Para Inspirar

O voluntariado aumenta a satisfação e a longevidade

O trabalho pode pode dar aos idosos uma sensação de propósito perdida com a aposentadoria, contribuir, ser mais produtivo e útil e melhorar a autoestima.

22 de Novembro de 2018


Inscrever-se em uma organização beneficente pode aliviar muitas preocupações. O Senior Citizens Bureau, nos Estados Unidos, informa que o voluntariado regular pode dar aos idosos uma sensação de propósito perdida com a aposentadoria. Contribuir, ser mais produtivo e útil, melhora a autoestima.

Mas, não é só isso. Conheça algumas outras vantagens:

  1. Vida mais ativa. Alguns tipos de voluntariado podem incluir um grau de exercício, como trabalhar ao ar livre para embelezar parques ou ajudar a transportar bens doados a uma instituição de alimentos. Funções burocráticas também contribuem, encorajando o voluntário a sair da casa mais frequentemente.
  2. Interação social. Você pode conquistar novas amizades com os membros envolvidos no projeto.
  3. Idosos têm mais benefícios. Embora qualquer um possa ter os benefícios mentais, físicos e sociais do voluntariado, um estudo publicado no British Medical Journal descobriu que os adultos mais velhos obtiveram os maiores benefícios. Os pesquisadores descobriram que o voluntariado não começou a fazer melhorias significativas na saúde mental das pessoas até elas chegarem à meia idade e teve impacto mais profundo entre os idosos.
Como ser um voluntário

Há muitas maneiras pelas quais você pode ser voluntário sem ir muito longe da sua região. Antes de tudo, porém, encontre uma causa que seja especialmente significativa aos seus interesses. Alguns exemplos incluem:

Organizações religiosas Quem pertence a uma religião pode optar por se envolver na casa de oração que costuma frequentar. A maioria dessas organizações conta com voluntários para ajudar em seus escritórios, planejar funções sociais ou realizar atividades comunitárias.

Projetos comunitários O município pode precisar de voluntários para auxiliar na limpeza de parques, organização de eventos ou mesmo servindo em um conselho de comitê local como conselheiro.

Biblioteca Sempre é um local que tem programas de voluntariado, como o de leitura para crianças, entre outros.

Escolas É possível se tornar um tutor de programas pós-escolares ou atuar como um assistente de sala de aula. Informe-se.

Abrigos para animais As entidades de resgates de animais precisam sempre de pessoas para passear com os cães e trabalhar nos escritórios. Nesses locais, não falta trabalho.

Organizações de alimentos Outra ideia é se envolver com os mais necessitados em sua região, organizando e conquistando doações ou servindo refeições. Há várias outras maneiras de se manter ativo na comunidade.

Pesquise na internet por oportunidades de voluntariado em sua cidade ou fale com membros de organizações locais que você frequenta. Temos certeza de que todos estarão encantados por ter um outro par de mãos ajudando. Você se beneficiará por estar envolvido e ativo em algo generoso e gratificante.

Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Sunrise Senior Living
Síntese: Equipe Plenae

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Para Inspirar

Como série expõe a falta de cultura de doação no Brasil

Ocupando a 54º posição em ranking sobre filantropia, a série “Meu, Seu, Nosso” evidencia o quanto nosso país precisa caminhar quando o assunto é doação.

18 de Setembro de 2024


Trabalho voluntário não é um tema novo no Plenae. Por aqui, já falamos sobre como ajudar o próximo pode ser benéfico para você, trouxemos os tipos e benefícios da prática, explicamos porque os voluntários vivem mais e de que forma o voluntariado aumenta a satisfação e a longevidade. Por fim, ainda homenageamos os voluntários da copa e te contamos como ser um, além de ter dedicado um Tema da Vez inteiro ao assunto. 

Pelo nosso podcast, nomes envolvidos com diferentes causas também falaram sobre o trabalho voluntário de alguma forma, indireta ou diretamente: Drauzio Varella, David Hertz, Eduardo Foz, Eduardo Lyra, Maha Mamo, Leo Farah, Daniela Lerario, Henri Zylberstajn, Geraldo Rufino, Celso Athayde, Flores para refugiados, Rodrigo Hubner Mendes, Simone Mozzilli, Luciane Zamoiski, Thiago MochileiroFernando Korkes e mais recentemente, Rene Silva.

Dessa vez, fomos conversar com os envolvidos na série “Meu, Seu, Nosso”, que acompanha sete diferentes histórias sobre voluntariado no Brasil, da base ao topo da pirâmide, e por meio delas expõe a ferida aberta que é a cultura de doação no nosso país, que ainda está muito atrás do que deveria - e do que necessita enquanto povo.

A cultura de doação


O Brasil está entre os 20 países mais solidários do mundo. É o que diz o relatório anual World Giving Index 2022, produzido pela organização Charities Aid Foundation (CAF), representada no país pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis), e como traz artigo no GIFE (Grupo de Institutos, Fundações e Empresas).

Isso deveria ser uma boa notícia, certo? Em partes. É ótimo que sejamos solidários, característica conhecida do brasileiro no imaginário popular mundo afora - e no nosso também. Mas a doação enquanto cultura estabelecida e organizada, de forma a criar uma conexão profunda com a causa, ainda tem muito o que caminhar. 

De acordo com a pesquisa Percepção e Prática da Doação no Brasil, conduzida pelo Datafolha em 2023, cerca de 31% dos brasileiros fizeram, pelo menos, uma doação em dinheiro ao longo de 2022, seja para instituições, coletivos, ações beneficentes de igrejas e campanhas de captação de recursos para projetos sociais.

Acontece que, na maioria das vezes, essa doação não é recorrente, ou seja, é feita de forma pontual e isolada, sem que a pessoa que doou de fato acompanhe o desdobrar daquele ato ou reflita profundamente sobre o tema. A mudança necessária era a de que a doação deixasse de ser uma ação assistencialista e passasse a ser uma ação cidadã comum, que busca impulsionar mudanças positivas na sociedade, como reforça o GIFE.

“O Brasil ocupa o 54º lugar no mundo em doação, estamos muito atrasados e isso se deve a diversos fatores. O primeiro é que as pessoas não têm muita confiança para onde o dinheiro delas iria. Claro que, quando a gente fala de filantropia, a gente tá falando também de doação de tempo, de conhecimento, mas de dinheiro também. E é sobre esse último que elas sentem receio: para qual organização essa verba vai, como confiar e acreditar que essa instituição vai ser idônea e aplicar que doei de uma forma correta?”, traz Marcos Prado, produtor e diretor de cinema e da série “Meu, Seu, Nosso”.

Ele ainda destaca outros obstáculos, como as entraves burocráticas, o alto custo do imposto estadual sobre doação, que varia de 4% a 8% e a dificuldade que as pessoas encontram para encontrarem as instituições certas para doarem seu tempo ou seu dinheiro, apesar de quererem. “Ainda há muito preconceito com ONGs e projetos em si e uma falta de incentivo fiscal. É um longo caminho a se percorrer, mas quanto mais se discutir, mais rápido a gente sai desse ranking vergonhoso”, pontua Prado.

“A filantropia, do meu ponto de vista, não somente precisa ser mais falada, mas colocada em prática. Eu acredito profundamente que quando a gente desenvolve o amor pelo outro, consegue enxergar o outro como indivíduo da criação maior e entende que somos todos a mesma coisa e que todos precisamos estar bem, a gente começa a cuidar”, diz Ana Paula Mucunã, assentada da reforma agrária, agricultura familiar, fundadora e gestora do Instituto Família Criativa do Campo e participante da série. 

A série


Idealizada por Ana Maria Diniz, filha mais velha de Abilio Diniz, a série “Meu, Seu, Nosso” traz, em dez episódios, a história de sete iniciativas diferentes que mudam o seu entorno de alguma forma, além de especialistas importantes que discutem em três episódios sobre a cultura de doação no Brasil.

Dirigida por Marcos Prado e João Jardim e disponível no streaming Aquarius, plataforma da Amazon Prime que reúne títulos com foco em qualidade de vida e bem-estar, a série é uma verdadeira “jornada sobre a cultura da doação no Brasil, seus atores, práticas, efeitos e consequências”, como explica sua sinopse. 

“Quando as pessoas vão para o Nordeste, elas vão sempre para o litoral, onde tem as nossas praias lindas, a cultura ali também da gastronomia, do artesanato, mas sempre só no litoral. Muito dificilmente as pessoas vão conhecer a caatinga, o semiárido, onde há uma grande potência que precisa ser desenvolvida, vista, mostrada, para que aquelas pessoas possam, a partir de todo seu potencial, conseguirem um meio de se desenvolver, se preparar, se capacitar e caminhar para um futuro melhor”, diz Ana Paula. 

Para ela, a obra do audiovisual vai conseguir encurtar esse caminho de alguma forma, já que se trata de uma “ferramenta de projeção”, segundo ela, para que a população conheça esse Nordeste pouco visto. “Foi muito emocionante a chegada da equipe de gravação, com todos aqueles equipamentos, drones, câmeras. Eu ainda nem sabia o tamanho desse trabalho que estava sendo feito, mas já tinha uma expectativa muito positiva. E depois quando eu vi a equipe se emocionando várias vezes nos momentos de gravação”, relembra. 

“Quando fomos na Serra do Tigre, no Quilombo de Gameleira, na escola abandonada, eu pude evidenciar com tanta clareza o quanto as pessoas não sabem o que de fato as nossas famílias que vivem na caatinga, no sertão, nesse semiárido, nos assentamentos. Teve até uma pessoa da equipe que disse para mim ‘realmente Aninha, a maioria das pessoas lá fora não têm noção que hoje, em pleno século XXI, com tanta tecnologia, ainda existem famílias que vivem nessa situação. Pra mim esse daqui era simplesmente o cenário do filme Auto da Compadecida’”, conta. 

O projeto de Ana Paula foi um dos escolhidos depois de um longo e desafiador processo, segundo Marcos Prado, que participou diretamente na seleção de tantos projetos que chegaram até ele. “Depois de selecionar 50 projetos sociais e mais de 30 especialistas, a gente fez a curadoria juntos: eu, Ana Diniz, a equipe dela e o João Jardim que é outro documentarista super importante e amigo meu que convidei para participar. (...) Foi muito difícil a curadoria pra gente chegar nos 7 personagens que iriam representar a nossa série. Cada um com a sua motivação, história… Procuramos trazer histórias de pessoas que estão na base da pirâmide e também no topo e no meio, cada um com a sua motivação”, relembra. 

O que Prado percebeu ao longo do processo é que em todos os selecionados há um mesmo fator em comum: eles acabam descobrindo que o propósito da vida deles está no outro e não neles próprios. “Eu sempre me perguntava se o ser humano era naturalmente altruísta ou não, empático ou não, se isso era uma coisa que aprendemos pelo meio e ensinada pelos pais ou se na natureza realmente havia esse tempo de altruísmo. E aí eu acabei descobrindo que sim, que existem diversos exemplos na natureza, em amebas, em pássaros, em plantas, bactérias… Isso me impressionou muito”, diz.

E se você quer se inspirar e se impressionar com essas histórias, basta procurar a série “Meu, seu, nosso”, disponível no streaming Aquarius, da Amazon Prime. É o primeiro passo para quem busca entender um pouco mais sobre a cultura de doação do Brasil e, quem sabe, somar nesse movimento que é urgente e que quer fazer a diferença na trajetória dos seus semelhantes. Acredite na força da sua doação, seja ela de dinheiro, de tempo ou de força de trabalho. Cada passo importa nessa caminhada.

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