro diamante, minha filha. Um dos meus melhores presentes. Eu não fiz com essa intenção, mas eu ganhei um presente divino que completou o meu propósito que é: ser feliz e fazer diferença para que o outro possa ser também. Que é ser feliz e impactar o maior número de pessoas a olhar para dentro e perceber a quantidade de ferramentas que cada um de nós temos com sobra pra ser feliz, ser forte, ser flexível e ainda fazer diferença pra impactar e melhorar a vida de mais alguém. Ser locomotiva e assim nós vamos fazendo diferença e transformando nós, a família, a  nossa sociedade, o lugar que nós vivemos, o nosso país, a humanidade à medida que cada um de nós tira de dentro pra fora. Atitude, iniciativa, determinação, propósito de fazer diferença pra impactar a vida dos nossos semelhantes.  [trilha sonora] Ana Raia: Estamos na era do propósito. Mais do que nunca, as pessoas buscam vidas com significado, tempo de qualidade com seus próximos, saúde, fazer a diferença na vida das pessoas e deixar um legado. A métrica de sucesso mudou. Apenas segurança, status e poder não dão conta de preencher os corações de quem tem a consciência expandida. E Geraldo é assim, ele é uma dessas pessoas que tem uma visão do mundo que transcende a realização pessoal. Ele é fiel ao propósito de ajudar as pessoas e fazer a diferença em suas vidas. Leva uma vida coerente, íntegra, com total conexão entre seu mundo interior e o mundo exterior. Suas ações seguem seus valores, ele é fiel a sua essência. Frente a grandes perdas, emocionais e financeiras, ele nunca se permitiu parar. Geraldo fez e faz a sua travessia sem se intimidar com os obstáculos que a vida lhe traz. Prevalece o esforço aos talentos e usa o pensamento positivo e a fé como aliadas. E agora eu te pergunto: você sabe quais são os seus valores? Você tem coragem de honrá-los e segui-los? Quais são os valores que você vivencia em seu dia a dia? Quais são os valores que você negligencia? Que possamos usar a história de Geraldo para nos inspirar em nossa travessia. Que haja mais gratidão, mais solidariedade e mais vidas comprometidas com os seus propósitos.  [trilha sonora] Geyze Diniz: Nossas histórias não acabam por aqui. Confira mais dos nossos conteúdos em plenae.com e em nosso perfil no Instagram @portalplenae. [trilha sonora]

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